16.11.05

não tens que pedir desculpa. já não te recordas do que eu acho mesmo importante
na vida?

eu nunca tive perfil para a estupidez, muito menos cultura de inserido.
pessoas que abusam do colectivo e de clichés ("o nosso Grupo" ou "nós temos que
criar sinergias para explorar oportunidades junto dos parceiros bah bla blargh")
só servem para gastar ar e água.

se presenciaste isso, que não é novidade para mim, eu levo diariamente com a
arrogância e complexos de superioridade dos que não conseguiriam ganhar um décimo
do salário que ganham aqui se fossem para outra empresa. são anacrónicos e prepotentemente básicos, mas isso não quer dizer nada. sabes, o pior é eu ter sequer vontade de comentar isto. é que não faz parte do meu mundo, nunca fez, a minha vida e as pessoas de quem sempre me rodeei não têm nada a ver com estes círculos pseudo-sofisticados em que ter filhos é um projecto, ler e descobrir coisas fora da área de interesses da clique manutencionista é tido como bizarro, e desprezar o dinheiro e os negócios visto como imaturo.

se tu, que ainda assim vives numa onda mais alta (no sentido média-baixa, média, média-alta, alta...) então imagina o que é para mim estar aqui há 10 anos a levar com estes grunhos e a receber metade do salário deles, ainda por cima.

estes gajos (ou aliás, 97% da humanidade ocidentalizada, porque os do 4º mundo têm desculpa) não conhecem nada de nada, não vão a sítio algum onde o rebanho não tenha já ido, aceitam a anestesia de braços abertos, e pergunto-me eu: se eu fosse um preto nascido num subúrbio qualquer de Birmingham estaria a dizer isto? Eh pá se calhar estaria. Se calhar por isso é que há surdos de nascença que escrevem sinfonias, e judeus pobres que acabam por revolucionar a física, e romenas com 20kg que ganham 7 medalhas de ouro nos jogos Olímpicos. Se calhar.

E isto é só a pontinha do que me vai pela carola... de há 2 ou 3 tempos para
cá fez-se um clic, um estalo qualquer que me deixou muito mais zen do que antes, e agora é raro falar assim,materializar estas coisas. Não tenho nada a dizer ao mundo.

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