30.10.03

Ou menos um.
Jantar para 8.
ENTIERRO CUBANO......

Toda la familia en CUBA, se quedó sorprendida cuando llegó de Miami un ataúd con el cadáver de una tía muy querida. El cuerpo estaba todo apretado en el cajón con la cara aplastada contra el cristal de la tapa. Al abrir el cajón, la familia encontró una carta prendida a la ropa con una aguja que decía: Queridos papá y mama: estoy enviando el cuerpo de Tía Jimena, para que hagan el entierro en Cuba, tal como ella quería; disculpen por no poder acompañarla, pero los gastos fueron muchos, con todas las cosas que aprovechando las circunstancias, les estoy enviando.

Abajo de tía, en el fondo del ataúd, encontraran, 12 latas de atún "Bumble Bee", 12 botellas de acondicionador y 12 de champo Pantene anticaspa, 12 frascos de Vaselina Intensiva Care (muy bueno para la piel, no sirve para cocinar), 12 tubos de crema dental Colgate, 12 cepillos de clientes, 12 latas de frijoles Span( españolas, de las mejores); 4 latas de chorizo (de verdad.) Dividan con la familia, ( sin peleas!!! ) En los pies de tía Jimena están un par de tenis Reebok nuevos talla 9, son para Juan (pues con el cadáver del tío Esteban no le mandamos nada y se quedo enojado.) En su cabeza hay 4 pares de calcetines nuevos para los hijos de Antonio, son de colores diferentes. De nuevo, por favor, sin peleas! Tía Jimena esta vestida con 15 sudaderas Ralph Lauren: una es para Robertito y las otras para sus hijos y nietos. Ella también lleva una docena de sostenes Wonder Bra, dividan entre las mujeres igual que las 20 botellitas de esmalte para uñas Revlon que están en las esquinas del ataúd. Tía también lleva puesto 9 pantalones Dockers y 3 jeans Levis. Papá : quédese con 3 y les regala los otros a mis hermanos. El reloj Seiko que papá me pidió, lo lleva puesto en la muñeca izquierda; también usa los aretes, pulseras y anillos que Mamá quería y me pidió. La cadena en el cuello es para mi prima Carlota; los 8 pares de medias Channel son para repartir con mis amigas y las vecinas, o si quieren pueden venderlas (por favor no las den baratas, que son de las caras.) La dentadura que le pusimos es para la Abuela que hace años esta sin dientes y no puede masticar(con estos dientes va a poder comer pan sin antes mojarlo en el café.)

Los lentes bifocales son para Alfredito, pues son del mismo grado que él usa; también es de él, la gorra de los Orioles que lleva puesta. Los aparatos para la sordera que usa tía, son para la tía Carola; no son exactamente los que necesita, porque son de segunda mano, los nuevos están carísimos.

Los ojos de tía no son de verdad, son lentes de contacto; quítenselos que son de Marcela, se los debía desde sus 15
años. En los dedos de los pies, van los anillos de oro para el casamiento de Josefina, para que esté súper hermosa ese día. Espero que nadie se queje esta vez......... no le cuenten a nadie todo esto y sáquenlo rápido, antes de comenzar a velar el cadáver. Con mucho amor: María Dolores.

P. D.: Por favor consigan ropa vieja para vestir a tía Jimena para el entierro y manden decir una Misa para el descanso de su alma, pues ella les ayudó hasta después de muerta. Como verán el cajón es de muy buena madera; no agarra termitas, desháganlo y hagan las patas de la cama de Mamá y cómprenle un cajón de los baratos, pues a ella le gustaban las cosas sencillas.

Saquen el cristal de la tapa y arreglen el portarretratos de abuela que esta roto hace años; una bolsa plástica será suficiente para volverlo a arreglar. Con el forro del cajón, que es de satín blanco de 20 dólares la yarda, Josefina se puede hacer su vestido de novia. No dejen que toda esa alegría les olvide vestir a tía para el entierro. Con la muerte de Tía Jimena, la tía Blanca se quedo muy triste y enferma, creo que pronto les estaré mandando mas cositas.
Há pouca coisa mais irritante que um telemóvel desligado ou que ninguém atende.
Dia perfeito para a celebração da boa mesa. O jarro que rode!


HOJE DIA 30 DE OUTUBRO DE 2003 - QUINTA-FEIRA

REGIÕES DO NORTE E DO CENTRO:
CÉU MUITO NUBLADO OU ENCOBERTO.
VENTO MODERADO (20 A 35 KM/H) DO QUADRANTE OESTE, TORNANDO-SE
MODERADO A FORTE (30 A 50 KM/H) COM RAJADAS ATÉ 90 KM/H, EM
ESPECIAL NO LITORAL.
NAS TERRAS ALTAS O VENTO SERÁ FORTE A MUITO FORTE (45 A 65 KM/H)
COM RAJADAS ATÉ 120 KM/H, TORNANDO-SE MUITO FORTE A EXCEPCIONALMENTE
FORTE (70 A 90 KM/H) COM RAJADAS ATÉ 140 KM/H A PARTIR DA TARDE.
CHUVA, POR VEZES FORTE A PARTIR DA TARDE NAS REGIÕES A NORTE
DO SISTEMA MONTANHOSO MONTEJUNTO-ESTRELA.
REGIÕES DO SUL:
CÉU MUITO NUBLADO.
VENTO MODERADO (20 A 35 KM/H) DE OESTE, TORNANDO-SE MODERADO A
FORTE (30 A 50 KM/H) COM RAJADAS ATÉ 80 KM/H NO LITORAL E FORTE
A MUITO FORTE (45 A 70 KM/H) COM RAJADAS ATÉ 100 KM/H NAS TERRAS ALTAS.
PERÍODOS DE CHUVA FRACA.
ESTADO DO MAR
COSTA OCIDENTAL A NORTE DO CABO CARVOEIRO:
ONDAS DE NOROESTE COM 3 A 4 METROS, AUMENTANDO PARA 6 A 7 METROS.
TEMPERATURA DA ÁGUA DO MAR: 16 C
COSTA OCIDENTAL A SUL DO CABO CARVOEIRO:
ONDAS DE NOROESTE COM 2,5 A 3 METROS, AUMENTANDO PARA 4 A 5 METROS.
TEMPERATURA DA ÁGUA DO MAR: 18 C
COSTA SUL:
ONDAS DE SUDOESTE COM 1,5 METROS, AUMENTANDO PARA 2,5 A 3 METROS.
TEMPERATURA DA ÁGUA DO MAR: 18 C
TEMPERATURAS MÁXIMAS PREVISTAS:
PORTO - 17
LISBOA - 19
FARO - 21


Arlindo e a poeira

O escarro atingiu o asfalto com a precisão assustadora de um míssil de cruzeiro. A estalada sonora espantou alguns pardais que se coçavam ali perto, o ar quente e seco de Agosto a fazê-la ecoar por entre os prédios. Castanha com o café matinal, a coloidal descarga borbulhou durante dois segundos a fritar ao sol, e depois desapareceu deixando para trás alguns montículos mais espessos.
Ao passar pela igreja, viu uns vinte metros mais abaixo a Bina que se passeava, já a esta hora, a tresandar queca por todos os poros, os olhos raiados de sémen. Cabrona. Também tu hás-de roê-lo, pensou.
Raspou a unha crescida do mindinho por trás da orelha esquerda, arrancando milhares de células epiteliais há muito tempo mortas e esquecidas. Arreganhou o maxilar inferior, e com as presas afiadas libertou a unha do seu fardo.
Puxou de um cigarro. A chama do isqueiro bruxuleava à frente dos seus olhos, hipnotizando-o e levando a sua mente simples até outras paragens. Quem faria arder a chama? Não queria acreditar nos jeovás, nem nessa corja de manás e universais dum cabrão, que passavam a vida a besuntar-se com óleo de fritar e a mugir como se tivessem os pelos do cu a arder. Mas quem faria arder a chama, e onde iriam buscar tanta gaja boa a falar inglês tão bem para fazer as Marés Vivas? Doía-lhe a cabeça, fechou o isqueiro, deu uma passa que o encheu até à bexiga e continuou o seu caminho.
Abriu a porta da oficina com uma patada seca no sítio secreto que só ele e o Canina conheciam. Depois tropeçou na lata dos pregos, caíu em cima de uma cavilha e morreu. Sic transit gloria mundi.

Ed è subito sera

Ognuno sta solo sul cuor della terra
trafitto da un raggio di sole:
ed è subito sera.

Salvatore Quasimodo

[ref. Ana]
Contra a certeza da morte. Eu sei, faço fixações.
Flame inspiration...
Este é extenso. Não subscrevo nem repudio. Tenham fé...

Population Control
Na encosta suave, virada a nascente, a casa erguia-se rasteira. A rua, estreita, ladeava os muros caiados, rasteiros, enfeitada com portas pequenas de madeira antiga. Folhas e ramos com folhas exploravam, espreitando, a rua e as portas por cima do muro.
Era a terra molhada de orvalho e a alvorada seca, era a família albergada entre quartos a dormir os pratos da véspera.
Uma janela branca, portadas assim, e a luz indirecta aos pés do colchão. O quarto tranquilo da noite tranquila, o ar tépido e limpo. O cheiro do café quente mais forte que as paredes da casa.
A porta branca, descendo a escada de madeira antiga, não fria, forte, pelo corredor comprido passando por portas e uma lâmpada vigil.
Os pés, em meias, os olhos dispostos a saber o que um dia traz consigo, eram as mãos que coçavam o corpo estremunhado ao passar por água fresca o rosto contente. As gotas brilhavam como estrelas cadentes no perlimpimpim matinal, como fadas num céu branco e radioso.
O pão, quente e estaladiço, os copos e tudo na mesa comprida, o pão.
Hoje eu sei que tu estás aí, e sei tão bem como tu sabes que todas as noites são tranquilas, mesmo as que, por princípio, não o deveriam ser. É tão suave falar em nós, tão suave como a encosta por onde aquela alvorada rolou em gotas de orvalho. Ainda tenho as mãos firmes, hoje sou mais forte que as paredes da casa, embora talvez por princípio não devesse sê-lo.
É hoje e nestes dias que a vida me ensina que nunca deixamos realmente de ser crianças.
Gosto de climas extremos. É por ter feito tudo cedo na vida, por não ter havido internet quando tinha quatro anos. Assim é normal passar-me com as nuvens carregadas, electricamente definidas, com a promessa de ventos e furor aberto.
Lembro-me da tua lareira, e das peles afins que em vinte e dois anos de amizade nunca se haviam descoberto, lembro-me dos troncos que trouxe da cave para juntos sabermos o segredo do chá, os receios da noite, o abraço dos amantes contra a certeza da morte.
Hoje tenho palavras próprias, não é um dia como ontem, decididamente não é um dia como ontem e tenho saudades da tua lareira.

O cumcaraças

«O clínico, que distribuiu cartões de visita aos jornalistas em que aparece identificado como "médico psiquiatra", "conselheiro económico honorário da Embaixada do Panamá" e "Aero Medical Examiner", não é reconhecido pela Ordem dos Médicos como psiquiatra.»
Estranhamente, hoje os tipos do Diário Digital soam-me a moderado, a amorfo. O País vê agora as entranhas da mecânica do Estado? Porra, o País está farto de ver, é por isso que se abstém em massa trocando as urnas por areia e sal, só que ai de nós, o País vive varado pelas dívidas, pelo deslumbramento, pela anestesia, pela ilusão chavaleca de liberdade na sua pior definição (fazer o que se quer, e não o que se deve) e à quinta geração no futuro, se não estivermos a discutir a paridade do crioulo como língua oficial nas escolas, estaremos decerto a remoer os restos das leis de 1955, no tocante à plantação do tremoço em terras de xisto.
O Blogger está em baixo due to planned maintenance. Não domino o impulso, e com a mente ligada ao hiperespaço deixo sair a coisa.

Os artifícios do chico-esperto que advoga a causa do condenado Bibi transportam-me inevitavel e sardonicamente de volta a episódios vividos em primeira, segunda e terceira mão.
Seja o dia em que certo elemento, parado num semáforo, foi abalroado por um Mazda RX7, pilotado por elemento natural de Cabo Verde, de 17 anos, sem documentos pessoais, sem seguro, com registo de propriedade em nome de terceiro elemento, este residente na Pedreira dos Húngaros, dando origem a cinco semanas e meia de demanda entre as seguradoras, o ISP, o FGA, a oficina, o rent-a-car e a esquadra da Pontinha, onde o evento ficou reduzido a escrito embora só para arquivo, já que a autoridade não apura culpados, não assume a defesa dos lesados, não acompanha a punição e demais medidas de restrição dos culpados (a menina anda por aí) ficando limitada a esboçar croquis, como se empenhada em fazer dos nossos dias um mapa do Inferno.

Ia narrar mais mas perdi a vontade.
SR-71
One is the loneliest number that you'll ever do
Two can be as bad as one, its the loneliest number since the number one
No is the saddest experience you'll ever know
Yes is the saddest experience you'll ever know
cause one is the loneliest number that you'll ever know
one is the loneliest number even worst then two
yeah
its just no good anymore since you went away
now I spend my time just making up rhymes of yesterday
one is the loneliest number
one is the loneliest number
one is the loneliest number
since you went away
since you went away
(one is the loneliest number since you've gone away)
one is the loneliest number
one is the loneliest number
one is the loneliest number
since you've gone away
Its just no good anymore since you went away
now I spend my time just making up rhymes of yesterday
one is the loneliest number
one is the loneliest number
one is the loneliest number
since you went away
since you went away


Filter

Carmen 43

Salve, nec minimo puella naso
nec bello pede nec nigris ocellis
nec longis digitis nec ore sicco
nec sane nimis elegante lingua.
Decoctoris amica Formiani,
ten provincia narrat esse bellam?
Tecum Lesbia nostra comparatur?
O saeclum insapiens et infacetum!

29.10.03

O que eu queria dizer ha pouco sobre a perpetua impunidade eh redutivel a uma frase: eh um mal endemico so curavel pelo metodo da purga.
A verdade é que muitas pessoas são hoje crucificadas porque produzem mais, em meia hora de trabalho dedicado ou em oito horas de trabalho simultâneo com auto-aperfeiçoamento e dispersão lúdica, do que os seus supervisores (ad lib pela cadeia hierárquica acima) em muitas semanas de tromba-posta e saídas depois das 20 - nem que seja a encher chouriços...
From: rainbowman (rainbowman@ondeeutrabalho.com)
To: Dep. Op. Adm.
09:39 29/10/2003

Bom dia,

por favor dá-me a forma de movimentar a conta xxx

Thanks,




From: Dep. Op. Adm.
To: rainbowman (rainbowman@ondeeutrabalho.com)
15:39 29/10/2003

É com duas assinaturas.




From: rainbowman (rainbowman@ondeeutrabalho.com)
To: Dep. Op. Adm.
15:39 29/10/2003

Sim, mas quais, quem, como?




From: Dep. Op. Adm.
To: rainbowman (rainbowman@ondeeutrabalho.com)
16:28 29/10/2003


O titular A assina com todos excepto com o E
O B e o C podem assinar juntos
O titular D assina com o A, o B ou o E

é um dia perfeitamente para cães
[reproduzido com permissão (ainda que passiva) dos intervenientes]


A ordem surge do caos...
[01:51] >rainbowman^> 99% of it is an approach to reality based on something you think you need.
[01:51] >zyphryus> paradox + rendezvous = coyote?
[01:51] >rainbowman^> only if morse code means that galaxies spin like anthills.
[01:53] >zyphryus> my hands crave the night, but my body seeks to soak the sun.
[01:54] >rainbowman^> yet you're thin like films of sand, like waves like grains like sponge and sword and mouths seek no stream.
[01:56] >zyphryus> free hand writes likt the flying wings of orage rays, but let me speak, and i shall tell you of the dioxazine purple winged creautres.
[01:56] >rainbowman^> yeah and typos too
[01:56] >zyphryus> exactly.
[01:57] >rainbowman^> but hell, twixt cans of gloom and shades of rock, earth cradles sunrise smiles and we handle the words like tasting the light.
[01:57] >rainbowman^> but wine is abroad
[01:58] >zyphryus> and the crow lies on its side, silently singing.


Trademark
[22:19] >rainbowman^> bem sei :)
[22:19] >IlhaCristina> credo homem... diz uma vez k seja na vida k nao sabes :)


Referências eternas
[23:51] >Elora> e o brotas claro
[23:51] >Elora> toda a gente conhecia o brotas
[23:51] >rainbowman^> yah a barba ambulante
[23:51] >rainbowman^> pullover roxo
[23:51] >Elora> :)
[23:51] >rainbowman^> passei por ele ha uns dias
[23:51] >Elora> esse mesmo
[23:51] >rainbowman^> ia cheio de fotocopias
[23:51] >rainbowman^> num saquinho de plastico
[23:51] >Elora> onde?
[23:51] >rainbowman^> na 5 de outubro
[23:51] >rainbowman^> ai ha 3 meses
[23:52] >Elora> q faz ele?
[23:52] >rainbowman^> anda no partido...
[23:52] >Elora> e fisica?
[23:52] >rainbowman^> ainda lhe faltam cadeiras
[23:52] >Elora> poiz
[23:52] >rainbowman^> incrivel para um gajo que com 16 anos demonstrava teoremas pa reinar com o pai
Em termos de BD, o 300 do Frank Miller deve ser das melhores coisas que já se fizeram.
A EN 206, na rotunda perto de Serzedelo e Gondar, deriva numa EM (ou ER) que vai direitinha a Ronfe (Valdante), e é aí um ponto a visitar.
Vinha no caminho a pensar em duas coisas (além da condução, do jantar, de preparar mentalmente as aulas que vou dar, e da forma mais expedita de perder os oito kg que faltam): no acto de blogar e na cultura da impunidade.

O acto de blogar pode ser

a) um revivalismo pueril
b) o exercício do apego à vida eterna, como plantar uma árvore, procriar ou executar uma obra de arte
c) uma forma de matar o tempo contornando a clausura instituída pelo corporativismo (ou pela simples necessidade de estar sentado numa cadeira oito horas por dia para receber o salário mínimo)
d) um mix completamente freestyle de todas as anteriores.

Quanto à cultura da impunidade lembrei-me de uma noite, há muitos anos, em que estava sentado à porta da casa onde morei durante 23 anos, e eram quatro da madrugada. Estávamos lá os cinco, a conversar depois de um copo. Duzentos metros mais abaixo, estavam três tipos a chutar qualquer coisa na veia. A GNR passou e mandou-nos ir para casa por causa do ruído de vizinhança, e ignorou os outros tipos. Seis meses antes, um sujeito foi espancado por um bando de feirantes (daqueles dos carrocéis e da sardinha a balde) e uma vizinha ligou para o posto da GNR de Loures, para receber, meia hora mais tarde, uma chamada em retorno, na qual uma voz tosca e hesitante perguntava "olhe, era para saber se já acabou ou se ainda há confusão". De manhã havia sangue pela rua toda. Claro que isto foi há treze anos e hoje os niveis de civilidade, literacia e segurança mudaram muito.

E com isto fiz os 9km até aqui.
Bem sei, estou a repetir-me, mas a PDI não perdoa. Daqui a nada já vou sentir-me bastante melhor, com cores mais vivas e quatro rodas no chão.
Isto nem todos os dias vai poder ser assim, mas para comecar não esta mal...
[cross-blogging: Albergue dos Danados]

A autoridade da república impõe-se pelo temor, não pela complacência. Por isso, aqui, regista-se a informação de alguns postos de vigilância do tráfego motorizado em Portugal.
A GNR adquiriu viatura novas, insistindo nos Subaru Impreza WRX. Os oito novos carros da GNR para controlar a velocidade na auto-estrada têm as seguintes matrículas: 01 - 63 – RZ; 01 - 64 - RZ; 01 - 65 - RZ; 01 - 66 - RZ; 01 - 67 - RZ; 01 - 68 - RZ; 01 - 69 - RZ; 01 - 70 - RZ. Claro está que os BMW 330d, com matrícula PE, continuam a oferecer suporte móvel a radares da GNR.
Outra informação relevante e a saber é que foram recentemente instalados ao longo do percurso da A1 radares electrónicos fixos para controlo da velocidade, com capacidade de registo em polaroid dos veículos cujos a pressa dos respectivos condutores ultrapasse os cento e quarenta quilómentos por hora. As localizações de tais equipamentos são as seguintes: entre o quilómetro zero vírgula cinco e o quilómetro dez, em ambos os sentidos; entre o quilómetro quarenta e cinco e o quilómetro cinquenta, em ambos os sentidos; entre o quilómetro oitenta e cinco e o quilómetro noventa e cinco, no sentido sul-norte; entre o quilómetro cento e vinte e o quilómetro cento e trinta, em ambos os sentidos; entre o quilómetro duzentos e quarenta e cinco e o quilómetro duzentos e cinquenta, em ambos os sentidos; entre o quilómetro duzentos e oitenta e o quilómetro duzentos e oitenta e sete, em ambos os sentidos.
Com a lavragem deste elenco de novidades, espera-se também que se tenham tornado mais transparentes o património e os activos da república. Que é de todos nós. Por todos nós a sermos.


[por gentileza e graça de Nicky Florentino]
É verdade... este blog nasceu hoje! Muitas e longas. Daqui a pouco são cinco e meia.


Vitória!
teste
Xiça, daqui vejo o céu plumbeo na iminência de se abater sobre o vertex incauto desta cidade. Ai de nós que metemos moedas no parquímetro há um bocado, e os verdes esbirros do sistema agora votam-se ao ostracismo durante o resto da tarde. C'um caraças.
"Todos os profetas armados venceram, e os desarmados foram destruídos."
Maquiavel, Niccolo [1469-1527]
A vida eh um livro aberto, e nao faz sentido recear a dor.
Taberna Típica Quarta-feira
Morada: R. do Inverno, 16-18, Évora
Tel.26627530
Especialidades: Lacão(lombo de porco assado); Trouxas; Carne de Porco c/esparregado
Encerra ao Domingo
E isto eram alguns nomes de gajos duma organização tribal que está a desaparecer... não sei se o documento era classified ou não, mas com a idade que tem e pelas mãos por onde passou, já deve ser conhecido das Bouças ao Utah, passando pelo Corno da Patagónia.


1 Abreu Geraldo Kamorteiro (Chefe do Estado-Maior)
3 Apolo Pedro (General)
6 Bikingui Aleluia
13 Chissende Ezequias Buffalo Bill (Brigadeiro)
26 De Bala Assobio (Coronel) Bela Vista, Huambo
45 Guerra Cristo António (Alemanha)
63 Kanjungo Fernando Ngueve «Sheltox»
67 Kalupe Dominó (Togo)
68 Kassesse Estêvão «Rhino» (General)
70 Katata D. «Veneno» (Brigadeiro)
97 Paulo Aniceto Lucas (Gato)
99 Paulo Luísa Lusinga (Gato)
100 Paulo Pedro (Gato) (Togo)
111 Sachiambo Aninhas (Coronel)
134 Sapalalo Altino Bock (General)
135 Sapalalo Catarina (Tiny / Costa do Marfim, Filha do general Bock)
139 Satumbo Esperança Dachala (Togo)
140 Savimbi Jonas (Presidente)
141 Segunda Domingos
146 Tchindandi João Baptista (Black Power General)
147 Teca Rogeiro (Bélgica Finanças e diamantes)
153 Vindes Augusto (Togo, Estudante)
Alguns filmes duma lista que deveria ser composta por curtas centenas de entradas, mas que sucumbiu à falta de paciência, como tantos outros caminhos paralelos.

13th Warrior, The (1999)
1900 (1976)
Aliens (1986)
Assassins (1995)
Assault on Precinct 13 (1976)
At Close Range (1986)
Braveheart (1995)
Bridges of Madison County, The (1995)
Brutti sporchi e cattivi (1976)
Buono, il brutto, il cattivo, Il (1966)
C'era una volta il West (1969)
Cliffhanger (1993)
Con Air (1997)
Conspiracy Theory (1997)
Crimson Tide (1995)
Crow, The (1994)
Día de la bestia, El (1995)
Dead Calm (1989)
Dead Poets Society (1989) [Pending]
Deer Hunter, The (1978)
Django il bastardo (1969)
Dune (1984)
Enter the Dragon (1973)
Evil Dead, The (1982)
Face/Off (1997)
First Blood (1982)
Ghost Dog: The Way of the Samurai (1999)
Glory (1989)
Godfather, The (1972)
Green Card (1990)
Hamburger Hill (1987)
High Fidelity (2000)
Hitcher, The (1986)
Howling, The (1980)
Hunger, The (1983)
Jûbei ninpôchô (1995)
Johnny Guitar (1954)
Killers (1996)
Ladyhawke (1985)
Le Balon Rouge (1956)
Life of Brian (1979)
Lifeforce (1985)
Long hu feng yun (1987)
Mariachi, El (1992)
Mauvais sang (1986)
Maverick (1994)
Mes nuits sont plus belles que vos jours (1989)
Natural Born Killers (1994)
Nosferatu, eine Symphonie des Grauens (1922)
Omen, The (1976)
Once Upon a Time in America (1984)
Outbreak (1995)
Outland (1981)
Pale Rider (1985)
Paris, Texas (1984)
Pelle erobreren (1987)
Perfect Storm, The (2000)
Point Break (1991)
Raising Arizona (1987)
Ransom (1996)
Replacement Killers, The (1998)
Reservoir Dogs (1992)
Rio Bravo (1959)
Road House (1989)
Ronin (1998)
Rumble Fish (1983)
Salvador (1986)
Scream (1996)
Se7en (1995)
Southern Comfort (1981)9
Speed (1994)
Stand by Me (1986)
Subway (1985)
Tango & Cash (1989)
Taxi Driver (1976)
Terminator 2: Judgment Day (1991)
Texas Chain Saw Massacre, The (1974)
They Live (1988)
Thin Red Line, The (1998)
Thing, The (1982)
Three Kings (1999)
True Lies (1994)
Under Siege (1992)
Wag the Dog (1997)
Wild Bunch, The (1969)
Wo hu cang long (2000)
Wolfen (1981)
Year of the Dragon (1985)
And the dream comes to life.
And as it turns I revel and gloom departs, and there is none
who can know for sure the precise extent of my joy, not the wise,
nor the bold, most certainly not the dull, and not these pale
who roam about their lifelong deaths.

And the dream has come to stay.
In time I might wilt, you won't say "I pity", for nature = complete,
and wilting, like blooming, = part of all nature.
But dreams pervade time and none can know for sure if they start or how they end,
save the clouds and the stones and the leaves and perhaps raving madmen.

So the dream has landed.
And the signs were there, and the signs are here and my God how fiercely deep
its roots have hunted for my heart, a dream has been true since the dawn of salt water
and it shines on my soul
like the morning Sun.



é que afinal não posso lá ir hoje, porque se aplica a regra do faz o que eu digo não faças o que eu faço.
we are innumerable
unknown

made of rebellion and struggles
we are innumerable
made of blood and fights
we are all those men without name
made of power and love
we are those who
from West to East
face the Sun squarely
and believe in the stars
we are all those who fall smiling
who die singing
ignored leaves of a tree
that falling vertically beautiful
will fecundate the roots
of other trees unborn
warm the soil
where red poppies will spring
to be gathered by smiling children
we are those who walk
with eyes wide open turned to the morning
songs in our lips

We are innumerable
unknown

Mário-Henrique Leiria
Vou ver um cliente.
Ébrios


Caminhei ao longo do cais, levado pelo silêncio das margens ainda sombrias na manhâ de Agosto. Espraiados, os botes coloridos bailavam sob o pêndulo do cachão, a ria a fazer toilette em antecipação ao despontar dourado. O molhe, fincado, acolhia as amarras dos batelões enferrujados, em merecido repouso da faina diária e redundante.

O céu levava traços púrpura e laranja, com laivos de meios-tons por nomear. O aroma era de maresia ou talvez da liberdade que espreitava já ali, ao virar da barra. Fazia-se sentir uma frescura que me acalentava os sentidos.

Dei com os três na escada do pontão, ainda envoltos no frémito da noitada, em cada mão esquerda um copo vazio a exprimir a fome de segurar os momentos já idos. Falavam e riam à toa, palavras que não me dei a interpretar, mas logo me deixei contagiar pela leveza do seu estar, e abri um sorriso, um olá cúmplice e tentativo.

Acenaram com os copos, os olhos da Ana a desmentir a nesga de sol que alvorecia sobre a velha fábrica de conservas à entrada da barra. A careca do Leonel reflectiu por um instante fugaz o primeiro raio do dia, chegadas as sete da madrugada e um pouco menos de roxo a leste.
Continuaram na sua ladainha, ambos e o outro que fazia a corte aos gomos de laranja no fundo do copo rachado. O troar suave das suas vozes dava nexo a querer ser jovem, levava de vencida a apatia de crescer e envelhecer submisso à História.

Quando o barqueiro veio cumprimentámos o sol ombros com ombros, pintando o alvor com palavras esdrúxulas e recém-nascidas. Assim nos transportou, vinte segundos ou dez horas de comunhão pueril, e quando finalmente atracou e os nossos pés calcaram a areia húmida de orvalho, soltámos um adeus tão curto quanto a nossa vivência, tão factual quanto o azul que já era a única cor do céu, íntimo não como ocorre entre indivíduos, mas antes entre exemplares de uma mesma espécie, de olhos postos na magia do momento presente.

Creio que não tornarei a ver a Ana, nem o sol reflectido na calvície do Leonel, nem o outro que assediava os gomos de laranja. Mas quando entrei na casa que era minha sem o ser, e me deixei vaguear nessa orla enevoada às portas do sono, voltou-me aquele sorriso que me invadira lá atrás, no molhe. A certeza reconfortante de que, tal como hoje me sucedera, haverá mundo fora miríades de alvoradas, de Anas, e de brisas refrescantes à espreita do Tempo parado, à beira de descobrir o que nos faz quem realmente somos.
Si vis pacem para bellum.
Há um gajo chamado (?) Dugpa Rimpoché (é um título) (como "Gyatso") (ou "Engenheiro") que pensa direito, direitinho. Aforismos. Por vezes há um hiato abissal entre as dimensões da velocidade dos meus pensamentos e da clareza com que opto por os reduzir a escrito - ou ao verbo...
Adormeci no sofá a ouvir Stina Nordenstam com o subwoofer e a televisão ligados (não consigo pensar em nada de mais inútil às 04:00 - portanto duas horas antes de acordar) e depois de ter acabado um balão de Remy Martin. De manhã matei um peixe-de-prata com raid azul e fui ver o IC19 antes de decidir não fazer a barba. É que hoje não tenho palavras próprias, o que é um estado recorrente que se manifesta sempre que os dias e as paredes se lembram de vir cobrar o repouso em atraso. Mas temos todos muito tempo de dormir durante a morte.


Hoje é um dia reservado ao veneno
e às pequeninas coisas
teias de aranha filigranas de cólera
restos de pulmão onde corre o marfim
é um dia perfeitamente para cães
alguém deu à manivela para nascer o sol
circular o mau hálito esta cinza nos olhos
alguém que não percebia nada de comércio
lançou no mercado esta ferrugem
hoje não é a mesma coisa
que um búzio para ouvir o coração
não é um dia no seu eixo
não é para pessoas
é um dia ao nível do verniz e dos punhais
e esta noite
uma cratera para boémios
não é uma pátria
não é esta noite que é uma pátria
é um dia a mais ou a menos na alma
como chumbo derretido na garganta
um peixe nos ouvidos
uma zona de lava
hoje é um dia de túneis e alçapões de luxo
com sirenes ao crepúsculo
a trezentos anos do amor a trezentos da morte
a outro dia como este do asfalto e do sangue
hoje não é um dia para fazer a barba
não é um dia para homens
não é para palavras

(António José Forte)


De certeza que a rede pedófila tem mais ramos que um pinheiro de Natal made in Ilhas Faroë, e que nem o Chris Carter ou o Alan Moore estariam à altura de tal enredo, mas a esperança que tenho, pessoalmente, de acordar um dia e dar com as manchetes ocupadas por um empalamento em massa nas escadas do parlamento, é a mesma que se calhar reside no acto de votar em branco.

O outro sempre fez um parque lá nas traseiras, que me dá jeito porque já não gasto vinte contos por mês a mandar arranjar os espelhos.

Tenho saudades de te ver e não compreendo a malta que vive de rolha metida no cu, de camisola enfiada pelos poros dentro sem querer perceber que não, não é verdade que das oito às dezoito nos devemos anular porque nos pagam para isso e existe um mundo melhor para os nossos filhos se perpetuarmos esta sociedade.

Tenho escrito umas coisas, ando a trabalhar numa short story para servir de base a um jogo, vou comprar uma guitarra nova para voltar a dar uns toques, e daqui por nove dias são as minhas duas semanas de filhote. Acessoriamente o forum anda activo, estou a reler o Crime e Castigo, vou ver a Mari Boine no dia 30/11, estou a tentar organizar um meeting global do #tavern, amanhã dou um jantar para 8, tenho corrido dia sim dia não, a Xana deu-me alheiras, encontrei um site porreiro de arte digital e continuo a achar Klimt, Dali e Millet os maiores.

Já não jogo um King há milénios, mas em compensação tenho uma garrafa nova de Lagavulin. Yay.