21.8.07

NAVIGATING BY THE STARS
(Sullivan) 2002

I must have been looking in all the wrong places
From island to island across the blue
Land astern we’re setting sail into the yonder
We’ll be navigating by the stars

747 into the morning
High above the ocean and the curve of the earth
All the way from somewhere back, forty nights all lost in dreaming
Still navigating by the stars

Bound forever, still driving home
In the cool of the darkness on the silent roads
Rising up before us now, the hanging trees and the looming mountains

20.8.07

Por vezes julgo que este blog deveria terminar aqui, onde quer que o aqui calhasse. O que há para fazer, o resto da tarefa, poderei ombrear de mão dada contigo no Kyle of Lochalsh, caídos numa sessão de cinema irreflectida, ou emudecidos nessa mesma Catedral onde agora te encontras e de onde me escreves, deixando-me reduzido a esta pobre e verborreica sombra.

Falta tudo; não falta nada. Não há nada que eu escreva que não caiba nas nossas trocas de olhares, nem frases cujo teor se compare ao roçar de peles com que abrimos as noites. Em piloto automático e de coração no futuro (o teu único beco sem saída, onde tanto me agrada torcer um braço-de-ferro contigo) o que mais importa está quase composto: viste-os, a ambos, ontem à tarde, e sabes bem com que podem contar.

Eu amo-te. Porque penso sobre nós, porque me é inevitável, à guisa de escorpiões a cavalo em sapos ingénuos. Porque a paixão não fenece mesmo quando o corpo recusa continuar, ao décimo quilómetro ou à décima investida, e permanece. Vela, inflama, arde sem se consumir. Até o medo da morte, esse pavor que carregava desde a infância, nada merece desde que nos aceitámos.

E eu aceito-te, tal como to disse ontem, felizes, sorridentes, apaixonados, rendidos, tensos sem sabermos bem a exacta fórmula do vigor que nos atravessa a cada contacto. Aceito-te com o teu passado (que nunca será ignorado), os dias presentes (ao longo dos quais estarei à tua espera, porto seguro e tranquilo, a caminho da vida real), e com a névoa de um futuro que apesar de tudo, contigo, volto agora a apreciar com menos cinismo, mais livre de mim.

Este blog não termina aqui porque todos os dias me amas além de qualquer dúvida.

On Turning Ten
The whole idea of it makes me feel
like I'm coming down with something,
something worse than any stomach ache
or the headaches I get from reading in bad light--
a kind of measles of the spirit,
a mumps of the psyche,
a disfiguring chicken pox of the soul.

You tell me it is too early to be looking back,
but that is because you have forgotten
the perfect simplicity of being one
and the beautiful complexity introduced by two.
But I can lie on my bed and remember every digit.
At four I was an Arabian wizard.
I could make myself invisible
by drinking a glass of milk a certain way.
At seven I was a soldier, at nine a prince.

But now I am mostly at the window
watching the late afternoon light.
Back then it never fell so solemnly
against the side of my tree house,
and my bicycle never leaned against the garage
as it does today,
all the dark blue speed drained out of it.

This is the beginning of sadness, I say to myself,
as I walk through the universe in my sneakers.
It is time to say good-bye to my imaginary friends,
time to turn the first big number.

It seems only yesterday I used to believe
there was nothing under my skin but light.
If you cut me I could shine.
But now when I fall upon the sidewalks of life,
I skin my knees. I bleed.

- Billy Collins

16.8.07

Nos braços de Mercúrio, vou por dentro do esquema, por cima da biologia, pelo caminho das pedras, nos braços de Mercúrio para ti.
Via Zero de Conduta:


"Politicamente só existe aquilo que o povo sabe que existe", disse Salazar, durante a inauguração do Secretariado de Propaganda Nacional, em 26 de Outubro de 1933.

Um estudante de doutoramento de Caltech acaba de lançar uma ferramenta de busca na Wikipédia que promete dar que falar. É só inserir o nome ou morada IP de uma organização e, voilá, temos o historial de alterações da Wikipedia submetidas por essa morada. (ver história da Wired ou o site aqui: se não der é porque meio mundo está a aceder ao site). A Wired lista já algumas das mudanças (onde as mudanças feitas pelo servidor da FOX News já estão a dar que falar) .

E então experimentei o seguinte: o sufixo do Governo Português .gov.pt (ver CEGER para uma listagem de gov.pt). Depois é ir aqui para ver qual a morada IP correspondente: neste caso, 193.47.185 (0 a 255, ocupam a banda de IP). Depois é só ir ao motor de busca para ver a máquina de contra-informação a funcionar.

Pelos dias em que rebentou o escândalo Sócrates-UNI (início de Abril de 2007), alguém (IP 193.47.185.124) apagou:

"Universidade Independente is presently (06-04-2007) under investigation on alleged irregularities on several matters. The Portuguese Prime Minister alleged university degree by this university is presently under a huge public discussion and media storm. A strong case is being build up against possible false declarations by José Sócrates on his university degree. Under heavy pressure, the Portuguese Prime Minister promised to clarify the situation..."

e apagou também o "briefly" em "he briefly attended the ''Instituto Superior de Engenharia de Lisboa'' .

A luta de posts e contraposts repete-se nos dias seguintes, onde se afiança que "He completed an MBA" e apaga a sua média de curso ("12 out of 20"), bem como a descrição da vida pessoal: "Sócrates, a father of two who is divorced, lives in Lisbon and is a registered elector of the municipality of Covilhã (central inland Portugal) where he lived throughout his childhood and teen years with his father, a divorced architect."

Já em Julho também acharam por bem apagar uma parte de biografia de Luís Amado: "He is married (separated, long time affair with an Executive member of the World Bank; Mrs.Sarah Cliffe) and has two children". Passou a " married and has two children".

Ficam aqui os resultados desta busca: José Sócrates versões 1,2,3,4 e Luís Amado 5

PS: A Wikipedia não estava a dormir. Aqui fica a acusação de "vandalismo" ao IP 193.47.185

User talk:193.47.185.124
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navigation, search

[edit] April 2007

Please do not delete content from articles on Wikipedia, as you did to José Sócrates. Your edits appear to be vandalism and have been reverted. If you would like to experiment, please use the sandbox. Thank you. MER-C 12:26, 9 April 2007 (UTC)

PS2: Ver aqui para os resultados de um reverse IP ao número 193.47.185.124 apontando para o CEGER, que gere a banda de IPs do Governo, de 0-255, correspondente aos sufixos .gov.pt. É seguir a seta ali junto à Calçada da Estrela.


No site do CEGER pode ler-se a sua missão:

"Por delegação do Primeiro-Ministro o Ceger funciona na Presidência do Conselho de Ministros, na directa dependência do Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros. O Ceger dá suporte à Governação nos domínios das Tecnologias da Informação e Comunicação. Compete-lhe garantir a utilização mais eficaz das Tecnologias da Informação e comunicação, e particularmente da Internet, para criar melhor Governo."

Desinformar, portanto. "Por delegação do Primeiro-Ministro".


End quote.



Magnificat anima mea Dominum
Et exsultavit spiritus meus
in Deo salutari meo
Quia respexit humilitatem ancillæ suæ
ecce enim ex hoc beatam
me dicent omnes generationes
Quia fecit mihi magna qui potens est
et sanctum nomen ejus
Et misericordia ejus a progenie
in progenies timentibus eum
Fecit potentiam in brachio suo
dispersit superbos mente cordis sui
Deposuit potentes de sede
et exaltavit humiles
Esurientes implevit bonis
et divites dimisit inanes
Suscepit Israel puerum suum
recordatus misericordiæ suæ
Sicut locutus est ad patres nostros
Abraham et semini ejus in sæcula
Amen
Gloria Patri et Filio
Et Spiritu Sancto
Sicut era in principio et nunc, et semper
Et in sæcula sæculorum
Amen

13.8.07

Ever loved a woman who made you feel tall?
Ever loved a man who made you feel small?
If you were a sailor
I'd raise the anchor
To sail the sea
In search of you and me
And god
Conjures currents to break our fragile boats
And both the innocent and the damned
Are swallowed up in his wake
If you were a huntress
I'd be your bow
For your silver arrows
To seek out his heart
Ever loved a woman who made you feel tall?
Ever loved a man who made you feel small?
Who are you to complain
For lack of understanding?
We are all created equal
In just one thing alone
Alone in your thoughts that concealed you through your life
They'll take you outwards to the dark edge of time
And there's nothing more dangerous
Than a man with nothing to lose
Nothing to live for
And nothing to prove


(Gerrard / Perry)


(tenho o concerto dos Dead Can Dance, para ver contigo; isto arrisca-se a obrigar-nos a uns dias de varanda...)

12.8.07

Próximo filme a ver contigo

The Station Agent

Tyger! Tyger! burning bright
In the forests of the night,
What immortal hand or eye
Could frame thy fearful symmetry?

In what distant deeps or skies
Burnt the fire of thine eyes?
On what wings dare he aspire?
What the hand dare sieze the fire?

And what shoulder, & what art.
Could twist the sinews of thy heart?
And when thy heart began to beat,
What dread hand? & what dread feet?

What the hammer? what the chain?
In what furnace was thy brain?
What the anvil? what dread grasp
Dare its deadly terrors clasp?

When the stars threw down their spears,
And watered heaven with their tears,
Did he smile his work to see?
Did he who made the Lamb make thee?

Tyger! Tyger! burning bright
In the forests of the night,
What immortal hand or eye
Dare frame thy fearful symmetry?


- William Blake

9.8.07


By day give thanks, by night beware
Half the world in sweetness, the other in fear

When the darkness takes you, with her hand across your face
Don't give in too quickly, find the things she's erased

Find the line, find the shape through the grain
Find the outline and things will tell you their name

The table, the guitar, the empty glass
All will blend together when the daylight has passed

Find the line, find the shape through the grain
Find the outline and things will tell you their name

Now I watch you falling into sleep
Watch your fist uncurl against the sheet
Watch your lips fall open and your eyes dim
In blind faith

I would shelter you
And keep you in light
But I can only teach you
Night vision
Night vision
Night vision

- Suzanne Vega

Êxtase em três partes - o amor, a paixão, a carne ao teu lado, contigo contra a traição do Sol e a sedução da Lua, saber que nós existimos, no sorriso conjunto e na explosão contínua de prazer que nasce onde nenhum de nós se retém indivíduo. É assim que me fazes sentir.


8.8.07



Director: Edward Zwick
Writers (WGA): Charles Leavitt (screenplay) Charles Leavitt (story)
Release Date: 8 December 2006 (USA)
Photography: Eduardo Serra

Leonardo DiCaprio … Danny Archer

Djimon Hounsou … Solomon Vandy

Jennifer Connelly … Maddy Bowen

Kagiso Kuypers … Dia Vandy

7.8.07



I'm a wheel, I'm a wheel
I can roll, I can feel
And you can't stop me turning
'Cause I'm the sun, I'm the sun
I can move, I can run
But you'll never stop me burning

* Come down with fire
Lift my spirit higher
Someone's screaming my name
Come and make me holy again
I'm the man on the silver mountain
I'm the man on the silver mountain

I'm the day, I'm the day
I can show you the way
And look I'm right beside you
I'm the night, I'm the night
I'm the dark and the light
With eyes that see inside you

* x 2

Just look at me and listen
I'm the man, the man, give you my hand
Come down with fire
Lift my spirit higher
I'm the man on the silver mountain
I'm the man on the silver mountain
I'm the night the light
The black and the white
The man on the silver mountain

O Totalitarismo prepara a seara

Governo aprova comissão para regular o acesso a profissões

O Conselho de Ministros, presidido hoje pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, aprovou um decreto-lei que cria uma comissão interministerial para regular as condições de acesso a profissões.

DE

Em comunicado, o Conselho de Ministros explica que o diploma, aprovado hoje na generalidade para consulta, "visa estabelecer os princípios do Sistema de Regulação de Acesso a Profissões que, por razões de interesse colectivo ou por motivos inerentes à capacidade do trabalhador, obrigam a restringir o princípio constitucional da liberdade de escolha de profissão, regulando as estruturas responsáveis pela sua preparação, acompanhamento e avaliação".

O conselho de ministros foi hoje presidido pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, por José Sócrates se encontrar de férias, afirmou o ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, que não quis adiantar até quando o primeiro-ministro estará de férias.

O Governo aprovou um conjunto de medidas para a reforma da formação profissional, acordadas com "a generalidade dos parceiros sociais com assento na Comissão Permanente de Concertação Social" e que cria "um quadro mais ajustado à aplicação dos fundos estruturais de que Portugal vai beneficiar no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN 2007/2012)", destacou o ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva.

Em conferência de imprensa após a reunião de conselho de ministros, Vieira da Silva deu o exemplo dos jornalistas ou dos pilotos de companhia aérea como exemplos de profissões cujo acesso estará condicionado a "requisitos especiais".

Vieira da Silva referiu que há "um conjunto de profissões com requisitos especiais como por exemplo a vossa profissão [jornalistas]", apontando "em particular profissões de enorme sensibilidade social e relevância para o bem-estar público e comum" como por exemplo "piloto de companhia aérea".

"Trata-se de criar um sistema organizado e independente" para regular as condições de acesso a profissões que até agora eram estabelecidas de "forma casuística", afirmou Vieira da Silva.

A salvaguarda do interesse colectivo e "razões inerentes à própria capacidade das pessoas" são os motivos apontados no diploma hoje aprovado para restringir o princípio constitucional da liberdade de escolha da profissão.

Para definir esses critérios e preparar a legislação específica, será criada uma comissão de Regulação do Acesso a Profissões que terá a "participação técnica das áreas governamentais responsáveis pelos sectores de actividade mais relevante", indica o comunicado do conselho de ministros.

O diploma indica ainda "os requisitos específicos necessários", regula o modo de verificação dos mesmos, bem como a entidade pública competente para emitir o título profissional, e a fixação de um regime transitório para profissões já regulamentadas".



Muito a propósito, passagem de Anthem, obra essencial de Ayn Rand (grato ao Migas pela lembrança):

The Council of Vocations came on the first day of spring, and they sat in the great hall. And we who were fifteen and all the Teachers came into the great hall. And the Council of Vocations sat on a high dais, and they had but two words to speak to each of the Students. They called the Students’ names, and when the Students stepped before them, one after another, the Council said: “Carpenter” or “Doctor” or “Cook” or “Leader.” Then each Student raised their right arm and said: “The will of our brothers be done.”

Now if the Council has said “Carpenter” or “Cook,” the Students so assigned go to work and they do not study any further. But if the Council has said “Leader,” then those Students go into the Home of the Leaders, which is the greatest house in the City, for it has three stories. And there they study for many years, so that they may become candidates and be elected to the City Council and the State Council and the World Council — by a free and general vote of all men. But we wished not to be a Leader, even though it is a great honor. We wished to be a Scholar.

So we awaited our turn in the great hall and then we heard the Council of Vocations call our name: “Equality 7-2521.” We walked to the dais, and our legs did not tremble, and we looked up at the Council. There were five members of the Council, three of the male gender and two of the female. Their hair was white and their faces were cracked as the clay of a dry river bed. They were old. They seemed older than the marble of the Temple of the World Council. They sat before us and they did not move. And we saw no breath to stir the folds of their white togas. But we knew that they were alive, for a finger of the hand of the oldest rose, pointed to us, and fell down again. This was the only thing which moved, for the lips of the oldest did not move as they said: “Street Sweeper.”

We felt the cords of our neck grow tight as our head rose higher to look upon the faces of the Council, and we were happy. We knew we had been guilty, but now we had a way to atone for it. We would accept our Life Mandate, and we would work for our brothers, gladly and willingly, and we would erase our sin against them, which they did not know, but we knew. So we were happy, and proud of ourselves and of our victory over ourselves. We raised our right arm and we spoke, and our voice was the clearest, the steadiest voice in the hall that day, and we said:

“The will of our brothers be done.”


6.8.07

If I have made, my lady, intricate
imperfect various things chiefly which wrong
your eyes (frailer than most deep dreams are frail)
songs less firm than your body's whitest song
upon my mind - if I have failed to snare
the glance too shy - if through my singing slips
the very skilful strangeness of your smile
the keen primeval silence of your hair

- let the world say "his most wise music stole
nothing from death" -
you will only create
(who are so perfectly alive) my shame:
lady whose profound and fragile lips
the sweet small clumsy feet of April came

into the ragged meadow of my soul.

- e. e. cummings
Imagino-te submersa num tapete de tarefas, labaredas e apertos. Creio que será muito difícil, ainda que tenhamos décadas pela frente, explicar-te a profundidade e a desmultiplicação de sentimentos - de variáveis - que compõe o meu dia a dia. O ser, o não-ser e todas as tramas intermédias. Estar contigo e viver como tenho vivido, sabendo que há toda uma concentricidade paralela, faz-me estoirar. Elevas-me à esperança. Amo-te, amo-te, amo-te três vezes. És completa, imperfeita, ciosa, querida, minha pedra de toque. Quero ir ter contigo e apertar a noite contra as paredes do amor.
Reproduzo.

"O exame Nacional de Filosofia de 10º/11º anos de Escolaridade, prova 714, realizado em Portugal em 18 de Junho de 2007, espelha a tomada de poder , na esfera do ensino público português, pelos formalistas antifilosóficos.

Quase tudo o que é o cerne do pensamento filosófico - a definição e correlacionação recíproca dos conceitos de realismo (natural, crítico), idealismo ( subjectivo, objectivo; natural, crítico), fenomenologia (natural, crítica), empirismo, racionalismo (inatista ou não); a relação entre o uno e o múltiplo, entre o espírito e a matéria, nas filosofias pré-socráticas, platónica, aristotélica, estóica, ockaniana, cartesiana, kantiana, hegeliana, husserliana, heidegeriana, etc- foi banido pura e simplesmente do teor desta prova de exame, como das de 2006. Os apologistas da lógica proposicional que dominam o mercado editorial de livros escolares em Portugal e inspiraram, ou mesmo redigiram, este exame 714, sabem muito pouco daqueles temas. Poderia dizer-se, sem exagero, que esta prova de exame abarca, no que se refere ao 11º ano, somente um terço do programa, isto é, a unidade III -Racionalidade Argumentativa e Filosofia, deixando de parte a unidade IV-O conhecimento e a racionalidade científica e tecnológica e a unidade V-Unidade final-Desafios e horizontes da Filosofia.

Agora, sob o império dos «novos senhores» da argumentação «válida e inválida», - um terceiro Reich «filosófico» que coloca os alunos nos campos de concentração das «tabelas de verdade» e do «inspector de circunstâncias», das «regras de Morgan»! - não se pensa criativamente: aplica-se as leis do silogismo e da lógica proposicional. Os aspectos formais sobrelevam-se claramente aos aspectos substanciais da filosofia.

Nesta prova de exame, que obedece em larga medida ao sistema norte-americano das respostas de cruz e contém diversos erros, não há questões conteudais sobre o positivismo lógico do círculo de Viena, o falsificacionismo e conjecturalismo de Karl Popper, o descontinuísmo epistemológico de Thomas Khun, o anarquismo epistemológico de Paul Feyerebend, o racionalismo crítico de Gaston Bachelard e outros, matérias que 90% dos professores de filosofia abordam, melhor ou pior, nas suas aulas de 11º ano. E tudo em nome da «desmemorização positiva» dos alunos que «não devem memorizar conceitos» como «mundo inteligível e sensível de Platão» ou «caos sensorial, formas a priori, fenómenos e númenos em Kant», «ser em si, ser fora de si e ser para si em Hegel», «ek-stases em Heidegger e Sartre» ... Memorizar, não, excepto claro as banalidades de John Searle sobre determinismo e liberdade e as regras da lógica proposicional, suposto garante da «ortodoxia filosófica»!

A tese em voga dos mentores deste exame é de que «não importa o conteúdo do que os filósofos escreveram mas sim o modo como pensam». Isto é erróneo, uma vez que não pode dissociar-se a forma do conteúdo. Estes senhores, nascidos quase todos nas décadas de 60 e 70, que não estudaram a dialéctica de Hegel e Marx, Politzer ou Althusser na década de 60-70 como nós, não possuem chaves essenciais para o pensar filosófico.

A prova de exame 714 está dominada, obsessivamente, pela questão da argumentação, do modo como exprimir e fazer triunfar as suas ideias e convicções, obscurecendo o conteúdo, a essência dessas ideias e teses e a arquitectura especulativa que delas nasce inevitavelmente.

Lembra um pouco o caso de vendedores de produtos médicos ou alimentares que tiram cursos de marketing para vender os seus produtos mas que desconhecem o conteúdo e as potencialidades reais desses produtos (as vitaminas, as proteínas, os oligoelementos, os efeitos terapêuticos sobre a diabetes, o cancro, etc) e não reflectem para além da argumentação.

A inteligência filosófica foi substituída por um raciocínio mecanicista-formalista, simultaneamente antimetafísico e anti intuição empírica. Esta, sim, é a «era do vazio». Da morte da filosofia e do triunfo do esqueleto descarnado: a lógica proposicional, com os seus ossos das regras de inferência."

www.filosofar.blogs.sapo.pt

This world lives
because
Some men
do not eat alone,
not even when they get
the sweet ambrosia of the gods;

they've no anger in them,
they fear evils other men fear
but never sleep over them;

give their lives for honor,
will not touch a gift of whole worlds
if tainted;

there's no faintness in their hearts
and they do not strive
for themselves.

Because such men are,
this world is.

- Ilam Peruvaluti

5.8.07

Mausoléu de Falácias, #2

Hoje, faz-se colagem à Grande Loja do Queijo Limiano. Tardiamente (a culpa é tua...) mas sem deixar cair o rasto. Afinal, o trilho ainda está bem quente.

Datação referente a 02.08.2007.

"Curso de Sócrates livre de ilegalidades, é o título do Diário de Notícias, dirigido por João Marcelino.

Um título falso, uma notícia incorrecta e uma manipulação, também assessorada pelo gabinete do primeiro-Ministro que ontem, logo após se saber o resultado do Inquérito acerca da eventual falsificação do diploma, se apressou a comunicar a mesma mensagem, em nome do chefe do Governo. Pura propaganda, manobras de spin doctors reciclados, é o que temos como informação do Gabinete de um Governo, já abertamente acusado de tentar silenciar vozes incómodas nos organismos que dependem do Executivo e perseguir politicamente quem discorda ou diverge do discurso único governamental . Ficamos cientes e o último exemplo, é o da directora do Museu Nacional de Arte Antiga, substituida por não alinhar no discurso único.

Quanto ao Diário de Notícias de João Marcelino, o Público de hoje , dá conta que corre na redacção do jornal um abaixo-assinado, mostrando a apreensão com a forma como a direcção do jornal tem lidado com os trabalhadores. A redacção de 135 pessoas, já logrou concitar o protesto de 45 redactores e é um inequívoco sinal de crise no jornal.

Parafraseando um dito de guerra, em tempo de crise, a primeira vítima, é a verdade. É o que acontece com o Diário de Notícias. As questões de sobrevivência, obrigam a esconder as verdades inconvenientes, para quem manda. Mais tarde ou mais cedo, o velho ditado sobre os romanos pagarem a traidores, vai aparecer bem visível, num editorial de um outro jornal qualquer. Um 24 Horas, por exemplo."

Carlos Guimarães Pinto expõe bem o motivo pelo qual também eu defendo a abolição do casamento enquanto figura miscigenadora de fisco, confissões religiosas e atavismos comportamentais:


"O casamento é uma convenção legal arbitrária que beneficia um conjunto de pessoas que toma certas opções de vida. Ao permitirmos um contrato de casamento entre pessoas do mesmo sexo, apenas estaremos a alargar o âmbito do contrato, mantendo a sua arbitrariedade e as injustiças que daí advêm. Do ponto de vista liberal, é, obviamente, indiferente."

4.8.07

Via No Mundo:

"O governo português entrou no infame terreno das políticas de natalidade. O “engenheiro” no título do primeiro-ministro pode não passar de uma reles impostura, mas José Sócrates pelo menos já deu provas de se sentir à vontade na pele de engenheiro social. E é eficaz. À esquerda e à direita, o anúncio feito na semana passada agradou a quase todos. É natural. A maioria dos eleitores portugueses, independentemente da cor partidária, está contaminado pela crença nas virtudes divinas do Estado. O governo regula e interfere em assuntos privados? Não faz mal, é para isso que serve o Estado, para nos aliviar desse imenso fardo chamado “responsabilidade individual”. O governo conduz a nação com políticas colectivistas? O Estado tem que zelar pelo bem comum, nem que isso implique sacrificar o orçamento de alguns (muitos) cidadãos, ou mesmo devassar-lhes a vida privada e arrestar o outro fardo, a “liberdade individual”. Com um ambiente destes, ninguém se pode surpreender com a boa receptividade a essa coisa das “políticas de natalidade”. Lembrar que o Estado “dá” x, depois de tirar 2x, gastando o restante na Máquina, é inútil. Estamos a lidar com Fé, e a Fé não se discute."
O sonho do pequeno filho da puta é ser um grande filho da puta.

- Alberto Pimenta

Mausoléu de Falácias, #1

Uma melhor cobrança conduzirá a uma redução na carga fiscal? Filipe Melo Sousa, certeiro, abate a múmia:
Antes: O Sr. Vilela é mecânico de automóveis, e factura mensalmente 20.000 €. Como o Sr. Vilela trabalha 50% para particulares, e 50% para empresas, apenas passa factura para metade dos arranjos, declarando assim 10.000 € de facturação. Paga sobre esses 10.000 uma taxa de Imposto de 20%.Colecta Fiscal: 2.000 €
Depois: Os Inspectores das Finanças metem um piquete 24h/dia, e cadastra os clientes, de maneira a que todos os arranjos estejam sujeitos a factura. O Sr. Vilela passa a declarar 20.000 € de arranjos. O Sr. Ministro baixa então o imposto para 10%, graças à "eficácia fiscal".Colecta Fiscal: 2.000 €
Questões que se colocam:
(1) Se os impostos baixaram (de 20% para 10%), porque é que o Sr. Vilela não está a pagar menos dinheiro ao estado?
(2) O custo do piquete absorveu 500 €, o que significa que o estado ficou com 1.500 € em vez dos 2.000 € disponíveis. E agora? Quem vai pagar o défice do ano (n+1)?
(3) E eficácia da extorsão é uma maneira de reduzir a extorsão? Trata-se de um instrumento autofágico? Pretende-se dar início a uma doença auto-imune que permitirá colapsar o status quo?

3.8.07

Apaziguamento cobarde

Isto aconteceu em Portugal, é uma jornalista Portuguesa, e o entrevistado é o embaixador do Irão.



Almighty ruler of the all
Whose power extends to great and small,
Who guides the stars with steadfast law,
Whose least creation fills with awe -
Oh grant Thy mercy and Thy grace
To those who venture into space.

- Robert A. Heinlein
Escreveu MC no sempre aceso Purgatório (realces de minha escolha):


"Os portugueses estão a tornar-se claramente mal intencionados. É uma tendência genérica do mundo ocidental que, como se sabe, é pródigo em alimentar aqueles que o querem destruir por dentro e, não raras vezes, através do exterior. Há umas décadas atrás os portugueses podiam ser descritos por uma série de características negativas. Um povo analfabeto, de alcoólicos, com crenças que hoje nos parecem inacreditáveis, onde a utilização da violência era a primeira medida para impor respeitinho. Por incrível que pareça, os tempos que correm são bem piores.

Continuamos a ser um povo de analfabetos funcionais, onde licenciados não conseguem interpretar textos simples mas acham que adquiriram automaticamente o direito a um emprego bem pago. Os analfabetos de outro tempo, que ainda tinham coragem de dizer “não sei”, foram substituídos por um tropel de escolarizados que acham que já tudo sabem e se esforçam por nada mais saber. Os alcoólicos de antes, ignorantes e criados com “sopas de cavalo cansado”, foram substituídos por universitários que acham que o paroxismo da vida académica encontra-se com um copo na mão.

No passado, o povo tinha no seu quotidiano a utilização de mezinhas e pedidos ao além, mas o de hoje não passou a ser mais racional. Jornais e revistas não dispensam o horóscopo. As mezinhas de antigamente foram substituídas por doutos conselhos médicos que, se todos somados e confrontados ir-se-iam anular em grande parte, prescrevendo um jejum quase completo ou um enfartamento mortal por forma a atingir a saúde perfeita em todos os domínios, providenciada pelas propriedades miraculosas dos mais diversos alimentos, de preferência os de origem exótica. O racismo contra africanos foi substituído pelo antiamericanismo. As crenças no além foram substituídas pela crença no Estado nosso Senhor, e pela fé nas alterações climáticas, com consequente veneração do arcebispo Al Gore.

O respeitinho está aí de novo em força, mas se antes era explícito, previsível, hoje aparece de inúmeras formas, mascarado como a necessidade de aplicar os valores da modernidade, que não só urge cumprir como penalizar quem lhes está à margem. A violência não diminuiu, pelo contrário, mas ganhou novas matizes. A insegurança aumenta e só não é mais patente porque outras preocupações a fazem diluir na memória. A violência ganhou sobretudo uma sofisticação psicológica, que começa a ser visível nos primeiros anos de escola. Há 15 anos atrás as crianças ainda brincavam horas a fio nas ruas e se de manhã podiam brigar, na parte da tarde já tudo estaria esquecido. Às crianças de hoje foi-lhes vedada, por diversos motivos, a socialização espontânea. As valências prometidas sobre o ensino pré-escolar e a respeito dos novos métodos de ensino não foram cumpridas. Se nada aprendem os nossos jovens, pelo menos dominam os métodos de exercer a pior violência mental sobre os seus colegas e professores, por vezes durante meses de forma recorrente. Os mais afoitos já perceberam até que ponto podem partir para a violência física, sabendo que vivem sob um paradigma que nunca os responsabilizará.

Os pais que antes diziam aos educadores para baterem nos filhos sempre que tal fosse necessário, no fundo da sua ignorância estava o desejo de darem à sua prol um futuro melhor que aquele que tinham tido, estando conscientes dos maus caminhos que só podiam ser evitados com disciplina. Nos pais de hoje não se percebe qualquer objectivo, nem para si nem para os seus filhos. Prisioneiros do niilismo, esqueceram as palavras de Platão, de que é pior cometer o mal do que o sofrer. Não agem, reagem quando acossados. A realidade para eles é uma afronta, e apontar as falhas patentes dos seus filhos é sentido como um insulto que se tem de retribuir da forma mais dura que lhes for possível.

Muito mais podia ser avançado a este respeito, a honra que foi substituída pela mentira rotineira, os velhos que se passaram a colocar nos lares para morrerem, a explosão das maleitas do espírito, a falência da Justiça e a fraude da Segurança Social. Urge deixar de lado as palavras mansas. É preciso assumir que não há forma de tratar ou simplesmente descrever certas pessoas a não ser utilizando palavrões. As nossas energias devem ser entregues àqueles que se esforçam por ser respeitados.
Invictus

Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud,
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find me, unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

- William Ernest Henley


Bu Po Bu Li.

2.8.07

A vida não reserva quaisquer surpresas: o crime do Estripador da Póvoa prescreve ao fim de 15 anos, e o processo da licenciatura de Sócrates é resolvido por arquivamento em 3 semanas.

Escreve ainda JPP:

"Quem gostar de ser enganado e manipulado leia os títulos (a maioria, mas não todos) e as fontes governamentais sobre o arquivamento do inquérito da Procuradoria centrado num único documento da saga do diploma de José Sócrates. (O Público diz com ironia: "comunicado apenas refere conclusões sobre a alegada falsificação de um certificado emitido em 1996 num impresso que só podia existir depois de 1998"). Quem não gostar de ser enganado leia o resto e o que falta esclarecer."

Citações do dia

De Rodrigo Adão da Fonseca,

"Lisboa vai voltar a ser menina e moça, um enorme Chapitô: bairros populares cheios de jovens a reflectir sobre a economia mundial e os malefícios da globalização, enquanto os restantes atiram mocas ao ar. Cães selvagens a viverem em harmonia com o ser homem. Bicicletas em cada esquina, milhares de biclas, num número que deixaria arrepiado o senhor Mao Tse-Tung. Estacionamentos em abundância para trabants, smarts e citroens dois cavalos. Jardins, muitos jardins! Chocolate, muito chocolate! Um Rivoli em cada colina! Fontanários, réplicas alfacinhas do Manneken Piss mas com a estátua do La Feria! Pierrots a brincar às mimicas enquanto ajudam as velhinhas a levar as compras a casa. Lisboa, és linda, qual Alice no Pais das Maravilhas!"


e de João Gonçalves:

"Esta tarde, o eixo Praça do Município-Praça do Comércio era um local mal frequentado. Os cortesãos do regime, por consequência, do PS, concentraram-se para a posse de António Costa como edil de Lisboa. Costa começou, aliás, muito bem com a aliança com o quinto ou sexto classificado na miserável eleição que lhe deu a vitória, o senhor do "Bloco". Faltam só os "cidadãos" de Roseta, mas esses vêm já a seguir. Costa deu, assim, na cidade, um estatuto de respeitabilidade ao BE que, no meu jargão, significa entregar o ouro ao bandido. Estão muito bem uns para os outros."



Nem de propósito, revi o "1900" de Bertolucci há poucos dias.

Aquando do primeiro visionamento que dele fizera, há vinte e poucos anos e toldado pela juventude, senti-o um filme de esquerda, libertário, agrária e profundamente comuna. Desta vez, a impressão foi outra. O campesinato é mais puro? É. Subverte-se estatisticamente em menor volume? Sim. Envelhece mais colado aos cavernícolas originais de cujas andanças brotámos? Também.

E no entanto...

A numerização grotesca ocorre da mesma forma que no fascismo.
A demissão do exercício intelectual, aspas aspas.
A que conduz a "liberdade" por aquela estrada? À ignorância, a um mundo eternamente néscio, cantando e rindo, blissfully unheeding de tudo quanto exorbite às esferas do que for imediato.

Ora um homem não é uma formiga.

E eu, enquanto homem, estou farto de ver analfabetos como António Costa, Sá Fernandes e as respectivas clique-claques, nas mesmas ruas por onde às vezes tenho que andar.

O problema é que o actual eleitorado, ou seja, "as pessoas que se vê na rua", já são a primeira tranche do produto criado com as experiências de facilitismo e prestidigitação oriundas do pós-cavaquismo. Ou seja, estão mesmo bem uns para os outros.

1.8.07



Fotografia de Robert Jalarvo.

Lisboa paralisada em nome da eco-obsessão

José Sá Fernandes com o pelouro do Ambiente na câmara de Lisboa
01.08.2007 - 14h24
PUBLICO.PT

José Sá Fernandes, eleito para a câmara de Lisboa pela candidatura "Lisboa é Gente", apoiada pelo Bloco de Esquerda, vai ficar responsável pelo pelouro do Ambiente, que gere espaços verdes, jardins e cemitérios, apurou o PÚBLICO.

A decisão terá resultado do acordo firmado entre o vencedor das eleições intercalares do dia 15 de Julho, o socialista António Costa, e o candidato apoiado pelo Bloco de Esquerda.

O acordo — que motivou a marcação de uma conferência de imprensa para esta tarde — prevê uma quota mínima de 25 por cento para a habitação social na construção; a proibição da construção de barreiras físicas na zona ribeirinha da cidade; e a construção do corredor verde entre Monsanto e o Parque Eduardo VII, idealizado pelo arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, e da via ciclável entre Belém e o Parque das Nações, entre outros pontos.

Após breve interlúdio...

Resultado óbvio do conluio entre a amálgama esquizóide de tios socialistas com a esquerda detonante do Zé, por Carlos Novais:

"Construtores obrigados a vender 20% das casas em Lisboa a preços sociais"

- Os restantes 80% vão ficar mais caros

- Os 20% "mais baratos" vão abrir um novo mercado de influências já que vai ser preciso limitar e definir quem vai poder aceder e em que condições às mais baratas. E ultrapassar as compras feitas em nome de terceiros. Ou seja, a hiper-regulação vem aí. Os construtores vão ter que provar que os compradores dos 20% caiem no âmbito do "social".



Finnmark.
"Running hills is an important part of your training, because it strengthens your legs and ankles, increases your aerobic and anaerobic capacity, and increases your tolerance for lactic acid. When you run hills, you're not only moving your body laterally, as you do on level ground, but you're moving your body against gravity. Thus, hills offer resistance training that helps strengthen your body."


Templo Jainista de Chaumukha, Rakhnapur, India
"Our aim, I said, is 30 minutes. In the beginning, five minutes may be all you can handle. But quite soon - sooner, in fact, than you expect - you will be able to run continuously for 30 minutes. I have seen a 30-year-old housewife get up to 30-minute runs with one month of training and run a five-mile race within 10 weeks of buying her running shoes.

That 30 minutes is as far as we need go. It is the endpoint for fitness. That 30 minutes will get us fit and put us in the 95 percentile for cardiopulmonary endurance. At 12 calories per minute, it will eventually bring our weight down to desired levels. It also will slow the pulse and drop the blood pressure. It will make us good animals.

That first 30 minutes is for my body. During that half-hour, I take joy in my physical ability, the endurance and power of my running. I find it a time when I feel myself competent and in control of my body, when I can think about my problems and plan my day-to-day world. In many ways, those 30 minutes is all egos, all the self. It has to do with me, the individual."


Wat Arun (Temple of Dawn), Bangkok, Thai
"There are 2 ways a runner can perceive the impact of running beyond the threshold pace. First, you will incur an oxygen debt. This will manifest itself in a feeling of shortness of breath; that your lungs are not large enough to suck in all the air you want. Second, as lactate accumulates you will feel a 'burning' sensation in your muscles.

In general a highly trained, elite, runner will have a marathon pace just under their lactate threshold; for less conditioned/slower runners it might be closer to their 10k pace (or about the fastest pace they can maintain for an 1 hour)."



Gopuram ao norte, Minakshi, Madurai, India

Baptista-Bastos quase redimido

No DN de hoje:



DISCURSO SOBRE O MEDO

Numa maçadora entrevista à SIC, o nosso querido primeiro-ministro tentou minimizar e, até, desacreditar o artigo de Manuel Alegre, no Público, no qual criticava o autoritarismo e o medo ressurgentes. Sócrates repetiu o já por nós sabido. E os entrevistadores, apesar da agressividade sorridente, apenas expuseram a modéstia dos pessoais recursos. Sócrates não possui o talento das suas farsas e começa a ser deprimente a grosseria das respostas. O homem dissimula, com o enfatuado das frases, o facto de que não dispõe de ideias de seu.

A verdade é que o discurso sobre o medo, de Manuel Alegre, propiciava uma discussão, pelo menos curiosa, dos nossos comportamentos. A indiferença aborrecida com que o primeiro-ministro empalmou a questão, e o silêncio sem condolências com que os entrevistadores o admitiram, chegaram para se entender da inutilidade do insólito encontro a três.

O PS não quer discutir coisa alguma. É um partido entregue a tabeliães, com mistura de tecnocracia de segunda ordem. Além, claro!, da ausência total e absoluta de ideologia e de convicções. Quando Sócrates afirma, sem pudor, que as acusações de Alegre sobre o medo na sociedade e no PS constituem "um clássico", a deselegância extravasa os limites do suportável. O secretário-geral não quer debater o assunto. É um direito que lhe assiste. Porém, comete uma espécie de assassínio de carácter, de que, a esmo e amiúde, lamenta ser alvo.

Está à vista desarmada que a sociedade portuguesa vive numa atmosfera de temor, caucionada pelo desemprego, pelo trabalho precário, pelo custo da vida, pelo incentivo à delação, pelo desprezo com que se trata os nossos velhos, pela recusa da esperança, pelo sombrio horizonte do futuro, pelo ataque indiscriminado ao Serviço Nacional de Saúde, pelas obscenas desigualdades sociais não só traduzidas no desespero e na angústia quotidianas como pelas afrontosas reformas auferidas por "gestores" públicos - e mesmo privados. O medo cobre as situações que acabo de evocar. E esta "cultura" do PS não provém de linguagens intraduzíveis umas das outras: resulta de um conflito generalizado, aberto ou latente, mais ou menos violento nascido na década de 80, com o "cavaquismo".

O artigo de Manuel Alegre falava da necessidade de uma visão social que rejeite as humanidades separadas. Essa civilização do universal, de que tem sido paladino, apela no sentido dos valores e dos territórios transculturais. Não creio que José Sócrates tenha conhecimentos suficientes para entender o que, depreciativamente, designa de um "clássico" periódico. Não é tão-só problema dele. É a nossa tragédia.