Estou com "writer's block".

Não me apetece malhar em gato morto, logo não vou escrever sobre os arrebanhados, a impunidade, o deserto moral, as ruas, os céus, a chuva, as milhentas realidades mesquinhas onde cada um se perde acreditando que a vida é aquilo.

Não me apetece explorar a minha recém-descoberta tranquilidade pintando cenários de ilhas, de portos, de neve, de praias, de guitarras sensuais em cestos de fruta.

Não me apetece ir correr, levantar pesos, executar dez séries de abdominais por minuto, assar um empadão de cogumelos ao som de Filter.

Só pode ser do frio, e acreditem que esta conclusão tem muito que se lhe diga. É que é bem possível que, por causa do frio e do tempo fora de tempo, não esteja apenas eu com a cabeça trocada.

Por outro lado acredito que estas primeiras árvores tenham vindo na altura certa, arautos de dias reconquistados.

Ainda não sei o endereço do blog do Zé.

Ainda tenho que vir para aqui todos os dias asfixiar.

Estou com as idéias congeladas como um pacote de chocos de Madagáscar, ainda.

Terá de ser. O vaipe com hora marcada. O diálogo com a neura e com o cansaço espiritual na base do "mas qu'é'sta porra".

Tou com writer's block.