10.12.09

Stultum est timere quod vitare non potes


Em menos de um mês morreram o Jorge Ferreira e a Elisabete Dias. O Jorge tinha 48 anos, e a Elise, 32.


Li ambos com deleite, troquei palavras e sons mais com um do que com outro, qualquer deles deu justíssimo sentido às definições de Humanidade pelas quais alinho.


Não compreendo, e talvez aqui jaza a semente da compreensão, porque é que devemos nascer sabendo sempre que um dia a conta será saldada. Mais valeria que ainda habitássemos as árvores, os planaltos.

De resto, quando isto me bater a sério, não auguro nada de bom para o ar em meu redor.

9.12.09

Citação do dia

“…Listen, what’s the most horrible experience you can imagine? To me-it’s being left, unarmed, in a sealed cell with a drooling beast of prey or a maniac who’s had some disease that’s eaten his brain out. You’d have nothing then but your voice-your voice and your thought. You’d scream to that creature why it should not touch you, you’d have the most eloquent words, the unanswearable words, you’d become the vessel of the absolute truth. And you’d see living eyes watching you and you’d know that the thing can’t hear you, that it can’t be reached, not reached, not in any way, yet it’s breathing and moving there before you with a purpose of it’s own. That’s horror. Well, that’s what’s hanging over the world, prowling somewhere through mankind, that same thing, something closed, mindless, utterly wanton, but something with an aim and a cunning of it’s own. I don’t think I’m a coward, but I’m afraid of it. And that’s all I know-only that it exists. I don’t know its purpose, I don’t know its nature.”

Steven Mallory em Atlas Shrugged de Ayn Rand

3.12.09

Go, sit upon the lofty hill,
And turn your eyes around,
Where waving woods and waters wild
Do hymn an autumn sound.
The summer sun is faint on them --
The summer flowers depart --
Sit still -- as all transform'd to stone,
Except your musing heart.

How there you sat in summer-time,
May yet be in your mind;
And how you heard the green woods sing
Beneath the freshening wind.
Though the same wind now blows around,
You would its blast recall;
For every breath that stirs the trees,
Doth cause a leaf to fall.

Oh! like that wind, is all the mirth
That flesh and dust impart:
We cannot bear its visitings,
When change is on the heart.
Gay words and jests may make us smile,
When Sorrow is asleep;
But other things must make us smile,
When Sorrow bids us weep!

The dearest hands that clasp our hands, --
Their presence may be o'er;
The dearest voice that meets our ear,
That tone may come no more!
Youth fades; and then, the joys of youth,
Which once refresh'd our mind,
Shall come -- as, on those sighing woods,
The chilling autumn wind.

Hear not the wind -- view not the woods;
Look out o'er vale and hill-
In spring, the sky encircled them --
The sky is round them still.
Come autumn's scathe -- come winter's cold --
Come change -- and human fate!
Whatever prospect Heaven doth bound,
Can ne'er be desolate.

- Elizabeth Barrett Browning

O triunfo da multiculturalidade

2.12.09

Everybody gets so much information all day long that they lose their common sense.

- Gertrude Stein

15.11.09

Vocábulos que desprezo

Cidadania. Urbanidade. Humanismo. Tolerância. Socialismo.
Estado de coma

por Alberto Gonçalves

A escola de hoje abdicou daquilo que a escola do meu tempo, mesmo com uma igreja em frente ainda tentava: ensinar



Era de esperar. Num ápice, a história sobre uma rede de corrupção que se estende da sucata às altas instâncias perdeu relevo perante o debate dos labirintos jurídicos que permitem ou, aparentemente, não permitem escutas telefónicas a conversas em que o primeiro-ministro participe. Há sempre um pormenor chato qualquer a perturbar a investigação e, claro, a eventual condenação das manobras mais extravagantes perpetradas pela classe política. É assim na tal "Face Oculta", foi assim na nacionalização (de facto) do BCP, na partidarização da CGD, na lendária Fundação para a Prevenção e Segurança e note-se que só vamos em "A", de Armando Vara. Muitas letras se seguem, nenhum processo do género, quando por descuido se instaura um processo, seguiu para lá do rebuliço público inicial. É demasiado azar.

Um azar determinado pela eventual coincidência entre os que fazem e aplicam as leis e os que delas beneficiam. Por regra, cada "caso" murcha graças à soberana, assaz soberana, necessidade de se defender uma coisa chamada "Estado de direito", o qual, curiosamente, vai desaparecendo em proporção directa ao zelo com que é defendido. O "Estado de direito", conceito em teoria louvável, vem sendo adaptado na prática às conveniências dos que mandam nele, ou seja, na prática a impressão é a de que a manha e a trapaça se apossaram de tudo, ou de quase tudo, o que não é o mesmo mas, em matéria de falência do regime, é igual.

Embora o mérito não pertença exclusivamente ao eng. Sócrates ou ao PS, eis a maior e mais autêntica reforma "socrática" e socialista: aqui há anos, achava-se espantoso que tantos portugueses não acreditassem na Justiça; hoje, o que espanta é ainda haver alguém que acredite. E, segundo demorada consulta a analistas televisivos, artigos de opinião, blogues e caixas de comentários dos "sites" informativos, há.

Ou talvez haja. Temos de excluir das contas os que fingem confiar no sistema somente porque estão no poder, vivem das migalhas do poder ou aspiram a uma das opções anteriores. Falo dos cidadãos que, sincera e desinteressadamente, crêem no "bom funcionamento das instituições". Não os censuro, antes curvo-me em admiração e pergunto-lhes: como conseguem? De onde lhes vem o optimismo com que declararam "aguardar que a Justiça faça o seu caminho" quando a experiência sugere que, em certo tipo de processos, esse caminho aponta, invariavelmente, ao arquivo morto? O que os torna indiferentes à impunidade dos que, por dever dos cargos, estariam teoricamente sujeitos a superior escrutínio? Em suma, a que se deve a sua cegueira? Juro que quero saber: dadas as circunstâncias, não ver nada é uma virtude fundamental para se suportar o estado, não o de direito mas aquele a que isto chegou.


É muito engraçado. Nada funciona na nossa justiça. Tudo demora séculos. Mas a destruição destas escutas está a ser feita à velocidade do TGV japonês. Sócrates tem sempre azar ao ser vítima de cabalas, e depois tem sempre sorte na rapidez com que sai delas. Um génio do acaso, este Dr. Sócrates.

A face desnuda

Um homem andava desconfiado que a mulher lhe era infiel. Um dia, não aguentando mais, decidiu contratar um detective. O detective começa a seguir a mulher. Passados vários dias o detective apresenta ao homem várias fotografias. A primeira fotografia mostra a mulher a encontrar-se com outro homem num café. A segunda mostra a mulher com esse outro homem a entrar num carro. A terceira mostra-os num bar. A quarta mostra-os a entrar num quarto de motel. A quinta mostra-os juntos dentro do quarto de Motel. A sexta fotografia está totalmente preta.

- “O que aconteceu a esta foto? Está preta porquê? O que aconteceu a seguir?”, pergunta o homem ao detective.

- “Apagaram a luz”, diz o detective.

- “Merda! Fica sempre aquela dúvida …”, conclui o homem.

31.10.09

Top 10 hard'n'heavy (I)

Top 10 hard'n'heavy (II)


Top 10 hard'n'heavy (III)

Top 10 hard'n'heavy (IV)

Top 10 hard'n'heavy (V)

Top 10 hard'n'heavy (VI)

Top 10 hard'n'heavy (VII)

Top 10 hard'n'heavy (VIII)

Top 10 hard'n'heavy (IX)

Top 10 hard'n'heavy (X)

14.10.09

Reason obeys itself; and ignorance submits to whatever is dictated to it

Ouço dizer que há um sol inclemente agora, que não devia haver dias de trinta e cinco graus tão tarde em Outubro. Não há quem escreva direito quando se ouviu, durante instantes intermináveis, uma mãe carpir o filho, que também não devia haver filhos a descer à terra antes dos pais, sobretudo à beira dum Outono que nem folhas caídas deverá ter. E isto dá-me vontade de mandar à real merda quem julgue saber, sequer de raspão, em que país vivemos.

No retrato a quente, cheio de verdes fora do sítio e de poeira e de moscas perenes e de estações trocadas, no país onde eu vivo, há pessoas que morrem triplamente assassinadas.

Primeiro, morrem por terem nascido com nada mais do que uma ténue verosimilhança de poderem, um dia, alcançar uma vida estável na terra onde sorveram as primeiras golfadas de ar. Tem culpa quem achou e continua a achar que habitamos uma região civilizada do globo.

A seguir, morrem esquecidas e deixadas à sua sorte pelo mesmo Estado que alimentam e que faz ponto de honra em extorquir-lhes (dir-se-ia que nisso se comprazem) toda a água, sal e ureia que os corpos puderem gerar. Já vi dois sogros, um tio e indirectamente mais meia dúzia de casos partirem sem regresso, muito antes da sua hora, por culpa, repito, culpa no sentido formal, ético, jurídico e deontológico do termo, do Estado português. A negligência, a estupidez e o fardo das décadas fazem com que haja aí, à solta, uma besta maior que todos nós e que nos leva aqueles a quem amamos, só e apenas porque alguns de nós ainda crêem que as coisas podem funcionar como é esperado.

E por fim morrem aguardando, implodidos, sucumbindo ao próprio peso, numa espécie de hino débil e retorcido à condição humana, agravados pela miserável e abjecta circunstância sob a qual insistem, ano após duro ano, em deixar bater o coração. Num hospital, num ficheiro qualquer, na estrada, no quarto sombrio e calado.

Então, nesta terra, a um dia de semana em que trinta e cinco graus e folhas verdes desmentiam Outubro e ainda voavam moscas, teve de haver outro enterro, onde sabem que mais, estava cheio de gente, e cheirava a resignação, e a pó, e a sujo e a vinho e a cansaço e a despojo e havia um odor dentro do odor e nas veias e nas calças gastas de quem já não trabalha e por isso pode ir a funerais em dias úteis, nesses tecidos havia muito pouca coisa que eu tivesse visto que me fizesse mudar de ideias quanto à verdadeira lástima que se tornou este país onde ainda vivemos.

The inmates are running the asylum (II)

Via Cocanha:

«O observador imparcial chega a uma conclusão inevitável: o país estaria preparado para a anarquia; para a república é que não estava. Grandes são as virtudes de coesão nacional e de brandura particular do povo português para que essa anarquia que está nas almas não tenha nunca verdadeiramente transbordado para as coisas!

Bandidos da pior espécie (muitas vezes, pessoalmente, bons rapazes e bons amigos - porque estas contradições, que aliás o não são, existem na vida), gatunos com o seu quanto de ideal verdadeiro, anarquistas-natos com grandes patriotismos íntimos - de tudo isto vimos na açorda falsa que se seguiu à implantação do regimen a que, por contraste com a monarquia que o precedera, se decidiu chamar República.

A monarquia havia abusado das ditaduras; os republicanos passaram a legislar em ditadura, fazendo em ditadura as suas leis mais importantes, e nunca as submetendo a cortes constituintes, ou a qualquer espécie de cortes. A lei do divórcio, as leis da família, a lei da separação da Igreja e do Estado - todas foram decretos ditatoriais, todas permanecem hoje, e ainda, decretos ditatoriais.

A monarquia havia desperdiçado, estúpida e imoralmente, os dinheiros públicos. O país, disse Dias Ferreira, era governado por quadrilhas de ladrões. E a república que veio multiplicou por qualquer coisa - concedamos generosamente que foi só por dois (e basta) - os escândalos financeiros da monarquia.

A monarquia, desagregando a Nação, e não saindo espontaneamente, criara um estado revolucionário. A república veio e criou dois ou três estados revolucionários. No tempo da monarquia, estava ela, a monarquia, de um lado; do outro estavam, juntos, de simples republicanos a anarquistas, os revolucionários todos. Sobrevinda a república, passaram a ser os republicanos revolucionários entre si, e os monárquicos depostos passaram a ser revolucionários também. A monarquia não conseguira resolver o problema da ordem; a república instituiu a desordem múltipla.

É alguém capaz de indicar um benefício, por leve que seja, que nos tenha advindo da proclamação da República? Não melhorámos em admninistração financeira, não melhorámos em administração geral, não temos mais paz, não temos sequer mais liberdade. Na monarquia era possível insultar por escrito impresso o rei; na república não era possível, porque era perigoso, insultar até verbalmente o sr. Afonso Costa.

O sociólogo pode reconhecer que a vinda da república teve a vantagem de anarquizar o país, de o encher de intranquilidade permanente, e estas cousas podem designar-se como vantagens porque, quebrando a estagnação, podem preparar qualquer reacção que produza uma cousa mais alta e melhor. Mas nem os republicanos pretendiam este resultado nem ele pode surgir senão como reacção contra eles.
E o regimen está, na verdade, expresso naquele ignóbil trapo que, imposto por uma reduzidíssima minoria de esfarrapados mentais, nos serve de bandeira nacional - trapo contrário à heráldica e à estética, porque duas cores se justapõem sem intervenção de um metal e porque é a mais feia coisa que se pode inventar em cor. Está ali contudo a alma do republicanismo português - o encarnado do sangue que derramaram e fizeram derramar, o verde da erva de que, por direito natural, devem alimentar-se.

Este regimen é uma conspurcação espiritual. A monarquia, ainda que má, tem ao menos de seu o ser decorativa. Será pouco socialmente, será nada, nacionalmente. Mas é alguma coisa em comparação com o nada absoluto que a república veio a ser.»

- Fernando Pessoa, "Da República"

Produto do ano

Via Gauss Gun, o simulador do amanhecer Philips!

The inmates are running the asylum.

Em Fevereiro de 2007, num referendo, despenaliza-se o assassinato de seres humanos indefesos dentro das barrigas das mães, mas em Outubro de 2009, por via legislativa e em debate público a posteriori, defende-se que os animais (nos circos e em casa) não podem ser sujeitos, e estou a citar verbatim, "ao tédio, aborrecimento, remoção do seu habitat e alteração de rotinas naturais".

Quando o Estado, as comunidades e as leis são injustas, Thoreau diria, o lugar de um homem justo é na prisão. Thoreau era uma boa alma, quanto a mim o lugar de um homem justo é fora deste delírio atávico, e quanto mais cedo melhor.

As above, so below

Ou como a geometria fractal da Natureza se revela quando menos se espera.

28.9.09

A noite das facas-longas*

Obteve-se o melhor resultado permitido pela condição de bovinidade e apatia vigente entre a populaça.

Portas, o primeiro candidato que alguma vez apoiei em 20 anos de maioridade, venceu. A esquerda agitadora e aleivosa foi bloqueada na justa medida.

Quem votou PS vai aperceber-se do erro que cometeu. Quem votou à direita, só tem de esperar para ver o que verá um pouco por toda a parte daqui por 12, 15 meses.

Não acredito em abstenções de 40%.


* a frase foi dita por yours truly 15 minutos antes do ricardo costa a ter usado na sic-n...

8.7.09

Esta fica aqui para memória futura:

"Já a Direcção-Geral de Saúde garante que não faz sentido os pais das crianças ficarem isolados. "Não há riscos se não tiverem sintomas", justifica a subdirectora-geral da Saúde, Graça Freitas, explicando que não se pode obrigar ninguém a ficar em quarentena."

Graça Freitas não lê, é desinformada, ignorante, irresponsável e uma criminosa em potencial, porque há confirmadamente centenas de portadores assintomáticos da gripe H1N1 que nao exibem sintomas e continuam a disseminar o virus.

2.6.09

...bater no fundo.

Resolução da Assembleia da República n.º 40/2009

Criação e desenvolvimento de uma «Fábrica de Ideias» na Administração Pública

A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, recomendar ao Governo a
criação de um sistema designado «Fábrica de Ideias» que: 

1) Tenha por base boas práticas assentes em cinco princípios de inovação universalmente aceites:

a) Busca da inovação ao nível do conceito do serviço a prestar ao cidadão, levando em conta, designadamente:
Quem são os grupos de cidadãos a servir;
Que produtos ou serviços serão oferecidos;
Como serão oferecidos esses produtos ou serviços (parcerias;canais de contacto com o cidadão, etc.);
Que valor será entregue ao cidadão (em conveniência,confiança e poupança de tempo);
Que custo vai o Estado incorrer para entregar esses benefícios ao cidadão;

Diário da República, 1.ª série — N.º 104 — 29 de Maio de 2009 3345

b) Importação da inovação para a linha da frente, envolvendo sobretudo os funcionários públicos de primeira
linha e os cidadãos, já que os projectos de reorganização de serviços têm sistematicamente demonstrado recorrer
à intervenção exclusiva de quadros de topo da administração e por vezes de consultores externos, excluindo -se
sistematicamente os funcionários de primeira linha, que têm de facto um contacto diário com os problemas dos
cidadãos;

c) Definição do quadro futuro a que se aspira e trabalhar para o atingir — melhorar de forma incremental o que
existe é uma acção pragmática e defensável mas é também fundamental estimular uma abordagem prospectiva
sobre qual o futuro que cada organização pretende para si própria e com esse ponto de partida, desenvolver um plano
de migração do presente para esse futuro; 

d) Adopção de uma abordagem estruturada de geração e de aceleração da implementação no terreno de ideias
inovadoras — o processo de inovação deverá ser estruturado e completo, assentando nas seguintes fases:
i) Pensar o futuro do serviço público em causa; 
ii) Estimular a geração de ideias;
iii) Incubar e experimentar as ideias/projectos;
iv) Fazer crescer os projectos, disseminando a sua implementação em múltiplas áreas da Administração Pública;
e) A inovação só se aprende fazendo — o caminho para um indivíduo desenvolver capacidades individuais
de inovação não passa por uma longa formação teórica. A única forma de se aprender a inovar é fazendo inovação,
trabalhando sobre temas concretos e reais;

2) Assente em:

Processos de inovação — definição de um processo sistemático para construir uma visão sobre o futuro, gerar
ideias, acelerar a sua implementação no terreno e disseminar o seu âmbito de actuação;

Modelo de «governança» — definição dos actores do sistema de inovação (internos e externos à Administração
Pública), quais são as suas responsabilidades e poder de decisão. Neste ponto está incluída a definição das competências da central de inovação/Fábrica de Ideias; Recursos e financiamento — clarificação das origens
do financiamento do sistema de inovação, bem como o lançamento e implementação das ideias geradas;

Cultura organizacional e gestão da mudança — é necessário um novo paradigma organizacional na Administração
Pública, assente numa nova atitude de abertura aos cidadãos e à sociedade civil, estimulando a iniciativa e
o empreendedorismo dos funcionários públicos, recompensando o mérito e eliminando a estigmatização do erro;

Métricas de inovação — definição dos indicadores de desempenho do sistema de inovação, bem como do valor
dos contributos dos seus intervenientes, designadamente dos funcionários. Clarificação do mecanismo de reporte
de resultados à tutela;

Ecossistema de parceiros para a inovação — definição dos parceiros a envolver, designadamente instituições
particulares de solidariedade social (IPSS), empresas, universidades, organizações não governamentais (ONG),
co -investidores, etc.); 

Ferramentas tecnológicas de suporte — especificação das ferramentas de colaboração necessárias a uma interacção profícua entre funcionários, gestores de topo da Administração Pública, cidadãos e parceiros para a inovação;

3) Atribua prémios, proceda à alocação dos recursos necessários e assegure uma avaliação independente. Para
isso propõe -se: O estabelecimento de um prémio para todas as ideias seleccionadas e implementadas, cuja fórmula de cálculo integre, nomeadamente os seguintes factores:

a) Utilidade da proposta;

b) Factor realização (grau de dificuldade dos problemas
e do desenvolvimento do percurso de resolução);

c) Factor aplicação (grau de melhoramento dos serviços);

O sistema de avaliação das propostas, de forma a ser eficaz e capaz de ganhar a confiança de cada funcionário
público, deve ser independente dos serviços em concreto e prever a possibilidade de cada funcionário público fazer
chegar a sua proposta ao sistema, independentemente do conhecimento do seu superior hierárquico;

A constituição em cada ministério de um núcleo de inovação com a responsabilidade de analisar e fazer a
filtragem de cada proposta apresentada relativamente aos serviços que estão na sua dependência;

A constituição de uma central de inovação com competência para:

a) (Re)analisar e apreciar as propostas (re)encaminhadas por parte de cada núcleo de inovação;
b) Desenvolver projectos piloto para as propostas viáveis;
c) Para avaliar e atribuir os prémios;
d) Alocar recursos financeiros para a incubação de ideias
inovadoras.

Aprovada em 30 de Abril de 2009.

O Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama

24.5.09

Cinco dias perto daqui

  1. Espanha: tudo cultivado. Portugal: pouco.
  2. Espanha: todos prestáveis. Portugal: poucos.
  3. Espanha: obras em toda a parte, raramente intrusivas e sempre objectivas. Portugal: obras onde dá jeito aos amigalhaços dos políticos, com efeitos danosos na rotina dos cidadãos.
  4. Espanha: natureza protegida, com serviços e apoios onde é preciso. Portugal: a natureza é no Dolce Vita.
  5. Espanha: civismo nas estradas e nem um chico-esperto a fazer sinais de luzes. Portugal: irritei-me 5 minutos depois de ter reentrado.
Continua.

17.5.09

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Não procure decorar as instruções ou interpretá-las, mas antes lê-las exactamente como lhe são apresentadas ao longo deste manual

ME escreve as frases que os professores têm de dizer nas provas de aferição 
17.05.2009 - 08h24 Clara Viana

Mais de 200 mil crianças entre os nove e os 12 anos vão mostrar amanhã e na quarta-feira o que aprenderam em Língua Portuguesa e Matemática mas, para as provas nacionais de aferição do 4.º e 6.º anos, quem precisa de levar cábulas são os professores.

Estas têm a forma de um chamado Manual do Aplicador, através do qual o Ministério da Educação (ME) ensina aos professores o que têm de dizer aos alunos no início, no meio e no final das provas. As ordens do ME são claras: "Não procure decorar as instruções ou interpretá-las, mas antes lê-las exactamente como lhe são apresentadas ao longo deste manual". 

Com contagem de tempo, seguem--se as frases que os docentes deverão ler. São coisas como estas: "Em primeiro lugar, chamo a atenção para o facto de não poderem falar com os vossos colegas" ou "Acabou o tempo. Não podem escrever mais nada. Agora vão ter o intervalo". 

O conjunto preenche oito páginas. "No dia lemos tudinho como está no guião", confirma Paulo Guinote, autor do blogue Educação do Meu Umbigo e professor de História e Português do 2.º ciclo, que amanhã estará de novo entre os milhares de professores mobilizados para estas provas. A leitura demora tempo, é "entediante" e frequentemente os alunos não entendem o que se pretende. Nestes casos, depois da leitura obrigatória, os professores fazem o seu próprio resumo, com as instruções mais importantes. 

Todos os anos são enviadas as mesmas instruções, para serem lidas em todas as escolas, alegadamente para permitir uma situação de igualdade de condições. Para Guinote, esta prática constitui "uma espécie de atestado de menoridade que repetidamente é passado aos professores".

Provas não são exames

Nas livrarias, por esta altura, não faltam os cadernos de preparação publicados pelas principais editoras escolares. É uma das partes visíveis de um efeito perverso que se tem vindo a consolidar. Professores, pais e alunos tendem a ver estas provas por aquilo que não são: como se fossem exames. Nas escolas, no último período, as aulas vão sendo convertidas em sessões de revisões, o que acaba por comprometer a possibilidade de se chegar ao fim dos programas. 

Mesmo quando estes são concluídos, tanto o calendário como o espírito das provas acabam por impor aos professores "estratégias de condensação da matéria no início do 3.º período", esclarece Guinote: as provas são realizadas em meados de Maio, mas o seu conteúdo recai teoricamente sobre todo um programa que deve estar concluído em meados de Junho.

Apesar de tudo, "são um instrumento útil", frisa. É o terceiro ano consecutivo em que as provas de aferição, que começaram a realizar-se em 2000, são obrigatórias para todos os alunos do 4.º e 6.º anos. Os seus resultados não contam para a nota dos alunos. As provas são apresentadas como um instrumento para se avaliar competências e, em função disso, adoptar-se medidas de correcção das aprendizagens. 

"Leia em voz alta"

Durante o ano, os professores estão na sala com os alunos. Quando chega Maio, o Ministério da Educação transmite-lhes as frases que terão de dizer nas provas de aferição. Alguns exemplos extraídos do chamado Manual do Aplicador:

Primeira parte:

"Leia em voz alta: 'Agora vou distribuir as provas. Deixem as provas com as capas para baixo'; 'Podem voltar as provas. Escrevam o vosso nome no espaço destinado ao nome'; 'Querem perguntar alguma coisa?'" 

"Desloque-se pela sala, com frequência", "Rubrique o enunciado no local reservado para o efeito".

"Leia em voz alta: 'Ainda têm 15 minutos'; 'Acabou o tempo'. 'Estejam à porta da sala às 11h e 20 minutos em ponto'. 'Podem sair'".

Segunda parte:

"Leia em voz alta o seguinte: 'Agora vão iniciar a segunda parte da prova. Podem começar. Bom trabalho!'"

"Recolha as provas e os rascunhos". "Mande sair os alunos, lendo em voz alta: 'Podem sair. Obrigado pela vossa colaboração!'"