Fecho os olhos ao sol
E vou à minha procura
mas só encontro o teu sorriso
E só permanece em mim a memória
De escrever sem parar enquanto
sossegavas ao sol, dentro da minha barriga
Fecho os olhos ao sol
E continuo esta mescla de remorso,
sobrevivência e desprezo pela minha entrega,
de armas deitadas aos pés de nada e ninguém
Talvez tivesse desculpa ou não precisasse de a ter
São apenas anos que passam, destapando evidências
Gosto pouco de evidências, agora
Interessa-me a situação na Rússia e o sabor do café
Não preciso sequer de fugir de caminhos tortuosos,
sei que não são mais que uma enorme cobardia
É tudo este sol curto mas forte de Dezembro,
O vale estará verde e o riso e as conversas ecoam ao longe
Não há nada, não há nada
Por mais que puxe e repuxe
Não há nada
E agora, nem já a dor de o escrever
- A.C.
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