do meu vazio que nao se estancava
esculpiste a paixão como Deus a ama
nas minhas mãos o teu mar desaguava
na minha boca, a tua chama
pelo quarto perdura o pó do prazer
a casa estremece ainda com os sons
por ti vertidos na libertação
por mim bebidos da tua monção
antes de ti era o frio céu sem estrelas
quando inexistias, apenas degelos
pontuavam dias, lúgubres celas
antes da salvação ardente nos teus cabelos.