tag:blogger.com,1999:blog-60068192024-02-22T10:34:07.897+00:00A Caverna Obscura<p align="center">When I hear music, I fear no danger. I am invulnerable. I see no foe. I am related to the earliest times, and to the latest.
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<p align="center">
- Henry David Thoreau -
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<p align="center"><i>
Condensing fact from the vapor of nuance since 2003
</i></p>FMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.comBlogger2065125tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-5921425878258379632021-08-21T13:14:00.004+01:002021-08-21T13:16:08.678+01:00O homem mais temido em Portugal <p><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;"> This was originally posted June 20, 2014.</span></p><p><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;"><br /></span></p><p><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;"><br /></span></p><p><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;"><br /></span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;">Recordo-me reconfortadamente de quando, na minha pré-adolescência, aderi a um clube de <em>pen-friends</em>. À época, e aqui tratamos de contas simples uma vez que nasci em Abril de 1971, uma carta, que era simultaneamente o meio mais económico e mais eficaz de comunicação a longas distâncias, demorava seis a oito dias para executar a <em>round trip</em> entre Caneças e Oslo, e mais de três semanas se a ponta remota do trajecto ficasse situada além-oceanos. </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;"> </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;">No decorrer de três anos, correspondi-me com perto de uma centena de jovens, cujas idades gravitavam em torno da minha com um desvio de 3 ou 4 anos para cada lado na recta da vida. Poucas coisas, à parte a leitura de um livro ou o visionamento de um filme, me davam tanta satisfação intelectual como a espera, a antecipação do momento em que, transpostos a três e três, oito lanços dos degraus que mediavam a porta da casa de meus pais e a caixa do correio, a abriria para nela encontrar palavras, expressões, imagens, informação, emoções e a explicação de mundos intangíveis e tão oníricos como Xanadu ou Rivendell.</span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;"> </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;">Algumas dessas pessoas ainda fazem parte da minha vida, graças ao advento das redes sociais. Outras morreram. E ainda outras tornaram-se irrastreáveis, e delas não sei. </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;"> </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;">Volvidas três décadas, venho confessar-vos que de todas as atrocidades, de todos os atropelos à dignidade humana, entre a miríade de aviltantes degenerescências impostas a este país, uma das piores - senão mesmo a mais vil e soez - foi o assassinato de carácter perpetrado sobre aquela personagem, então ansiada, expectada, tida por Hermes Trismegisto completo com esperança, bonomia e Caduceu: o carteiro.</span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;"> </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;">O carteiro hoje em dia já não entrega missivas da Rachel em Wellington onde vinha contar-me como estava feliz pelo trabalho que havia arranjado para as férias da Páscoa, nem do Timothy em Manchester cujos envelopes mais pareciam sapos inchados, tal era a dilatação do seu bojo repleto de autocolantes, fotografias de concertos, e recortes de bandas das quais por cá, somente dois anos depois se ouviria falar. </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;"> </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;">O carteiro, nestes dias de depressão e torpor, entrega a morte lenta. </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;"> </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;">Deposita-a na forma de notificações institucionais, às quais metade da população não consegue compreender, e quase outros tantos reagir, por manifesta falta de meios intelectuais, anímicos, financeiros.</span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;"> </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;">Deposita-a na forma de facturas abusivas, erróneas, repetidas, trocadas e truncadas, perdidas. </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;"> </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;">Deposita-a sobretudo na forma da ameaça. Há uma aura sobre o carteiro, ora fiel palafreneiro com a espada de Dâmocles na albarda, que é de ameaça, porque deixou de ser possível contar com as únicas três coisas que um Estado, por natureza e por ser pago a expensas da população, tem o Dever maior de cumprir: o apuramento da Verdade, o arbítrio de conflitos, e a protecção dos desprotegidos. </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;"> </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;">Não havendo literacia, não existe Verdade. A Verdade é aquilo que o mais destro na urdidura da palavra bem entender que ela seja.</span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;"> </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;">Não havendo justiça limpa, célere, impoluta e pragmática, não há arbítrio. Ganha sempre o que tiver o exército maior ou a bomba dissuasora mais temível.</span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;"> </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;">Não havendo correlação entre a realidade da classe política (compadrios e satélites incluídos) e as pessoas normais, não há égide que valha aos que caem nas malhas do erro judiciário, da caderneta predial mal lavrada, da denúncia escarninha porque as galinhas do vizinho são menos fartas que as nossas.</span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;"> </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;">E uns recebem correspondência tranquilos e serenos, sob a redoma que lhes foi permitido erigir, enquanto outros se esforçam para disfarçar o timbre nervoso e a passada trémula até à caixa do correio, para que a família não soçobre ainda mais enquanto tenta manter-se à tona.</span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;"> </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;">Mergitur nec Fluctuat. Até quando, não sei. Sei que o carteiro era, para mim, uma figura arquetipal tão importante como todos os meus outros heróis da infância, desde os bombeiros de Armamar (quem se lembra levante o braço) até ao anónimo de Tian Nan Men.</span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;"> </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;">E agora é a pessoa mais temida em muitos dos círculos onde ainda tenho paciência, vontade e ânimo para mover-me.</span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;"> </span></p><p style="border: 0px; margin: 0px 0px 0.7em; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;"><span style="background-color: black; color: white; font-family: arial;"> </span></p>FMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-88085601041371306012021-07-01T03:14:00.000+01:002021-07-01T03:14:03.724+01:00<p> tu és a flor do teu erro e a mais imprescindível pétala,</p><p>a cor da cor e a ausência da cor</p><p>a negação do meu ferro e um mal</p><p>na falta de males onde nasce o ferro</p><p>és a derrota dos argumentos e um argumento maior,</p><p>na casa onde se argumenta és a maior das vozes chãs</p><p>amo-te com caules das mães que falecem</p><p>e és a raiz da minha cura, és tu no ar</p><p>longe da tortura do fogo és a rocha</p><p>e da rocha és barro nas mãos que aceitas.</p>FMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-42075152030580588852021-03-04T10:15:00.001+00:002021-03-04T10:15:50.753+00:00<p style="text-align: justify;"> É-me dirigida, com frequência exacerbada pela insanidade confinatória, a pergunta: porque deixei eu , há já áridos anos, de escrever para o Mundo?</p><p style="text-align: justify;">Aquém de qualquer resposta, é preciso descontextualizar a indagação, uma vez que o confinamento não me causa mácula ou agrura, isto é, não mais do que sempre senti perante a constatação, seminal, da minha insularidade num atol, inefável embora atol, de ideias, análise e percepções. Vivo no campo, a minha família está bem de saúde, tenho amigos, animais e plantas dos quais cuidar e as minhas necessidades resumem-se ao acto de conservar. Em toda a verdade, a era dos grilhões sociais constitui uma oportunidade única para o anacoreta hodierno. </p><p style="text-align: justify;">Ora acontece que não tenho nada a dizer ao Mundo, pois o Mundo na sua pubescência grandiloquente de hormonas, é incapaz de ouvir. O Homem é o falso silêncio, a ilusão de uma voz; toda a letra e toda a canção da Humanidade são inaudíveis se postas à sombra da torrente ensurdecedora da Existência, como quem quisesse ilustrar a dualidade da condição humana - excruciante para os muito impantes da sua pequenez, quanto para aqueles que desta se apercebem - à qual subjaz a tortura de viver desperto como uma vela no seio do Sol. Daqui, decorre que Deus não está no silêncio, mas sim no verdadeiro ruído, na constatação de serem humanas, e não divinas, as pegadas ausentes da areia. Como ter a pretensão de acrescentar, esclarecer ou burilar seja que ínfimo naco for de um plano perfeito, que flutua sem se afundar, e não carece de interpretação para manter o seu inexorável funcionamento? Não se pode, é infazível. </p><p style="text-align: justify;">Mais ainda, a Humanidade é filha de famílias monoparentais num divórcio de polaridades acentuadas. A instabilidade e os recalcamentos de um progenitor obliteram a presença do outro, e o mutismo contemplativo na ausência deste último acaba por vindicar a entropia que espoleta, ab initio, a única projecção terrena que a parca mente antrópica consegue dar à realidade maior: a de um ciclo inescapável, com eterno retorno e revolucões a esmo, onde na verdade não há ciclicidade ou devir alguns, apenas a imutabilidade daquilo que É e "que já estava acontecido" muito para além da comezinha rotação das colheitas. </p><p style="text-align: justify;">Todos sabemos que é atributo dos filhos que sejam injustos para com seus pais, pois na inocência noviça sob cuja lente tudo dentro deles é o Mundo e nada do Mundo a eles extrínseco, são surdos à mais óbvia das deduções - a vinha que lhes deu vida foi, ela própria, durante largos tempos bacelo. </p><p style="text-align: justify;">Tentando pois (que é da pessoa pensante pensar) conciliar o inconciliável - a herança do Pai Deus imanente e inaudível, com a da Mãe Biologia estrepitosa no furor da carne que cresce - regressa o equívoco entre evidência de ausência e ausência de evidência, decuplicado por lides de frustração, em avatares de dúvida e raiva.</p><p style="text-align: justify;">Isto posto, a dúvida, a raiva e por conseguinte a voz são a arma do adversário, enquanto a certeza, a serenidade e o silêncio caracterizam necessária e suficientemente o agonista. Ao Mundo, como aos filhos, pertence chegar por si mesmo ao grande legado folclórico da espécie, que passarão, polvilhado de paralaxe individual e aleatória, em diante. </p><p style="text-align: justify;">Perante a contemplação indiferente do Absoluto.</p><p style="text-align: justify;">E é por isto que não tenho nada a escrever ao Mundo.</p>FMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-73542531159388993352019-07-29T00:01:00.002+01:002019-07-29T00:01:21.809+01:00em dia de IMI<br />
<br />
pai estado que estas em nos<br />
damos hoje loas pelos teus braços<br />
sem cujo amplexo estariamos sos<br />
desnudos de rumo, luz e laços<br />
<br />
o braço fiscal que nos poupa ao mal<br />
o braço de toga, que nunca se arroga<br />
de cercear o braço da secretaria<br />
longe da qual qualquer um morreria<br />
<br />
pai estado, alberga bem as tuas vagens<br />
somos nada debaixo do sol abrilino<br />
não nos tires citações, portais e portagens<br />
e conserva o contribuinte em cada meninoFMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-35692538944983998142018-08-23T08:54:00.001+01:002018-08-23T08:57:12.622+01:00do meu vazio que nao se estancava<br />
esculpiste a paixão como Deus a ama<br />
nas minhas mãos o teu mar desaguava<br />
na minha boca, a tua chama<br />
<br />
pelo quarto perdura o pó do prazer<br />
a casa estremece ainda com os sons<br />
por ti vertidos na libertação<br />
por mim bebidos da tua monção<br />
<br />
antes de ti era o frio céu sem estrelas<br />
quando inexistias, apenas degelos<br />
pontuavam dias, lúgubres celas<br />
antes da salvação ardente nos teus cabelos.<br />
<br />FMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-26002450830937895302017-02-25T19:17:00.001+00:002017-02-25T19:17:19.544+00:00worst.date.ever
i thought nothing could taste worse
than the reek of long, unwittingly dead
tobacco breeding into the car seats
not satisfied with having torn apart
every wall seam brick tile and glass
then she says
oh wait this i have to take
it's my ex not the ex, just
another ex whose exdom is
kinda recent
but y'see
i'm under construction right
you should not bar y'self
from construction
and exs are like
parts that you must hang on
to
nothing i lived you see
is ever done with
ever finished, otherwise
i'd be finished
that's one of the moments
when the nicotine and tar
kick into my health sense
wrecking the peace, those
finely tuned stanzas here
see? this line just went
off
and her comm link rings again
tied to infinite humanity like algae
it's my son, oh, wait,
wait,
wa
wait, wait
he wants his appointment scheduled,
with a dentist, it's he's i'm
he just turned thirty, his dad
that's my Ex, he never
(eyes glaze)
((mine))
but you and i we are so different
in that your foundations allow for,
and i quote from roman law
no room for anything but the rule
my left foot twitches
and remembers how as a kid
i saw daniel day lewis playing christy someone
his father wrote about years
and the bleeding that comes
with the writing of years
it was a nice movie
several irishmen drank and smoked
but the couch and the walls did not
take in the stench from the stubs
i say you should go, let's have dinner
someday always the gentleman never wishing
to be even close to the cavalierdom which
furrows under the skin of most latinos
how quaint she says
that one can go on
on one's own
gender not being something you build
without for a moment stopping to see
that all the exs are exs
no?
we hug
the engine drones up,
maybe nothing will come
of the wheezing noise
on cold damp days
after the last fix
whatever happened to people
- unrelated, i surmise, to
this here tall glass -
since blowing soap bubbles
was as cool as any sunset
complete with orange peel
and kisses
must have creeped upon
everyone
ever so slowly
FMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-32419343382548950152017-02-14T16:30:00.004+00:002017-02-14T16:43:19.282+00:00
Even this late it happens:<br />
the coming of love, the coming of light.<br />
You wake and the candles are lit as if by themselves,<br />
stars gather, dreams pour into your pillows,<br />
sending up warm bouquets of air.<br />
Even this late the bones of the body shine<br />
and tomorrow's dust flares into breath.
<br />
- Mark Strand
FMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-1132338250437807252016-08-31T16:00:00.000+01:002016-08-31T15:13:29.762+01:00<br />
Every day after this world<br />
is done with its preaching<br />
we exhale and hand over<br />
our stronger ties<br />
unconscious and dilluted<br />
whatever that might mean<br />
or maybe not ever, sometimes<br />
we hand over the anchor<br />
of promising hope<br />
for pursed lips<br />
and white smiles<br />
over glittering counters<br />
we arrive still tied to the knot<br />
of too many left hands<br />
clutching an ankle in hunger<br />
as the road winds down<br />
all operations halted<br />
by the executive board<br />
since arrival comes too soon<br />
and there were things<br />
in the scrubland to begin with<br />
so nothing is left to us<br />
but to soak it down and surrender<br />
for a dawn falling short<br />
of yet another solo sunrise<br />
say the word unshaven for me<br />
facing another mirror,<br />
say that daybreak has missed<br />
its connecting flight<br />
we do not know<br />
every day<br />
we do not know<br />
still<br />
some things are amiss<br />
and neither of us quite dead yet.FMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-71695772032139970282016-07-23T15:16:00.002+01:002016-07-23T15:16:37.296+01:00wish I met you when I was twelve<br />
petals, flower buds and many a drop<br />
of rainbowed strolls away from our<br />
grandmothers would have tinted<br />
every sunset and every whiff<br />
of summer 's end with the promise<br />
of neverending youth<br />
unrelenting rebirth.FMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-74671894933992168232016-06-17T13:58:00.000+01:002016-06-17T14:00:13.748+01:00agora o quarto é maior do que a morte<br />
e qualquer rua ou estrada onde eu te beije <br />
será a nossa casa plena de humores<br />
da alvenaria com que fazes os muros<br />
por cima dos quais a criança em ti salta<br />
<br />
agora ainda tenho vontade da tua boca<br />
e nada nos lençóis cheira a anteontem<br />
quem quer que aqui entre saberá da pele <br />
deixada por nós no dia zero do amor<br />
a verdade passou a escrever-se deitada<br />
<br />
agora o teu auge continuo<br />
agora noite sem data<br />
agora crer<br />
agora recomeçarFMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-44713333875097934912016-06-03T09:36:00.001+01:002016-06-03T09:39:01.528+01:00quando o silencio perene e feroz<br />
das florestas por mim reclama<br />
vem de dentro uma velha voz<br />
vem a furia acalentar esta chama<br />
e deliro com a ideia de ti esvaída<br />
<br />
em sons e suor que jorram dos poros<br />
abertos ao fremito dos meus dedos<br />
onde segregas os teus tesouros,<br />
onde assalto o reduto dos medos<br />
e te seguro em dolor, possuida<br />
<br />
como se a pele fosse um sol<br />
saciando ate ao fundo<br />
todo o celestial rol<br />
toda a fome do mundo<br />
a celebrar a teimosia da vida.FMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-64333069329496474262016-04-05T12:52:00.002+01:002016-04-05T13:27:58.185+01:00<div style="border: 0px; outline: none; padding: 0px; text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="background-color: black; color: white; line-height: 24px;">- Bom dia e bem vindos ao Forum, o nosso convidado de hoje é Ibrahima Khalid el-Brusseli ibn Khaled ibn Mussa ibn Pierre, burgomestre de Jalojamilamilobalabad (anterior Antuérpia) que aceitou gentilmente a nossa proposta de conversação entre a terceira e quarta orações do dia. Olá, burgomestre, muito obrigado por estar aqui. </span></span><br />
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="background-color: black; color: white; line-height: 24px;">- Alá assim o quis. </span></span><br />
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; "><span style="background-color: black; color: white; line-height: 24px;">- Burgomestre, começaria por uma notícia de ultima hora, que nos dá conta de um incidente na sua cidade, em que um grupo de doze jovens recusou deixar-se violar. Tem conhecimento desta situação?</span></span><br />
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; "><span style="background-color: black; color: white; line-height: 24px;">- Sim, isso já está resolvido, pela graça do profeta. Tratou-se de uma emergência sexual colectiva por parte dos estudiosos da terceira madrassa que abriu agora - estamos a receber muita, muita gente nova, puros e impuros, dos que se convertem - e terá havido alguns erros de interpretação da escritura por parte dos destinatários passivos da vontade de Alá, mas a autoridade integradora agiu a tempo; já foram todos enviados para a Escola da Verdade mais proxima, onde estao neste momento a ser violados ate que compreendam que nao ha outra forma de todos vivermos em sociedade, que caso contrario nao teriamos chegado aqui.</span></span><br />
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; "><span style="background-color: black; color: white; line-height: 24px;">- Burgomestre, e as necessidades dos vossos eruditos? Ja foram satisfeitas?</span></span><br />
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="background-color: black; color: white; line-height: 24px;">- Sim, sim, populares, para nosso agrado muitos ainda do tempo em que este territorio nao era parte do califado, trouxeram-lhes oferendas. Algumas ate eram virgens. Nao se preocupe. Alá o tenha em boa conta pelo seu cuidado. </span></span><br />
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="background-color: black; color: white; line-height: 24px;">- Burgomestre, como é que surgiu esta ideia das Escolas? Sei que as há da Verdade, da Pureza, do Fogo Que Mata o Ímpio, da Encadernação Obsessiva, da Cópia com Sangue... como é que surge tudo isto?</span></span><br />
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; "><span style="background-color: black; color: white; line-height: 24px;">- Bom. Nós pegámos no excelente trabalho que vocês tinham feito antes, com os vossos infiéis, aqueles que comiam sal, fumavam tabaco, bebiam cerveja, nao se prostravam no angulo certo, trabalhavam para se vestirem e às suas famílias sem pagar o noventaenovízimo - como se fosse Socio-Corânico, o profeta unja o nosso partido integrado, deixar mais de 1% do rendimento nas maos de cada um - e com fundos do Califado (aquilo que dantes era gasto em invencoes posteriores à morte de Maomé, logo inuteis, ainda vocês eram europeus) fomos logo criar emprego nas obras, na construcao das escolas, como forma de integrar os descendentes da vossa antiga raça. Isto nao é xenofobia, é direito natural e divino, se assim nao fosse Alá nao o teria dito. </span></span><br />
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; "><span style="background-color: black; color: white; line-height: 24px;">- Burgomestre, muito bem. Já ouço o chamamento do Muezzim, pelo que lhe agradeço esta curta entrevista e em nome de toda a equipa que realizou este programa, deposito nas suas mãos um tapete de oração, cosido à mão pelas mais belas futuras concubinas do Emir, em cor verde-wahabita, e debruado a cabelo de sacerdote cristão. Alá o tenha.</span></span><br />
<span style="background-color: black;"><span style="color: white;"><br /></span></span>
<span style="color: #333333; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="background-color: black; color: white; line-height: 24px;">- Alá é grande. Não se esqueça de declarar que de todas as vezes não me chamou Burgomestre em árabe. Problemas sao de evitar. </span></span><br />
<div style="line-height: 24px;">
<br /></div>
</div>
FMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-63198701480694539942015-09-08T07:26:00.001+01:002015-09-08T07:26:57.672+01:00I could praise you once with beautiful words ere you came<br />
And entered my life with love in a wind of flame.<br />
I could lure with a song from afar my bird to its nest,<br />
But with pinions drooping together silence is best.<br />
In the land of beautiful silence the winds are laid,<br />
And life grows quietly one in the cloudy shade.<br />
I will not waken the passion that sleeps in the heart,<br />
For the winds that blew us together may blow us apart.<br />
Fear not the stillness; for doubt and despair shall cease<br />
With the gentle voices guiding us into peace.<br />
Our dreams will change as they pass through the gates of gold,<br />
And Quiet, the tender shepherd, shall keep the fold.<br />
<br />
- George William RussellFMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-43740257827461339142015-08-06T15:12:00.003+01:002015-08-06T15:13:50.387+01:00<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Navegar a intrincada malha de urbe, pós-urbe, meta-urbe e para-urbe que interliga o Cassapo com a Charneca de Caparica pode constituir um desafio colossal, cosmogónico mesmo, para o rural homem anti-hodierno que pugna por ser deixado em paz na forma activa, passiva, transitiva, utente e paciente.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Dito isto, chegar ao atrivm do restaurante Simão & Filhas, na Rua dos Castanheiros 58 (2815-311) é uma retracção epifânica que expurga todas as fugas passadas, presentes e hipotéticas à realidade: ali te sentas, ali te servem e comerás à saciedade da melhor e mais irregulada cozinha que esta tribo te pode dar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A atenção e habitacularidade caseiras só encontram coisa que as sobrepuje no instante em que ao termo "sobremesa" é renovado o sentido etimológico, de dominar, compor, campear, encimar a tábula onde atempadamente e sem delongas ou perdas aquilo a que cheira, e que bem que cheira, se fez presente. Peço uma mousse de côco. Comparece límpida, leve, desaçucarada, fofa, aérea, natural, trazida com paixão e humor. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">É uma composição da mais primordial engenharia libertária. É uma ode ao bom gosto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ide ao Simão, que só serve almoços, sobretudo durante os dias tidos por úteis. A mim custa-me imaginar melhor troca de euros etéreos por conforto salvífico, e se agora em pleno estio é assim, mal posso esperar pela estação agreste.</span></div>
FMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-28184379026666811402015-08-03T12:17:00.001+01:002016-09-15T10:37:05.300+01:00no mapa do meu inferno pessoal<br />
há um défice externo colossal<br />
que corre termos no eterno tribunal<br />
do Homem de bem, moderno e social<br />
<br />
montículos de merda ocupam o ecran<br />
a papoila, o punho, a coligação e o PAN<br />
sente-se o atraso na epoca de incêndios<br />
vermes cavam toca e preparam estipendios<br />
<br />
desde que partiste, ha sempre um entrave<br />
(faz agora dois anos que sobra uma chave)<br />
para voltar à forma, a correr e àquele dia<br />
em que nada faltava e nada mais queria<br />
<br />FMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-75147364290958431152015-08-03T12:16:00.002+01:002015-08-03T12:16:17.522+01:00muito bom dia senhor passageiro<br />
insira cartao, senha ou dinheiro<br />
folgamos em sabe-lo medicado<br />
viaje tranquilo à sombra do estado<br />
<br />
atencao à passagem<br />
de um comboio sem paragem<br />
repleto de gentes felizes<br />
contribuintes sem deslizes<br />
<br />
nao conduza, a sua vida perdura<br />
acautele uma velhice segura<br />
1357 canais e chazinho de tilia<br />
e talvez no fim um medico de familia<br />
<br />
aceda toda a informacao oficial<br />
pelo ar, em papel ou formato digital<br />
e em prol das nossas belas criancas<br />
registe-se ja no portal das financas<br />
<br />
mesmo que a vida lhe pareca triste<br />
lembre-se que ao menos o parlamento existe<br />
usufrua em pleno dos dias mornos<br />
antes de dar um tiro nos cornosFMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-43320145457898870122015-07-30T09:01:00.001+01:002015-07-30T09:06:54.465+01:00vilanela para a assembleia destituinte<br />
<br />
mais um dia neste hemisferio oeste<br />
nao ha ca nada que eu nao deteste<br />
livros escritos por ladroes eleitos<br />
numa praia urbana de lares desfeitos<br />
<br />
outro round de calor insano está garantido<br />
mães solteiras do cacém com o miolo ardido<br />
e empresárias que só se vêm com marroquinos<br />
mais um dia nesta terra de perfeitos suínos<br />
<br />
mais um dia no calabouço inane do socialismo<br />
a europa paga, o tuga gasta e reina o autismo<br />
sucedem-se as selfies vãs por elogios baratos<br />
os jornalistas cumprem o seu dever de mainatos<br />
<br />
o messias a cavalo nos comodismos da cidade<br />
conquista votos entronizando a mediocridade<br />
o erário assegura o conforto mental de abortar<br />
mais um dia neste limbo entre morrer ou matar<br />
<br />
mais um dia na incerteza da hora H<br />
a chuva, se existe, não anda por cá<br />
os anestesistas de serviço acreditam<br />
nas frases loucas dos idiotas que citam<br />
<br />
ninguém nos inspira um sorriso<br />
outro sinal claro de saturação<br />
a manada segue tilintando o guizo<br />
mais um dia à espera da destruição.<br />
<br />FMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-80896786740588799282015-07-02T21:55:00.001+01:002015-07-02T21:55:40.076+01:00You shall thank your gods,<br />
if they force you to go<br />
where you have no footprints<br />
to trust to.<br />
You shall thank your gods,<br />
if all shame on you they pin.<br />
You must seek refuge<br />
a little further in.<br />
What the whole world condemns<br />
sometimes manages quite well.<br />
Outlaws were many<br />
who gained their own soul.<br />
He who is forced to wild wood<br />
looks on all with new sight,<br />
and he tastes with gratitude<br />
life's bread and salt.<br />
You shall thank your gods,<br />
when your shell they break.<br />
Reality and kernel<br />
the sole choice you can make.<br />
<br />
- Karin BoyeFMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-55096542100031192992015-06-15T15:55:00.001+01:002015-06-15T15:55:49.471+01:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://i.ytimg.com/vi/eWtCrXvOqQ0/0.jpg" src="https://www.youtube.com/embed/eWtCrXvOqQ0?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br />FMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-74223681535033042642015-03-21T21:42:00.002+00:002015-03-21T21:42:13.546+00:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://ytimg.googleusercontent.com/vi/BRvAyGeZRo0/0.jpg" src="http://www.youtube.com/embed/BRvAyGeZRo0?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br />
<a name='more'></a><br />FMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-19598795401348618202015-03-17T11:44:00.001+00:002015-03-17T11:44:33.539+00:00Young wills whine<br />
like masterless spears.<br />
Fear has hurled them<br />
into space’s spheres.<br />
Trembling with battle<br />
and strength in surfeit<br />
they seek targets to strike<br />
they seek powers to worship.<br />
<br />
But wills that ripen,<br />
they become trees and strike root,<br />
ready to shield<br />
a land at your foot,<br />
a small stretch of ground,<br />
but necessary, like life,<br />
where something precious grows,<br />
torn by the winds’ strife.<br />
<br />
If the glade seems narrow<br />
against space without end<br />
and the tree perhaps lifeless<br />
against spears that blind,<br />
then forget not the leaf<br />
with its life-green colour,<br />
and forget not the sap<br />
that seethes through the marrow.<br />
<br />
Be not afraid, be still<br />
that harvest night,<br />
when the voices say:<br />
‘Your bounds are set.<br />
You too shall be silent<br />
among the watching faithful.<br />
You also shall strike root,<br />
and become tree, and ripen.’<br />
<br />
- Karin BoyeFMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-48139672365881050702015-03-02T14:02:00.001+00:002015-03-02T14:02:08.076+00:00under red and violet vespers<br />
the wire coils scatter horseflies<br />
lingering like tiny concertina suns<br />
<br />
against the freshly painted (again)<br />
wall where ivy and woe, not epitaph<br />
have taken root - has anyone else<br />
<br />
taken root as a hedge of evergreen<br />
thorn, branch, leaf, bramble and spike<br />
within, perpetual scorching air guides<br />
<br />
most people raise colossal battlements<br />
to keep the enemy abroad - finding peace<br />
I build, improve, expand and fortify<br />
so that the enemy remains within.FMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-90937885676955453772015-02-14T17:08:00.002+00:002015-02-14T17:08:51.231+00:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe width="320" height="266" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://ytimg.googleusercontent.com/vi/-ZODi5SGAyE/0.jpg" src="http://www.youtube.com/embed/-ZODi5SGAyE?feature=player_embedded" frameborder="0" allowfullscreen></iframe></div>
<br />FMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-36812228873618614312015-02-01T16:21:00.003+00:002015-02-14T17:09:13.303+00:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" class="YOUTUBE-iframe-video" data-thumbnail-src="https://ytimg.googleusercontent.com/vi/Q6M8iFI8t4s/0.jpg" frameborder="0" height="266" src="http://www.youtube.com/embed/Q6M8iFI8t4s?feature=player_embedded" width="320"></iframe></div>
<br />FMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6006819.post-28985082698827102812015-01-18T16:19:00.001+00:002015-01-18T16:19:22.358+00:00AN AUTUMN COTTAGE AT BASHANG<br />
<br />
After the shower at Bashang,<br />
I see an evening line of wildgeese,<br />
The limp-hanging leaves of a foreign tree,<br />
A lantern's cold gleam, lonely in the night,<br />
An empty garden, white with dew,<br />
The ruined wall of a neighbouring monastery.<br />
...I have taken my ease here long enough.<br />
What am I waiting for, I wonder.<br />
<br />
-Ma DaiFMShttp://www.blogger.com/profile/02113286551862140535noreply@blogger.com0