28.1.06

Tinha €1,70 no bolso. Normalmente encontro sempre os trocos à conta no bolso, sobretudo quando acho que não vou precisar de trocos. Pedi um café cheio e perguntei, por cautela, quanto era uma 1920. 1,50. Disse, bom, é azar então, deixe estar, é só o café. Olhou para as euro-rodelas ainda na minha palma, e de trás dos olhos vividos, com um relampejo súbito, tirou a garrafa de aguardente da prateleira e encheu-me um cálice até ao bordo. Balbuciei umas coisas desconexas e entreguei-lhe as restantes moedas. Sentei-me e li o meu Stephen Baxter enquanto dois ou três veteranos da guerra e da bola discutiam o ponto morto dos bróculos. Antes de sair, arrumei umas cadeiras desgarradas, transpus o balcão para depositar a loiça no coiso, e agradeci com um sonoro "até amanhã" que troou em direcção a Sul pelo poço do elevador da comida. Ando cansado.

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