Ad absurdum

Dito pelos do costume, os bancos são os culpados da crise porque quiseram ganhar lucros astronómicos à conta de submeter os pobrezinhos a práticas torcionárias. Logo o Estado tem que intervir, "regulando" e tomando conta, não se sabe com que dinheiros nem critérios, da actividade bancária.

Os bancos que venham a utilizar parte da verba de quatro mil milhões de euros que o Estado colocou à disposição para que as instituições financeiras possam reforçar os seus capitais terão de estar dispostas a financiar a economia, em particular as famílias e as pequenas e médias empresas.

Esta obrigação vem expressa na proposta de lei que hoje será discutida no Parlamento, mas remete para um despacho do ministro das Finanças os detalhes concretos desta obrigação. As instituições que se venham a socorrer destes fundos ficam obrigadas “à utilização dos meios facultados (…) para o financiamento da economia, nomeadamente às famílias e às pequenas e médias empresas”, lê-se na referida proposta de lei.

Ou seja, como os bancos deram crédito a quem não deviam ter dado, o Estado paga aos bancos com dinheiro que é sacado aos contribuintes através de práticas torcionárias, para que venham dar crédito a toda a gente.