29.1.10

Atrás da cortina de ferro (I)


Publicado por JoaoMiranda em 29 Janeiro, 2010 no Blasfémias

No mundo ideal de Sócrates, o problema do rating resolvia-se assim:

1. Um telefonema de Sócrates para a RTP e seria marcado um Prós&Contras sobre o assunto. De um lado um representante do Bloco e outro do PCP que defenderiam a posição “é necessário criar vias alternativas ao capitalismo”. Do outro Pedro Adão e Silva, Ana Gomes e Perez Metelo defenderiam a tese “É necessário criar uma agência de rating pública”. Na terceira parte, um representante das agências de rating seria chamado a responder à pergunta: “As agências de rating falharam em 2008. Como se atrevem agora a criticar os governos?”. As agências de rating seriam arrasadas.

2. O ministro das finanças apareceria a atacar as agências de rating. As agências de rating seriam arrasadas. (espera, isso foi o que ele fez …)

3. Constâncio apareceria a prever um crescimento de 4% para 2011 e a dizer que os cenários das agências de rating não têm ponta por onde se lhe pegue. Constâncio aproveitaria para prever o défice de 2012 com precisão até à centésima. As agências de rating seriam arrasadas.

4. Depois de um telefonema para o amigo Joaquim, o DN publicaria um relatório da inspecção do trabalho lançando suspeitas sobre as práticas laborais das agências de rating. As agências de rating seriam arrasadas.

5. Vital Moreira escreveria um artigo a demonstrar a inconstitucionalidade das agências de rating. As agências de rating seriam arrasadas.

6. Após um Eixo do Mal inteiramente dedicado às agências de rating, a respectiva reputação fica de rastos. As agências de rating seriam arrasadas.

7. Um telefone a Armando Vara e o BCP apareceria a comprar dívida portuguesa e a recomendá-la aos seus clientes. Em alternativa, Vara arranjaria forma de comprar as agências de rating e de lhes substituir a direcção. As agências de rating seriam arrasadas.

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