Eu conduzo muito. Faço mesmo muitos quilómetros. Em trabalho e não só. A pior aconteceu-me ao pé de casa. Ora foi assim.
Vinha eu do IC19 com o meu filhote no banco de trás, onde sempre se senta, pondo o cinto sozinho, e verificando sempre se as portas se encontram fechadas e a cadeirinha elevatória devidamente acondicionada. Ele, não eu. Ele é que está educado para verificar isto tudo. Passamos por um Renault 9 a cair de podre, condutor com muito mau aspecto, não daquele que sai com sabão, mas do tipo entranhado na alma, feroz, aguerrido, belicoso. Atrás uma criança, hmmm 4 anos, solta, vidro aberto, quarto superior do corpo pendurado de fora a rir alegre.
Faço sinais de luzes. Nada. Apito. Nada. Acelero e meto-me ao lado do destroço. Apito e faço um gesto com o polegar.
O energúmeno abre o vidro e grunhe: "Hã?!" e eu "O puto vai de fora..." e ele "E depois oh caralho, é meu filho, não é teu, puta que te pariu, vê lá se paro já o carro oh cabrão".
Pronto, nessa noite jantámos sopinha e uma pizza caseira para os dois, que o papá sabe cozinhar e sai tudo melhor quando tento tirar a carola da realidade.
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