9.12.04

E um gajo aqui a perder tempo com atrasados mentais como o Morais Sarmento, enquanto lá fora, aquilo que importa se vai deixando morrer:



Com o título «A infância ameaçada», o relatório sobre a situação mundial da infância 2005, elaborado pela UNICEF e que vai ser apresentado em Londres, diz que mais de mil milhões de crianças não crescem num ambiente saudável e protector.

O cenário traçado não é animador: uma em cada duas crianças sofre de privações extremas associadas à SIDA, pobreza e conflitos armados.

Segundo Carol Bellamy, directora executiva da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), os dados agora divulgados entram em contradição com a promessa da Convenção sobre os Direitos da Criança, aprovada em 1989, de pugnar por levar às crianças um ambiente mais saudável e protector.

«Se metade das crianças do mundo estão a crescer com fome e falta de saúde, se as escolas se tornam alvos e aldeias inteiras ficam despovoadas por causa da Sida, é porque não fomos capazes de cumprir as promessas feitas às crianças", lamenta a responsável.

Sida: 15 milhões de crianças orfãs

E de facto, os números são avassaladores: Devido à Sida há no mundo mais de 15 milhões de crianças órfãs. Em 2003, diz o relatório, morreram de Sida 2,9 milhões de pessoas (incluindo pais e toda a rede de adultos que protegem as crianças), das quais meio milhão com menos de 15 anos, e nesse ano contraíram a doença mais 630.000 crianças.

Em 2004, 2,1 milhões de crianças viviam com a doença e, em apenas dois anos (2001-2003), o número de crianças que perdeu um ou ambos os pais devido à Sida subiu de 11,5 milhões para 15 milhões, 80 por cento da África Subsariana.

Conflitos armados: crianças usadas como escudos humanos

Um panorama que não muda quando se fala do impacto dos conflitos armados na vida das crianças.

Dos 3,6 milhões de mortos em guerras desde 1990, perto de metade eram crianças. A estes dados junta-se um mais recente mas não menos perturbador: as crianças deixaram de ser poupadas nas guerras e por vezes até são usadas como alvo (exemplo do ataque à escola de Beslan, Rússia, em Setembro), diz a UNICEF.

Depois, milhões de crianças foram gravemente feridas ou ficaram deficientes, ou foram ainda sujeitas a violência sexual, traumas, fome e doenças. Cerca de 20 milhões foram obrigadas a abandonar as suas casas devido aos conflitos.

Pobreza: uma em cada seis crianças sofre de fome

Finalmente, no que respeita à pobreza, a UNICEF diz que uma em cada seis crianças sofre de fome, uma em cada sete não tem qualquer espécie de cuidados de saúde, uma em cada cinco não tem acesso a água própria para consumo e uma em cada três não tem casa de banho.

No mundo, 180 milhões de crianças trabalham em péssimas condições, 1,2 milhões são vítimas de tráfico, todos os anos, e dois milhões, a maioria raparigas, são exploradas sexualmente.

Mas a UNICEF não fica por aqui. Na "lista dos horrores", inclui, também, outros números que dão que pensar:

Mais de 120 milhões de crianças não frequentam a escola primária.
Mais de 640 milhões de crianças não têm habitação adequada.
Mais de 500 milhões de crianças não têm acesso a saneamento.
Mais de 400 milhões de crianças não têm acesso a água potável.
Mais de 300 milhões de crianças não têm acesso à informação.
Mais de 270 milhões de crianças não têm acesso a cuidados de saúde.
Mais de 140 milhões de crianças nunca frequentaram a escola.
Mais de 90 milhões de crianças sofrem de graves privações alimentares.
No mundo, ainda citando o relatório da UNICEF, vivem cerca de 2,2 bilhões de crianças, das quais 1,9 bilhões em países não desenvolvidos, o que faz com que uma em cada duas crianças viva na pobreza.

Em 2003, morreram 10,6 milhões de crianças antes de festejarem os cinco anos. São tantas como as crianças da Alemanha, França, Grécia e Itália, todas juntas.

Em cada dia morrem no mundo 29.158 crianças que nunca chegam aos cinco anos.

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