28.11.08

He halted in the wind, and--what was that
Far in the maples, pale, but not a ghost?
He stood there bringing March against his thought,
And yet too ready to believe the most.

'Oh, that's the Paradise-in-bloom,' I said;
And truly it was fair enough for flowers
had we but in us to assume in march
Such white luxuriance of May for ours.

We stood a moment so in a strange world,
Myself as one his own pretense deceives;
And then I said the truth (and we moved on).
A young beech clinging to its last year's leaves.

- Robert Frost
When I have fears that I may cease to be
Before my pen has glean'd my teeming brain,
Before high-piled books, in charactery,
Hold like rich garners the full ripen'd grain;
When I behold, upon the night's starr'd face,
Huge cloudy symbols of a high romance,
And think that I may never live to trace
Their shadows, with the magic hand of chance;
And when I feel, fair creature of an hour,
That I shall never look upon thee more,
Never have relish in the faery power
Of unreflecting love;--then on the shore
Of the wide world I stand alone, and think
Till love and fame to nothingness do sink.

- John Keats

11.11.08

Há 2 anos disse: "agora bom mesmo era acontecer A, B e depois C".

A aconteceu, por minha exclusiva acção.

B aconteceu, pela minha mão e com uma ajudinha do... exterior.

Entretanto hoje aconteceu C, e ficou provado

- que Deus existe,
- que afinal, desde puto, sempre tenho um jeito sobrenatural para as artes divinatórias,
- e que não sei o que terei feito, nesta vida ou noutra, para ser o receptáculo destas benesses.


Que Deus existe.

4.11.08

Ad absurdum

Dito pelos do costume, os bancos são os culpados da crise porque quiseram ganhar lucros astronómicos à conta de submeter os pobrezinhos a práticas torcionárias. Logo o Estado tem que intervir, "regulando" e tomando conta, não se sabe com que dinheiros nem critérios, da actividade bancária.

Ou seja, como os bancos deram crédito a quem não deviam ter dado, o Estado paga aos bancos com dinheiro que é sacado aos contribuintes através de práticas torcionárias, para que venham dar crédito a toda a gente.



O cinema Quarteto fechou. O Monumental cedera lugar ao imediatismo vil e deslumbrado das torres de vidro, e o Nimas, ouvi dizer, está para fechar se é que ainda permite franquear as portas.

Parece que de repente (e estou a ouvir os Einsturzende Neubauten ao vivo em Oslo, lembras-te?) o grosso da humanidade assumiu-se torpe, reles, hedonista e trocável por todos los pesos duros.

Não sei, achas que construamos um qualquer reduto mais visível que este?

Isto foi no dia em que parei ao rememorar aquele meu aluno de ontem, a quem induzem quotidianamente uma reverência porcina pelo eco das calendas no ISEG, inculcando-lhe pavor atávico perante um desvio aos cânones, e durante cujas horas me exercito nos caminhos da engenharia social para que entenda, pobrezinho, que não vale a pena saber de cor a fórmula do juro composto se não se percebe o que é o juro.

"Obama is going to pay my mortgage and gas"



"Não sei se alguém reparou, mas dizem-nos (cronistas, intelectuais, políticos e homens de rua) que se Obama não ganhar é porque os americanos são racistas ou porque houve fraude(...) Não quero imaginar o que estes tolerantes democratas se lembrarão de fazer no caso do seu santo redentor perder."

- Luciano Amaral