27.5.08

Factos

1. O Estado vale-se insidiosamente do desequilíbrio de forças do qual goza ante os cidadãos (95% dos quais nem sequer conseguem articular duas frases seguidas, quanto mais contestar convocatórias fora de prazo) para anular, com vantagem estatística, o número de inscritos nos centros de emprego

2. O Estado enfia, com vantagem estatística, centenas de pessoas com o 6ºano de escolaridade - que não sabem articular duas frases seguidas porque, entre outras razões, passam o dia a lamentar as dívidas em que tiveram que se meter para comprar roupa para os filhos, telemóveis novos e gasolina para ir trabalhar - a fazer ensaios (leia-se em 75% dos casos, a pagar para lhes fazerem ensaios) sobre

"actuar criticamente no seio da sociedade modelando relacionamentos entre homens, mulheres e equipamentos eléctricos de uso doméstico, evidenciando a distinção entre classes de valências diferenciadas, em contextos que podem ou não incentivar a que sejam coligidas correlações amostrais dentro e fora do tecido urbano".

Estas pessoas ficam com equivalência ao 9º ano, tendo assim de barato aquilo que os putos - cada vez mais amorfos, ou em alternativa chic, hedonistas - têm de conseguir metidos numa sala de aula durante 3 anos.


3. O Estado concede a atletas da bola equivalência ao 12º ano, ganhando assim vantagem estatística, a bem da habitual projecção provinciana.

4. O Estado proporciona a estudantes oriundos dos PALOP estágios nas Câmaras Municipais, eximindo-os do limite de faltas que impende sobre os demais alunos, e dando-lhes equivalência ao 9º ano em alguns casos. Daqui advém uma aparente vantagem estatística.

5. O Estado já não "dá" hospitais, escolas, estradas, polícia, nada. Administra-se a si mesmo, em sinergia com esse grande nada que é a política.

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