21.12.07

Amor é mais do que dizer.
Por amor no teu corpo fui além e
vi florir a rosa em todo o ser
fui anjo e bicho e todos e ninguém.

Como Bernard de Ventadour amei
uma princesa ausente em Tripoli
amada minha onde fui escravo e rei
e vi que o longe estava todo em ti,

Beatriz e Laura e todas só tu
rainha e puta no teu corpo nu
o mar de Itália a Líbia o belvedere

E quanto mais te perco mais te encontro
morrendo e renascendo e sempre pronto
para em ti me encontrar e me perder.

- Manuel Alegre

19.12.07

Não sei como te diga hoje teria seguido a estrada até onde o cansaço nos chamasse onde a ausência do teu peito frágil me obrigasse Não sei como pegar em tanta vontade de te despir provar aquecer cobrir com as mãos enlouquecer Nas conversas, nos filmes, nos momentos Nas noites frias, nos segredos, nos ventos Amo-te, amo-te, amo-te

De chorar a rir (realces meus)

Metro garante que novo túnel é "o mais seguro" de Portugal
19.12.2007 - 11h15 Inês Boaventura

O presidente do Metropolitanode Lisboa garantiu ontem que "estão totalmente asseguradas as condições de segurança" do troço da Linha Azul entre a Baixa-Chiado e Santa Apolónia, que é inaugurado hoje com um atraso de vários anos e uma derrapagem orçamental que o Governo estima em dez por cento, afirmando que o túnel é "o mais seguro do país".

A polémica em redor da segurança desta obra, onde em 2000 se registou uma infiltração de água e lama e um abatimento de terras que obrigaram a uma reformulação do projecto inicial, voltou a estalar com as declarações do presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais. Fernando Curto defendeu a importância de se fazer um simulacro de acidente no novo troço do metro antes da inauguração e lamentou que não se tenham realizado "testes de segurança como deve ser, envolvendo todos os meios de socorro".

Estas denúncias foram desmentidas pelo presidente do conselho de gerência do Metropolitano de Lisboa, que garantiu que na extensão a Santa Apolónia "foi cumprida toda a legislação em vigor" em termos de segurança, tendo-se realizado as vistorias legalmente exigíveis. A última, segundo Joaquim Reis, foi feita na passada quinta-feira pelo Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, não tendo sido detectada "nenhuma inconformidade".

O presidente do metro considera que o túnel que a partir de hoje vai ligar a Baixa-Chiado a Santa Apolónia é "o mais seguro do país", explicando que a estrutura vai ser monitorizada em permanência de forma automática para detectar "oscilações milimétricas" e está equipada com "os sistemas mais modernos que existem para detenção de algumas ocorrências e sinistros". Quanto a um simulacro de acidente, Joaquim Reis adiantou este será eventualmente realizado depois da inauguração da obra, "que é o que faz sentido para avaliar se os procedimentos e o modo de trabalho estão correctos e conformes com qualquer risco que possa haver".

O responsável adiantou que o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres emitiu "uma declaração de conformidade para a abertura do troço" e sublinhou que ao longo do tempo a obra foi tendo o aval de entidades externas como o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e a empresa holandesa Tunnel Engineering Consultants. Já o tratamento anti-sísmico que foi feito nos terrenos, acrescentou Joaquim Reis, foi validado pelos técnicos António Mineiro, Maranha das Neves e Matos Fernandes.

"Se houver um sismo de grau cinco ou seis fujo para a Estação do Terreiro do Paço", afirmou ainda o presidente do conselho de gerência do Metropolitano de Lisboa, numa demonstração da sua confiança na segurança do novo troço da Linha Azul. Joaquim Reis admite que no passado houve "erros" na obra e reconhece que "o túnel tem uma avaliação do foro psicológico negativa", mas espera que as garantias que têm vindo a ser dadas pelo metro e por outras entidades tranquilizem os potenciais utilizadores.

Também o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações assegurou ontem que a extensão da Linha Azul do metro respeita todas as condições de segurança, "quer do ponto de vista de engenharia, do ponto de vista técnico, dos bombeiros, da segurança". Em declarações anteriores durante uma visita ao túnel, Mário Lino já tinha afirmado que a probabilidade de ocorrer um problema no local "é praticamente nula".

Estação fluvial em 2010
Segundo o governante, a obra estava orçada em 165 milhões de euros (a preços de 1997), mas vai custar afinal 299 milhões (a preços actualizados), o que, nas suas palavras, representa uma derrapagem orçamental "na ordem dos dez por cento". Por cumprir ficaram também promessas feitas ao longo dos anos por vários ministros da tutela, que foram adiando a abertura do troço com cerca de 2,2 km, que chegou a ser anunciada para o final de 1997.

O troço da Linha Azul entre a Baixa-Chiado e Santa Apolónia abre ao público às 15h de hoje, dia que as viagens em toda a rede do metro serão gratuitas, mas os trabalhos à superfície vão prolongar-se, estando previsto que a reposição do Cais das Colunas junto ao Terreiro do Paço só ocorra em Novembro de 2008. Segundo Joaquim Reis, o concurso público já foi lançado e a obra deve durar sete meses, para garantir que tudo fica "110 por cento bem".

Quanto à Estação Fluvial Sul e Sueste, o responsável manifestou o desejo de que a obra esteja concluída no primeiro semestre de 2010, embora ainda esteja a aguardar uma posição final do LNEC sobre o reforço da estrutura do edifício.

Projecto foi reformulado para garantir segurança
Depois do acidente de Junho de 2000 foram vários os governos, as administrações do Metropolitano de Lisboa e mesmo os presidentes da autarquia a garantir a segurança da ligação entre a Baixa-Chiado e Santa Apolónia. Para evitar uma repetição do "incidente técnico" que muitos afirmam podia ter-se transformado numa tragédia, o projecto inicial do prolongamento da Linha Azul foi reformulado e os terrenos no local foram reforçados para resistirem a um eventual sismo.

Ainda assim, a obra voltou a estar envolta em polémica no início de 2006, quando um engenheiro civil do Metropolitano de Lisboa denunciou a existência de falhas de construção nos túneis do Terreiro do Paço, Baixa--Chiado e Cais do Sodré, devido aos materiais alegadamente utilizados nestas empreitadas. Estas acusações foram desmentidas na ocasião pela empresa e pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil, que garantiram a segurança da infra-estrutura e explicaram que esta vai ser alvo de uma monitorização constante.

Após o acidente de 2000, na sequência do qual o túnel sofreu alguma ovalização e foi detectada uma brecha com 150 metros, uma equipa de técnicos holandeses da empresa Tunnel Engineering Consultants desenvolveu o projecto para a sua reabilitação.
Além da alteração do local de implantação da Estação do Terreiro do Paço e da remoção parcial do aterro existente na zona do entretanto desmontado Cais das Colunas, o projecto previa o reforço estrutural do túnel numa extensão de cerca de 370 metros.

Nesse sentido, e segundo foi divulgado na altura, na zona entre o Poço da Marinha a Estação do Terreiro do Paço procedeu-se à construção de uma espécie de segundo túnel dentro da infra-estrutura original, através de uma estrutura de betão armado com 40 centímetros de espessura, aumentada para 70 centímetros na soleira onde tinha sido detectada uma brecha.

Já em 2007, os terrenos onde passa o túnel do metro foram reforçados com a implantação de 188 colunas de cimento que formam uma espécie de rede, com o objectivo de garantir a segurança da área no caso de ocorrer um sismo. Estas colunas foram colocadas em terra e sob o leito do Tejo, recorrendo, de acordo com a construtora OPCA, a uma tecnologia pouco vista em Portugal e que só terá sido usada em túneis de metro três vezes em todo o mundo.

Carris altera 14 carreiras
A Carris vai avançar no dia 5 de Janeiro com a segunda fase da renovação da sua rede, na sequência da entrada em funcionamento da extensão da Linha Azul do Metropolitano de Lisboa a Santa Apolónia.

"Melhorar a articulação entre a Carris e o Metropolitano de Lisboa, numa lógica de rede integrada de transportes de que Lisboa dispõe", é, segundo o presidente do conselho de administração da Carris, o principal das alterações que vão ser introduzidas em 14 carreiras. Silva Rodrigues sublinha que esta segunda fase da chamada Rede 7 "não visa reduzir o número de carreiras e de autocarros que circulam na cidade", mas sim "melhorar a sua afectação", e garante que, "se necessário", a Carris "fará os ajustamentos que se venham a revelar convenientes".

No dia 5 de Janeiro vai ser suprimida a carreira 90, que faz a ligação entre Santa Apolónia e Entrecampos nas horas de ponta dos dias úteis, mas a empresa garante que "o seu percurso está integralmente coberto pelo metropolitano" e que à superfície o seu trajecto é assegurado pela carreira 745. A Carris vai ainda alterar a frequência das carreiras de autocarros 36, 60, 714, 58 (que passa a designar-se 758) e do eléctrico 25.

A segunda fase da Rede 7, que teve parecer positivo da Câmara Municipal de Lisboa, inclui ainda a modificação do percurso das carreiras 2, 6, 9, 713, 45, 746, 81 e 82. A designação de todas estas carreiras passa a ter três dígitos e a ser iniciada com o algarismo sete.

Acidente
Foi por volta das 11h45 de 9 de Junho de 2000 que um dos operários que se encontravam a trabalhar no túnel entre o Terreiro do Paço e Santa Apolónia se dirigiu, "em pânico", a um dos responsáveis da obra. "Está a entrar muita água e lama dentro do túnel", ter-lhe-á dito na altura, segundo um relato escrito por um engenheiro que fiscalizava. OP"incidente técnico", como o classificou o então ministro do Equipamento Social Jorge Coelho.

O túnel
A abertura de um furo com 15 centímetros de diâmetro numa aduela originou, nas palavras de um administrador do metro na altura, "uma entrada descontrolada de águas e lamas no túnel", à qual se seguiu um abatimento de terras na Avenida do Infante D. Henrique junto à estação fluvial. O acidente obrigou ao encerramento de várias estações de metro, à interrupção da circulação rodoviária entre o Cais do Sodré e o Campo das Cebolas e à deslocação dos barcos que asseguravam a travessia entre as duas margens. Para travar a entrada de mais água no túnel e novos abatimentos de terras, foram erguidas na zona afectada - com cerca de 300 metros, 100 dos quais ficaram alagados - duas paredes em betão, cujo espaço vazio no interior foi preenchido com água para estabilizar a área.

José Sá Fernandes
Dois anos antes, o advogado José Sá Fernandes alertara para a possibilidade de ocorrer um acidente nas obras em curso no Terreiro do Paço, numa acção popular que moveu contra o Metropolitano e os empreiteiros por estes terem avançado com os trabalhos numa zona sísmica sem autorização da câmara, do Ippar e da Protecção Civil. Os tribunais decretaram a paragem da obra, decisão que o metro foi adiando até finalmente entregar os documentos requeridos. Este alerta, tal como um outro do LNEC dando conta da instabilidade da zona e recomendando que se procedesse a uma investigação geotécnica adicional, foram desvalorizados pelo metro. Aliás, em 1998, o Metropolitano tinha admitido que a permanência do aterro criado no Cais das Colunas por um período superior ao previsto podia ter efeitos negativos na zona.

Jorge Coelho
Jorge Coelho garantiu que no seu ministério "a culpa não morre solteira", e atribuiu a responsabilidade pelo sucedido ao empreiteiro. Um ano depois, o consórcio Metropaço foi ilibado de responsabilidades por via de um acordo com a administração do Metropolitano. A mais recente averiguação à obra foi feita pelo Tribunal de Contas em 2004, dizia que a informação geológica e geotécnica dava conta da permeabilidade do solo, mas que no projecto não havia referências a esse risco.

18.12.07



Que nunca nos toque pela porta...

Formado em direito e solidão,
às escuras te busco enquanto a chuva brilha.
É verdade que olhas, é verdade que dizes.
Que todos temos medo e água pura.

A que deuses te devo, se te devo,
que espanto é este, se há razão pra ele?
Como te busco, então, se estás aqui,
ou, se não estás, porque te quero tida?
Quais olhos e qual noite?
Aquela
em que estiveste por me dizeres o teu nome.

- Pedro Tamen

17.12.07

É como se tivesses mãos ou garras




I


É como se tivesses mãos ou garras
milhões de dedos braços infinitos
É como se tivesses também asas
libertas do minério dos sentidos
É como se nos píncaros pairasses
quando nas nossas veias é que vives
É como se te abrisses - ó terraço
rodeado de abutres e raízes -
sobre o perene pânico dos astros
sobre a constante insónia dos abismos
E é como se te abrisses e fechasses
sobre a antepalavra do Espírito
É como se morresses quando nasces
É como se nascesses quando expiras

II

Ó claridade Ó vaga Ó luz Ó vento
que no sangue desvendas labirintos
Ó varanda no mar sempre Setembro
Ó dourada manhã sempre Domingo
Ó sereia nas dunas irrompendo
com as dunas e o mar se confundindo
Ó corpo de desperta adolescente
já no centro de incógnitos caminhos
que por fora te aceitas e por dentro
pões em dúvida o sol do teu fascínio
Ó dúvida que avanças mas por entre
volutas de pavor que vais cingindo
Ó altas labaredas Ó incêndio
Ó Musa a renascer das próprias cinzas

III

Só tu a cada instante nos declaras
que renegas a voz de quem divide
Que a única verdade é haver almas
terrível impostura haver países
Que tanto tens das aves o desgarre
como o expectante frémito do tigre
tanto o céu indiviso que há nas águas
quanto o múltiplo fogo que há no trigo
Que és igual e diversa em toda a parte
Que és do próprio Universo o que o sublima
Que nasces que te apagas que renasces
em procura da límpida medida
Que reges o mais puro e o mais alto
do que Deus concedeu às nossas vidas


- David Mourão Ferreira

11.12.07

porque tu sozinha de pé numa flor rodeada de mundos és o ícone do amor mais horizontal que as minhas mãos sabem
(sim, tu és tudo, sim tu és tudo e o poema de hoje termina como o meu amor começa, na imensa porta que dá para uma alvorada eterna em que o teu rosto, sim o teu rosto é a primeira coisa que os meus olhos entendem ao cumprimentar a vida no novo dia)
Love Letter

Not easy to state the change you made.
If I'm alive now, then I was dead,
Though, like a stone, unbothered by it,
Staying put according to habit.
You didn't just tow me an inch, no-
Nor leave me to set my small bald eye
Skyward again, without hope, of course,
Of apprehending blueness, or stars.

That wasn't it. I slept, say: a snake
Masked among black rocks as a black rock
In the white hiatus of winter-
Like my neighbors, taking no pleasure
In the million perfectly-chisled
Cheeks alighting each moment to melt
My cheeks of basalt. They turned to tears,
Angels weeping over dull natures,
But didn't convince me. Those tears froze.
Each dead head had a visor of ice.

And I slept on like a bent finger.
The first thing I was was sheer air
And the locked drops rising in dew
Limpid as spirits. Many stones lay
Dense and expressionless round about.
I didn't know what to make of it.
I shone, mice-scaled, and unfolded
To pour myself out like a fluid
Among bird feet and the stems of plants.
I wasn't fooled. I knew you at once.

Tree and stone glittered, without shadows.
My finger-length grew lucent as glass.
I started to bud like a March twig:
An arm and a leg, and arm, a leg.
From stone to cloud, so I ascended.
Now I resemble a sort of god
Floating through the air in my soul-shift
Pure as a pane of ice. It's a gift.

- Sylvia Plath

Wishlist para 2008

Ter uns dias inesquecíveis contigo na Escócia

Ir de férias com os putos

Encontrar um trabalho que me permita fazer qq coisa realmente radical, sei lá, construir uma casa num local que dê jeito a todos e que fique pronta num ano que dê jeito por causa dos putos

Ir a Praga contigo com o produto da venda do Breitling (esta merda é mais séria do que tu julgas)

Marcar fixo nos 80kg

Ver o meu filhote a seguir um rumo que me stresse menos

Sentir pelo menos em 300 dias o toque da tua boca na minha sem que o Sol o testemunhe

Ter paz e alegria ao teu lado durante todo o ano sem ter que me preocupar com nada.

7.12.07

Digo-te, deve ser a sensação mais fixe que já tive. Tu e eu a virmo-nos. Todas as vezes. Para que hoje possamos apreciar um bom livro, ver um filme marcante, saborear um vinho encorpado ou entender o lugar das crianças no mundo, foi preciso muita e boa gente virem-se uns nos outros repetidas vezes, até a vontade ficar impressa num gene qualquer que caso contrário andaria bêbado nas tascas da espinal medula até ao fim dos tempos...

3.12.07

Es wird Zeit




Youme & Meyou

They build a ship each wintertime
for launch to sea before the storm

They don't just go from A to B
they go around and come around again

'cause out there's always a construction site
a Starbucks and
yet another Gugenheim

Youme knows what Meyou wants
Meyou knows what Youme wants
and it's granted

No more tassels on the hotel key
a phone line, a laptop
and a box of tangerines

They turn houses into homes
where earthquakes live with car alarms
mature mild-mannered catastrophes

They gift each other a thousand names
and take them off, take them off again
like excessive jewelry

Youme knows what Meyou wants
Meyou knows what Youme wants
and it's granted

They defend each other against the past
if the future isn't bright at least it's colorful
so burn the ship come spring

They fail, fail and try again
fall off a cliff, succeed, and fall, fall again

They have proven quite effectively
that bumblebees indeed can fly
against the field's authority

They invent each other ever anew
still they won't have a different view
of everyone or anything

Defend themselves against the whims of fate
question the statistics, accelerate
the status quo, deny the rules of gravity

But they don't use the word
once dropped it might break

They do not say that they have loved
for who can say
We were killed yesterday

Youme knows what Meyou wants
Meyou knows what Youme wants
and it's granted

Zero.

Horror ao vácuo no conceito de símbolo, nas pontas reversíveis de um gráfico que representasse a histerese da condição humana. O campo coercivo da existência cogniscente a forçar a introdução de uma variável cujo valor absoluto fosse nulo, mas sem a qual nenhuma igualdade faria sentido. À simetria, passaria a faltar o eixo, e isso não clica com as peças que sobraram.

Algo para designar nada. Como a memória que toda somada resulta num exercício sem produto, num símbolo sem sinal e que contudo persiste, perdura, existe, assoma. Algo fixo e inevitável na equação sem princípio.

Olha, o poeta vem feito fantasma de um Natal passado alourar a fritura com doses cheias du chagrin au bon vin. São horas de retomar as sebentas de engenharia.

No meio do gráfico decorre toda a nossa trama. É ali que se desvela o tango grotesco colorido a arremessos de ocarina e cerimónias. Ainda, portanto, longe da indução remanescente que irá carregar-nos (estes trocadilhos, senhores) de volta à linha fechada.

Haver um zero que sofistica o nada em nulidade parcial é como um equinócio, tanto faz desde que seja mensurável. E afinal sempre parece que o nada nunca existiu sobre esta nossa rota desde que começou a fazer sentido falar do tempo. Pode ser que a vida eterna seja acausal uma vez que, admitindo que o zero é necessário e suficiente para a orquestração do mundo, também não seria despicienda a probabilidade do indivíduo fazer de charneira (de elite, mas de elite, hã, que já chegámos bem longe) para o resto do cenário.

Será que tu sabias que a mera pronúncia de pronomes é o mais elegante corolário daquilo que comecei por escrever?

Sete palmos de escrita no céu estatístico de Pollock: lisura e movimentações obscenas, candura inconfessável no acto de gritar orgasmos, desnecessidade das restantes partes da recta real. Tudo é provado pela obrigatoriedade de representar o nada, ainda que parcialmente exacta, inefável por consequência. Gostava que fractalmente fôssemos para a cama tantas vezes quantas fizessem romper as normas do contável.
nao o sou mais do que tu, mais do que já ambos fomos.
tenho um feitio, um leito, uma rota
tenho tempo contado e hoje esse tempo é vosso
com resquicios e aparas para o mundo
sou uma recta teimosa num poema estranho em formato visual
sou uma lasca do holograma que um dia descobriu o caminho das pedras
sou aquele que ganha sentido com o sentido ganho por ti ao seres quem és
e fora disso a vida parece uma frase demasiado curta.
é isto que acho e que me faz ter tantas emoções ao viver ao teu lado.


(Burne-Jones)

In the wake of adversity

The Genius Of The Crowd

there is enough treachery, hatred violence absurdity in the average
human being to supply any given army on any given day

and the best at murder are those who preach against it
and the best at hate are those who preach love
and the best at war finally are those who preach peace

those who preach god, need god
those who preach peace do not have peace
those who preach peace do not have love

beware the preachers
beware the knowers
beware those who are always reading books
beware those who either detest poverty
or are proud of it
beware those quick to praise
for they need praise in return
beware those who are quick to censor
they are afraid of what they do not know
beware those who seek constant crowds for
they are nothing alone
beware the average man the average woman
beware their love, their love is average
seeks average

but there is genius in their hatred
there is enough genius in their hatred to kill you
to kill anybody
not wanting solitude
not understanding solitude
they will attempt to destroy anything
that differs from their own
not being able to create art
they will not understand art
they will consider their failure as creators
only as a failure of the world
not being able to love fully
they will believe your love incomplete
and then they will hate you
and their hatred will be perfect

like a shining diamond
like a knife
like a mountain
like a tiger
like hemlock

their finest art

- Charles Bukowski

30.11.07



Era um quadrado. O que deveria ter sido sempre perfeitamente óbvio para mim se não tivesse a mania das geografias. Bah.

Update: já havia um post destes datado de alguns anos atrás. Distraído e senil. Lindo.

Polly :)
Tenho tanta coisa para te perguntar.

Nas costas da minha mão permanece o cheiro do teu perfume que dali às pontas dos meus dedos se transforma em secreção do amor infinito que é a chave de viver. Habita um gradiente de doçura com vértice no odor dos teus sumos secretos, expostos. Inspiro-te (esta tem triple meaning, oi) e penso em nós por não haver condição alguma. Torno a sorver o ar e as células rebeldes que me cobrem as costas da mão. Estás lá como estás em mim como estás em cada litro de vida; no plano da sorte eras uma ideia que ao tomar carne furou o esquema dos Deuses: saíste melhor que a encomenda, e por não saberem o que fazer, as Totalidades atravessaram homens no teu caminho à espera que algum pudesse esbarrar na solução. É um suplício Tantálico. Se não te tenho a escuridão é certa. Se te tiver é a certeza do bloqueio que só se resolve ao beijar-te.

É isso, é num beijo dos nossos que se desvendam os enigmas do teu aroma.

Sinto-te na minha mão e sorrio perante a natureza da Natureza. É tudo tão interligado, tanta coisa que sempre teremos para espremer. Porque é que és tão bonita e tantas vezes fico a sentir que podemos fazer muito mais?

Adoro pensar-nos. É. É, e é muito. É quase tudo, é uma face do universo que valida todas as outras.

Eu amo-te por haver respostas sem pergunta.

29.11.07

Ano 2

28.11.2006 -

:)

Filme do ano



Não vou dizer nada sobre o filme. A imagética e o sentimento de Corbijn - e um Sam Riley fantasmagórico - dizem tudo. É como no poema do post anterior.

A corrente esteve ao rubro nessa noite entre as nossas mãos, lembras-te?


you shall above all things be glad and young
For if you're young,whatever life you wear

it will become you;and if you are glad
whatever's living will yourself become.
Girlboys may nothing more than boygirls need:
i can entirely her only love

whose any mystery makes every man's
flesh put space on;and his mind take off time

that you should ever think,may god forbid
and (in his mercy) your true lover spare:
for that way knowledge lies,the foetal grave
called progress,and negation's dead undoom.

I'd rather learn from one bird how to sing
than teach ten thousand stars how not to dance

- e.e. cummings

26.11.07



I always used to dread the dark
It reminded me if my empty heart
Lonely nights brought so much pain
At times I thought I would go insane

Had no one to talk to, nothing to do
Emotions ran from black to blue
I kept my thoughts bottled up inside
Felt so bad I thought I’d die

Yeah I have prayed
To the moon and stars
But I came out
All bruised and scarred
I never thought I would find a way
To see the light at the end of aday
You saved my heart
You’re my angel in the dark

Darkness comes now I don’t care
Because I know that you’ll be there
To keep me warm when the night turns cold
Things like that stir my soul

I light a candle when you’re gone
Then I don’t feel so all alone
I see your spirit in the candlelight
It helps me make it through the night

Yeah I have prayed
To the moon and stars
But I came out
All bruised and scarred
I never thought I would find a way
To see the light at the end of a day
You saved my heart
You’re my angel in the dark
You saved my heart
You’re my angel in the dark

Yeah I have prayed
To the moon and stars
But I came out
All bruised and scarred
I never thought I would find a way
To see the light at the end of a day
You saved my heart
You’re my angel in the dark
You saved my heart
You’re my angel in the dark
You saved my heart
You’re my angel in the dark
You saved my heart
You’re my angel in the dark
Fome das tuas pernas ao meu redor. Fome de escrever-te, de fazer-te um cerco muito meu, muito legítimo e muito à minha maneira, fome de ouvir-te suspirar, gemer, arfar, atingir. Fome da tua boca aberta num sorriso matinal numa interrogação inteligente a exclamar dia, a convidar-me ao embate frontal.
Estou-me nas tintas para o Sócrates, para o Mundo que passa e para a merda das notícias.

Seja como for, é bem visto,

"A retórica de Sócrates leva-o a parecer dar sem nada pedir, prometer sem nada exigir, quebrando a lei da troca recíproca do laço social e político. Nisso faz lembrar o Pai Natal."
- José Gil, "Visão", 29-11-2007

23.11.07

Let my poem, like a shrine, contain - your name;
In my heart shall ever proudly reign - your name;
Let my countrymen hear echoes, east and west,
Of the music in that joyous strain - your name;
On this shrine shall nations henceforth read your fame;
Here it stays to glow and glow again - your name.
When both you and I have crossed in Charon's boat,
Even then the glory will remain - your name.
More than Cynthia, Laura, Delia and Corrina,
Time will ever hallow my refrain - your name

- France Preseren

15.11.07

I am not yours, not lost in you,
Not lost, although I long to be
Lost as a candle lit at noon,
Lost as a snowflake in the sea.

You love me, and I find you still
A spirit beautiful and bright,
Yet I am I, who long to be
Lost as a light is lost in light.

Oh plunge me deep in love -- put out
My senses, leave me deaf and blind,
Swept by the tempest of your love,
A taper in a rushing wind.

- Sarah Teasdale

14.11.07

An Immorality

Sing we for love and idleness,
Naught else is worth the having.

Though I have been in many a land,
There is naught else in living.

And I would rather have my sweet,
Though rose-leaves die of grieving,

Than do high deeds in Hungary
To pass all men's believing.

- Ezra Pound

5.11.07

Faço-te um desenho (escrevo-te um conto) mas não me apetece escolher cores tiradas da rua, porque as tuas são mais intensas, nem lápis que possa afiar com os humores da população, porque os teus são mais estimulantes. Até o papel me é difícil seleccionar, porque a folha em branco das horas que começam no teu sorriso é sempre mais interessante e menos estreita que o somatório das vozes lá fora. Então resta-me o contorno do teu nome, a trama do teu olhar recaído no meu corpo extenuado, e o enredo dos teus lábios onde cada frase contém imensamente mais vida do que já li, ouvi e imaginei. E depois, é por isso que termo-nos vai ser sempre a maior prova da inevitabilidade dos Deuses, porque o nosso amor não pertence ao mesmo gráfico das construções colectivas.
A POESIA VAI

A poesia vai acabar, os poetas
vão ser colocados em lugares mais úteis.
Por exemplo, observadores de pássaros
(enquanto os pássaros não
acabarem). Esta certeza tive-a hoje ao
entrar numa repartição pública.
Um senhor míope atendia devagar
ao balcão; eu perguntei: "Que fez algum
poeta por este senhor?" E a pergunta
afligiu-me tanto por dentro e por
fora da cabeça que tive que voltar a ler
toda a poesia desde o princípio do mundo.
Uma pergunta numa cabeça.
– Como uma coroa de espinhos:
estão todos a ver onde o autor quer chegar? –


- Manuel António Pina

4.11.07

a relva dentro da cidade
os sonhos dentro da estrada
o meu calor dentro de ti
o teu sorriso infinito
nos olhos do meu filho
na voz do teu filho
no tempo que resta
no tempo que resta
o nosso amor nestas folhas.
diz-me ainda outra vez: adoro.
os rios ficam gotas, sozinhos
e as pontes um traço no fecho do dia
amor, juro que as árvores
e o riso dos nossos filhos.

30.10.07

Estava a ler isto

http://en.wikipedia.org/wiki/Ulam_conjecture

e pensei, "não posso ler tudo sobre matemática, física, cosmologia, nem ler toda a BD, ouvir toda a música, ver todo o cinema e teatro, ir a todos os sítios e ainda assim sonhar sequer educar filhos, usufruir do meu corpo enquanto jovem e hábil, ser para mim e para aqueles que amo, e acima de tudo amar em condições a minha mulher, que caminha de mão dada comigo".

Foda-se, que merda um gajo morrer. Chegaram os teus livros.



24.10.07

Como piratinhas, piratinhas valentes e redondos e rodeados de passaragem, que singram soberbos os mares mais revoltos da puberdade, os mares confusos, em navios de abraços e bochechas amigas.


Póli :)

Quote of the day

"É completamente incompreensível que o primeiro-ministro ande todos os dias na televisão a dizer que o principal problema do país é a produtividade e depois o sinal que o seu Governo dá na escola é que a produtividade não interessa e a assiduidade não é relevante"

- Paulo Portas, sobre o estatuto do aluno, essa figura risível que visa promover a nacional-grunhidade, aprovada hoje em CM.

One should strive to achieve; not sit in bitter regret.


Quando leres isto estarei deitado no sofá perdido em ti, imerso na memória, no fio condutor, no caminho guia das nossas perdas e sonhos conjuntos, perdido e imerso nos mundos que o teu brilho contém, que os teus dedos entretecem, que as tuas pernas prometem, que damos à luz com o melhor de ti e o melhor que há em mim. Quando leres isto vou estar a sentir que nunca, nunca jamais nunca mais quero estar longe de ti, vais sentir que tudo está certo e correcto e assegurado entre a dor e o calor entre o riso e o prazer entre a curva mais histriónica que um homem pode fazer ao racionalizar estas veias que se insurgem contra o desfecho mortal que nos é comum. Eu amo-te. Eu amo-te, amo-te amo-te quero-te não quero estar longe não quero um dia, não quero a noite sem sim não quero entender não posso ser uma folha em branco, não tenho braços que alcancem a gargalhada de Deus quando te fez tão linda e tão nossa, não sei muito bem onde vai parar esta nossa paixão.
The will to greatness clouds the mind
Consumes the senses, veils the signs
We each are meant to recognize.
Redeeming graces cast aside
Enduring notions, new found promise,
That the end will never come.

We live in times when all seems lost,
But time will come when we'll look back,
Upon ourselves and on our failings.

Embrace the void even closer still,
Erase your doubts as you surrender everything:

We possess the power,
If this should start to fall apart,
To mend divides,
To change the world,
To reach the farthest star.
If we should stay silent.
If fear should win our hearts,
Our light will have long diminished,
Before it reaches the farthest star.
http://www.free-lyrics.org

Wide awake in a world that sleeps
Enduring thoughts, enduring scenes.
The knowledge of what is yet to come.
From a time when all seems lost,
From a dead man to a world.
Without restraint, unafraid and free.

We possess the power,
If this should start to fall apart,
To mend divides,
To change the world,
To reach the farthest star.
If we should stay silent.
If fear should win our hearts,
Our light will have long diminished,
Before it reaches the farthest star.

If we fall and break,
All the tears in the world cannot make
us whole
Again.

We possess the power,
If this should start to fall apart,
To mend divides,
To change the world,
To reach the farthest star.
If we should stay silent.
If fear should win our hearts,
Our light will have long diminished,
Before it reaches the farthest star.

- Ronan Harris / Mark Jackson
Acendo as luzes da casa. Hoje tu não estás cá, e eu hoje não estou lá. Tentamos estar mais presentes sem nos ausentarmos um do outro. Hoje há coisas que precisam de ser feitas por mim e por ti, sticking to the plan. As luzes ficam acesas, porque o frio chegou. Os teus olhos e o teu sorriso perfumam os quartos, aquecem a cozinha e a sala com a mesma intensidade de sempre. Deambulo a marcar tarefas na agenda e a ouvir o Palma.
Penso em ti tal como estavas hoje antes de sairmos de casa. E na viagem até Lisboa. E nas viagens todas que já fizemos. Penso em nós tal como ficamos assim que as nossas peles se tocam, ao mais leve roçar. Ao contacto visual. À memória do instante anterior.
Talvez hoje deva alongar-me ao jantar, talvez começar o livro, talvez adormecer rapidamente para rapidamente voltar a acordar contigo deitada no meu peito.
Depois diz-me como correu :)

Histórias para crianças, para ler por adultos - Viver


um conto de Nuno Santos Antunes

Dizem que a Lua está sempre lá no alto, lá no Céu, mas eu não acredito. Ainda hà pouco estava a olhar pela janela e vi-a descer e banhar-se nas àguas do Tejo. Estava linda, a sua cor de prata diluía-se no rio, depois subiu de novo e foi ganhar cor junto das estrelas, primeiro estava dourada, depois foi ainda mais alto e começou a ganhar de novo a sua cor prateada. Lá em baixo o rio ficou todo dourado, foi um presente que a Lua lhe deu.

Dizem que os rios correm para o mar, mas eu não acredito. Estou aqui entre dois rios e eles estão os dois juntos, nenhum deles quer sair dali, juntam-se os dois de noite para banhar a Lua e quando ela se vai ficam os dois a namorar e a apreciar as belas cores com que ficaram. De manhã acordam os dois juntos com o Sol e ganham uma cor nova, e todo o dia por ali ficam, felizes e contentes, sem vontade nenhuma de correr para o mar.

Dizem que o Sol nunca se apaga, mas eu não acredito. O Sol acende-se de manhã para pintar os rios, os mares, e a vida das pessoas. De noite ele apaga-se para deixar as crianças dormir.

Os meus Amigos dizem que a vida deve ser vivida muito intensamente dia a dia, mas eu não acredito. Eu acho que a vida deve ser vivida com e para as crianças, elas é que sabem o ritmo certo. Para as crianças não existe tempo, nem pressas, nem prazos. Um dia, uma semana, um mês, nada disso conta para as crianças. As crianças são os “Senhores do Tempo” e é com elas que nós devemos viver. Não sabem o que é o Amor, mas amam como ninguém. Não sabem o que é a morte e por isso vivem melhor.

O que eu acredito é que devemos viver com o ritmo da Lua, dos Rios, do Sol e particularmente das crianças, tudo o resto são histórias de adultos que são difíceis de entender.


Find it in you, raise your eyes
Look beyond the place you stand
Towards the furthest reaches
And to the smallest of things
The sound you are hearing
Is the symphony of what we are
Revelation will not come
With heart and mind closed and divided

No need of sun to light the way
Across the ages, we have reigned as we endured
Through the storm fronts we will ever surely pass
To stand as never ending light

Throw away the mantle
Awake from your uncertain hesitation
No way to describe or equate the feeling
No end to what is at your command
A million thoughts run through you
Concentric circles, ever greater
But you have always known
That this is not all there is
To your questions there'll be answers

Let there be, let there always be
Never ending light


Entrelaças-te em mim.

Sonho um dia além da nossa morte com planetas verdejantes e crianças imortais que nunca souberam a agonia nunca souberam a dor nunca perderam crianças folhas ramos copas flores sementes de novas crianças um dia muito muito além do fim do tempo e da estrela que tu e eu sempre vimos nascer naquele ponto do céu de Outono.

Entrelaças-te em mim. O tempo passa a correr mas já não faz mal. Já tenho comigo o segredo da infância eterna.

23.10.07

Now close the windows and hush all the fields:
If the trees must, let them silently toss;
No bird is singing now, and if there is,
Be it my loss.

It will be long ere the marshes resume,
I will be long ere the earliest bird:
So close the windows and not hear the wind,
But see all wind-stirred.

- Robert Frost

17.10.07

Roll me on your frozen fields
Break my bones to watch them heal
Drown me in your thirsty veins
Where I'll watch and I'll wait
And pray for the rain
Curl like smoke and breath again
Down your throat inside your ribs
Through your spine in every nerve
Where I watch and I wait and yield to the herd
And if you don't believe
The sun will rise
Stand alone and greet
The coming night
In the last remaining light
Seven moons and seven suns
Heaven waits for those who run
Down your winter and
Underneath your waves
Where you watch and you wait
And pray for the day
And if you don't believe
The sun will rise
Stand alone and greet
The coming night
In the last remaining light
And if you don't believe
The sun will rise
Stand alone and greet
The coming night
In the last remaining light
Light
Light
Light

(Cornell)
Fire's Reflection

Perhaps it's no more than the fire's reflection
on some piece of gleaming furniture
that the child remembers so much later
like a revelation.
And if in his later life, one day
wounds him like so many others,
it's because he mistook some risk
or other for a promise.
Let's not forget the music, either,
that soon had hauled him
toward absence complicated
by an overflowing heart....

- Rainer Maria Rilke

16.10.07

I thought of you when I was wakened
By a wind that made me glad and afraid
Of the rushing, pouring sound of the sea
That the great trees made.
One thought in my mind went over and over
While the darkness shook and the leaves were thinned —
I thought it was you who had come to find me,
You were the wind.

- Sarah Teasdale

12.10.07

Reprise

i carry your heart with me(i carry it in
my heart)i am never without it(anywhere
i go you go,my dear; and whatever is done
by only me is your doing,my darling)
i fear
no fate(for you are my fate,my sweet)i want
no world(for beautiful you are my world,my true)
and it's you are whatever a moon has always meant
and whatever a sun will always sing is you

here is the deepest secret nobody knows
(here is the root of the root and the bud of the bud
and the sky of the sky of a tree called life;which grows
higher than the soul can hope or mind can hide)
and this is the wonder that's keeping the stars apart

i carry your heart(i carry it in my heart)

- e.e. cummings

11.10.07




When plotted on a logarithmic graph, 15 separate lists of paradigm shifts for key events in human history show an exponential trend. Lists prepared by, among others, Carl Sagan, Paul D. Boyer, Encyclopædia Britannica, American Museum of Natural History and University of Arizona, compiled by Ray Kurzweil.

7.10.07

Days

What are days for?
Days are where we live.
They come, they wake us
Time and time over.
They are to be happy in:
Where can we live but days?

Ah, solving that question
Brings the priest and the doctor
In their long coats
Running over the fields.

-Philip Larkin

6.10.07

When the little devil, panic,
begins to grin and jump about
in my heart, in my brain, in my muscles,
I am shown the path I had lost
in the mountainy mist.

I'm writing of you.

When the pain that will kill me
is about to be unbearable,
a cool hand
puts a tablet on my tongue and the pain
dwindles away and vanishes.

I'm writing of you.

There are fires to be suffered,
the blaze of cruelty, the smoulder
of inextinguishable longing, even
the gentle candleflame of peace
that burns too.

I suffer them. I survive.

I'm writing of you.

- Norman MacCaig
Nenhum de nós tem de ser genial. Basta-me que sejamos um do outro. Por razões bem conhecidas o somos.

A montanha. O poema. A harmonia.

A quantidade esmagadora de sensações que ficam por enumerar, revolver, transliterar.
Urgência em reencontrar o nosso olhar o diálogo das peles retina a retina íris com íris lábios que nunca acabam conversa para além da conversa, saliva sobrecarregada com a fala dos corpos a nossa respiração em conversa as pernas descansadas à procura de conversa as certezas o carinho o sossego, metade e metade de todos os poemas do mundo que se escrevem no que fica por dizer, reatar todas as pontas soltas entre o nosso primeiro café e a espiral em autogestão que nos arrebata e alimenta.






Entendes-me? :)




Send in the fireworks :D
Coda
Perhaps to love is to learn
to walk through this world.
To learn to be silent
like the oak and the linden of the fable.
To learn to see.
Your glance scattered seeds.
It planted a tree.
I talk
because you shake its leaves.

- Octavio Paz
Being Boring
If you ask me 'What's new?', I have nothing to say
Except that the garden is growing.
I had a slight cold but it's better today.
I'm content with the way things are going.
Yes, he is the same as he usually is,
Still eating and sleeping and snoring.
I get on with my work. He gets on with his.
I know this is all very boring.

There was drama enough in my turbulent past:
Tears and passion-I've used up a tankful.
No news is good news, and long may it last,
If nothing much happens, I'm thankful.
A happier cabbage you never did see,
My vegetable spirits are soaring.
If you're after excitement, steer well clear of me.
I want to go on being boring.

I don't go to parties. Well, what are they for,
If you don't need to find a new lover?
You drink and you listen and drink a bit more
And you take the next day to recover.
Someone to stay home with was all my desire
And, now that I've found a safe mooring,
I've just one ambition in life: I aspire
To go on and on being boring.

- Wendy Cope


"...when she met the poet Lachlan Mackinnon, with whom she now lives in Winchester. He is the dedicatee of If I Don't Know and the man acknowledged by Cope as the reason for its tone of sometimes dreamy and delirious content. "Someone to stay home with was all my desire", she writes in the poem "Being Boring", "And now that I've found a safe mooring,/ I've just one ambition in life: I aspire/ To go on and on being boring." Despite the refrain of that poem, though, she is testy about the assumption - expressed in more than one review of the new book - that happiness necessarily dulls the poetic edge. She has just finished an anthology of 101 happy poems and takes issue in her introduction with the old truism that happiness writes white. - "Of course misery writes more good poems than happiness, but happiness does write good poems now and again. ""



"Quem escreve com clareza tem leitores; quem escreve obscuramente tem comentadores."
(Camus)

:)

2.10.07

Não é que tenha uma gaja aos comandos. Não é nada disso. Mas pronto, tou convencido. Siga a Caverna... O post abaixo fica sem efeito ;)

Neste dia

Algumas coisas são cíclicas. É cíclico o surgimento da Vida, enquanto afronta às leis mais concisas da Física. É cíclica a História do Universo, como tudo é cíclico menos o avanço da entropia - e mesmo assim, não sei.

Há quatro anos, tal como antes e depois de há quatro anos, existia um espaço enorme, um vazio arrombado que foi aprendendo a brilhar sem explodir. Daí se fizeram palavras, e das palavras momentos, e estes tiveram Estações; uma Primavera cheia de amores como bonecos de neve, um Inverno resoluto na certeza de trazer ao seu habitante uma melhor preparação para o inevitável.

Há quatro anos, talvez até na tua vida houvesse ciclicidade. Na minha, havia-a certamente.

Porque a Vida tem, ou serve, desígnios inegáveis, e porque o Amor, enquanto expressão mais alta do livre arbítrio, da nossa centelha, e porque escapar à moagem cíclica dos anos é talvez a única cicatriz que é humanamente possível desenhar nos blogs do Universo.

Porque tu e eu nos encarregaremos, como hoje encarregamos, de fazer com que o tempo que nos resta fervilhe ao rubro.

Porque o somatório de nós, deles, do que bem nos basta como fardo e como recompensa constitui garantia bastante de que não implodiremos.

Por tudo isto, e porque algumas coisas não devem ser cíclicas, este blog termina aqui.

As sugestões, referências e comentários poderão regressar, mas não a voz na penumbra.

A Caverna cede lugar a uma Casa parede por parede, vela por vela, aroma por aroma.

É para já uma casa difusa, que só tem fundações, da qual não existe projecto nem sequer localização geográfica, e muito menos um blog. Mas está a fazer-se, constrói-se com cimento de Outono e janelas para o Verão. Tem folhas e ramos fortíssimos onde crescem avelãs bojudas e os animais do bosque vêm acoitar-se. Estende-se por muitas serras e alguns rios, atravessa pontes e vales, e passa a vau uma cidade inteira. Leva confortavelmente quatro camas e nela há sempre uma cozinha, cujo chão é frio e o ar quente, e que muda de sítio consoante nada em concreto.

Já não digo mais nada.

Este blog termina aqui porque o Amor continua.

E ao teu lado começo uma estória definitiva.


26.9.07

Acquainted with the Night

I have been one acquainted with the night.
I have walked out in rain -- and back in rain.
I have outwalked the furthest city light.

I have looked down the saddest city lane.
I have passed by the watchman on his beat
And dropped my eyes, unwilling to explain.

I have stood still and stopped the sound of feet
When far away an interrupted cry
Came over houses from another street,

But not to call me back or say good-bye;
And further still at an unearthly height,
O luminary clock against the sky

Proclaimed the time was neither wrong nor right.
I have been one acquainted with the night.

- Robert Frost

25.9.07

O que é que se faz quando a simples visão da pessoa amada nos reaviva a percepção de não termos vinte mãos, trinta línguas, oito bocas, cinco hmm membros viris e trezentos mil anos para viver?


Yes Yes

when God created love he didn't help most
when God created dogs He didn't help dogs
when God created plants that was average
when God created hate we had a standard utility
when God created me He created me
when God created the monkey He was asleep
when He created the giraffe He was drunk
when He created narcotics He was high
and when He created suicide He was low

when He created you lying in bed
He knew what He was doing
He was drunk and He was high
and He created the mountains and the sea and fire at the same time

He made some mistakes
but when He created you lying in bed
He came all over His Blessed Universe.


- Charles Bukowski

24.9.07

Reconhecimento à Loucura

Já alguém sentiu a loucura
vestir de repente o nosso corpo?
Já.
E tomar forma de objectos?
Sim.
E acender relâmpagos no pensamento
Também.
E às vezes parece ser o fim?
Exactamente.
Como o cavalo do soneto de Ângelo de Lima?
Tal e qual.
E depois mostrar-nos o que há-de vir
muito melhor do que está?
E dar-nos a cheirar uma cor
que nos faz seguir viagem
sem paragem
nem resignação?
E sentirmo-nos empurrados pelos rins
na aula de descer abismos
e fazer dos abismos descidas de recreio
e covas de encher novidade?
E de uns fazer gigantes
e de outros alienados?
E fazer frente ao impossível
atrevidamente
e ganhar-lhe, e ganhar-lhe
a ponto do impossível ficar possível?
E quando tudo parece perfeito
poder-se ir ainda mais além?
E isto de desencantar vidas
aos que julgam que a vida é só uma?
E isto de haver sempre ainda mais uma maneira pra tudo?
Tu só, loucura, és capaz de transformar
o mundo tantas vezes quantas sejam necessárias para olhos individuais.
Só tu és capaz de fazer que tenham razão
tantas razões que hão-de viver juntas.
Tudo, excepto tu, é rotina peganhenta.
Só tu tens asas para dar
a quem tas vier buscar.

- José de Almada Negreiros
Rakkaus on lepo.
Oikeastaan ainoa lepo mitä ihmisellä on.
Eikä mikään ole niin rasittavaa.
Ja se on vapautta.
Eikä kuitenkaan mikään sido niin paljon.
Siinä on rakkauden paradoksi.
Ilman rakkautta ihminen kantaa kuin taakkaa
koko ajan ja on yksinäisyytensä vanki,
niin vapaa kuin yksin ollessaan onkin.


Love is rest.
Actually, the only rest humans have.
And nothing is as exhausting.
And it is freedom.
And yet, nothing binds us as securely.
Therein lies love's paradox.
Without love, it is as if one carried a burden
All the time and was prisoner to his loneliness,
No matter how free he is in his aloneness.


- Eeva Kilpi -


(amo-te tanto, ruça linda)


From The Book of Common Prayer, 1549:

"O lord... Be unto them a tower of strength."

From Richard III, 1594:

'The king's name is a tower of strength."



Margareth Thatcher on TV
Shocked by the deaths that took place in Beijing
It seems strange that she should be offended
The same orders are given by her

I've said this before now
You said I was childish and you'll say it now
"Remember what I told you
If they hated me they will hate you"

England's not the mythical land of Madame George and roses
It's the home of police who kill black boys on mopeds
And I love my boy and that's why I'm leaving
I don't want him to be aware that there's
Any such thing as grieving

Young mother down at Smithfield
5 am, looking for food for her kids
In her arms she holds three cold babies
And the first word that they learned was "please"

These are dangerous days
To say what you feel is to dig your own grave
"Remember what I told you
If you were of the world they would love you"

England's not the mythical land of Madame George and roses
It's the home of police who kill blacks boys on mopeds
And I love my boy and that's why I'm leaving
I don't want him to be aware that there's
Any such thing as grieving.

(Sinead O'Connor)

23.9.07

Snail on a wire :D



(Prior Velho, Lx)
Há sempre uma coisa destas nestes momentos :)

E que rico dia está hoje!



Something got me thinking tonight about
Changes
Changes

Somebody bought me a ticket tonight
Dangerous
Dangerous

I've just gotta go
Where everything is what it could be now
Where everything is ready for me now
Everything and every time
Everything and every kind
Make me yours
I'll make you mine
Make us blind

Someone asked me something tonight
What my name is, game is
Somebody made me feel something tonight
Brainless, painless

I've just gotta know
Where everything is what it could be now
Where everything is ready for me now
Everything and every time
Everything and every kind
Make me yours
I'll make you mine
Make us blind
Depois deste dia, desta noite, destes três Bailey's ladeados por um pacote de Oreo revestidas, bom, da energia toda que foi dispendida, entre corpo, mente e alma, caraças, depois de ouvir isto, dos sorrisos, da carne, do sonho, do sim, do sim, do sim, quem é que pode dormir?

21.9.07

Say over again, and yet once over again,
That thou dost love me. Though the word repeated
Should seem "a cuckoo-song," as thou dost treat it,
Remember, never to the hill or plain,
Valley and wood, without her cuckoo-strain
Comes the fresh Spring in all her green completed.
Belovèd, I, amid the darkness greeted
By a doubtful spirit-voice, in that doubt’s pain
Cry, "Speak once more—thou lovest!" Who can fear
Too many stars, though each in heaven shall roll,
Too many flowers, though each shall crown the year?
Say thou dost love me, love me, love me—toll
The silver iterance!—only minding, Dear,
To love me also in silence with thy soul.

- Elizabeth Barrett Browning

Robert Jordan, R.I.P.


Born: October 17, 1948(1948-10-17)
Flag of the United States Charleston, South Carolina, U.S.A.
Died: September 16, 2007 (aged 58)
Occupation: Novelist
Genres: Fantasy
Influences: J.R.R. Tolkien, Frank Herbert

19.9.07

Cloudbusting



Sentiste?

Maldita toalha do vizinho que fez sombra na altura errada, ali na frame #1.
É perfeitamentevidente que não sei escrever sobre o quotidiano.


Vamos gostar de ouvir isto. Que poema é que caberia aqui...?

Ligado à terra outra vez, chatear o canalizador, des affaires journaliers, und drang, und drang.

Abraço incomparável.
Bom, tudo em perspectiva. Aí vem uma semana difícil. Eh estranho como nunca escrevo sobre o quotidiano. Talvez por intuir que o quotidiano é directamente proporcional à claridade do observador. Não falo da sua qualidade, intensidade ou valor. O próprio quotidiano, ou a função de máxima adequação do observador, é que segue um trajecto qualificável que é gráfico das viagens que o observador efectua dentro de si mesmo. O pensamento em existência e fruição pode atingir uma massa crítica que provoca efeitos engraçados de percepção mística, teorização onde certezas e questões não são mutuamente exclusivas, e "ultimately", harmonia com o self. Agora, isto não impede que venha aí uma semana difícil. Amo-te :)

14.9.07



Escrevo-te com o fogo e a água


Escrevo-te com o fogo e a água. Escrevo-te
no sossego feliz das folhas e das sombras.
Escrevo-te quando o saber é sabor, quando tudo é surpresa.
Vejo o rosto escuro da terra em confins indolentes.
Estou perto e estou longe num planeta imenso e verde.

O que procuro é um coração pequeno, um animal
perfeito e suave. Um fruto repousado,
uma forma que não nasceu, um torso ensanguentado,
uma pergunta que não ouvi no inanimado,
um arabesco talvez de mágica leveza.

Quem ignora o sulco entre a sombra e a espuma?
Apaga-se um planeta, acende-se uma árvore.
As colinas inclinam-se na embriaguez dos barcos.
O vento abriu-me os olhos, vi a folhagem do céu,
o grande sopro imóvel da primavera efémera.


- António Ramos Rosa


E quando a minha loira é um pilar de aço a marcar a certeza no meu horizonte?

Adoro-te, mulher, esposa, gaja, pessoa, conjunto dos destinos mais correctos entretecidos nesta vida.

Adoro-te.

11.9.07

e os teus olhos estao comigo e beijam-me e tu chegas-me
e fazes-me feliz
heroicamente feliz
como um moço de infantaria acabado de saltar da trincheira
tac tac tac
nao faz mal, amei

adoro-te :)

10.9.07

Origem dos sonhos esquecidos


Entre a bicicleta e a laranja
vai a distância de uma camisa branca

Entre o pássaro e a bandeira
vai a distância dum relógio solar

Entre a janela e o canto do lobo
vai a distância dum lago desesperado

Entre mim e a bola de bilhar
vai a distância dum sexo fulgurante

Qualquer pedaço de floresta ou tempestade
pode ser a distância
entre os teus braços fechados em si mesmos
e a noite encontrada para além do grito das panteras

qualquer grito de pantera
pode ser a distância
entre os teus passos
e o caminho em que eles se desfazem lentamente

Qualquer caminho
pode ser a distância
entre tu e eu

Qualquer distância
entre tu e eu
é a única e magnífica existência
do nosso amor que se devora sorrindo

- Mário Henrique Leiria

7.9.07

passará outro ano amor e as sombras
de árvores abatidas à nossa varanda
há-de vir um sonho final amor
a tua voz em Florença
e o pó dos avós falecidos
no teu copo a península amor
de alguns filhos que não vieram
passará outra casa amor no teu sorriso
amor liberdade até o meu corpo ruir






(saído pela primeira vez a 24-08 à 01:37)

6.9.07

Snooker. Casino. Flippers.

A seguir batem-me as saudades de um bom King até de madrugada.

Não presto :D


É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

- Eugénio de Andrade
Ausência

Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.


-
Sophia de Mello Breyner Andresen
(strip thyself oh mortal of all worldly things)

Saída do hiperespaço (Alabama, Catujal, wherever) sharpen more, sharpen more, gaussian blur, add noise 3.


Hiperespaço.



(porque nos temos para sempre)
INTO THE WIND
(Sullivan/Nelson/Dean/White/Gill) 2007

We went to see the fall of Rome – I thought it would please us
To watch how the mighty go in a blaze of hubris
But I just stood there hypnotised by all the beautiful madness
Face into the wind, boys, face into the wind

Last night I dreamed that we built a fire in a wild garden
We took all the holy books and we burned them
All those pages to ashes, every last one of them
Face into the wind, boys, face into the wind

Everything under the sun shall be harnessed
Forced to push and pull and endure like unwilling horses
All for the ceaseless construction of Man’s Great Purpose
Face into the wind, boys, face into the wind

And in the Market Square they’re still stacking the shelves
I’m screaming: I don’t want anything, I don’t need anything
I don’t want anything, I don’t need anything

5.9.07

É isso, eu quero que sejas Alba para mim. Só para mim. Toda para mim. De manhã, e quando ouvimos música, que é outra forma de ser de manhã. Sobretudo porque pela manhã não temos receios, nem vestimos o fardo, nem o ar terá já trazido ecos que deviam estar longe de ti e de mim.
Alta de Lisboa.

Construção de 2004. Novo Estado Novo.

Parque das Nações.

O lamaçal varrido para debaixo da obra. Afinal só lá vão 10 anos.

Torre (sim, torre) Vasco da Gama.

Guterro-Socratismo para turistas incautos, cá dentro. Face into the wind, boys.

Quinta da Regaleira.

Amo-te.

C.C. Colombo.

Your friends are for sale.

Loja do Cidadão.

É só rir. Simplificação intra-gabinetes, a mesma merda no terreno.

Centro de Emprego de Loures.

Mundo real, instituições etéreas.