17.6.16

agora o quarto é maior do que a morte
e qualquer rua ou estrada onde eu te beije
será a nossa casa plena de humores
da alvenaria com que fazes os muros
por cima dos quais a criança em ti salta

agora ainda tenho vontade da tua boca
e nada nos lençóis cheira a anteontem
quem quer que aqui entre saberá da pele
deixada por nós no dia zero do amor
a verdade passou a escrever-se deitada

agora o teu auge continuo
agora noite sem data
agora crer
agora recomeçar

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