When I hear music, I fear no danger. I am invulnerable. I see no foe. I am related to the earliest times, and to the latest.
- Henry David Thoreau -
Condensing fact from the vapor of nuance since 2003
31.1.06
28.1.06
Tinha €1,70 no bolso. Normalmente encontro sempre os trocos à conta no bolso, sobretudo quando acho que não vou precisar de trocos. Pedi um café cheio e perguntei, por cautela, quanto era uma 1920. 1,50. Disse, bom, é azar então, deixe estar, é só o café. Olhou para as euro-rodelas ainda na minha palma, e de trás dos olhos vividos, com um relampejo súbito, tirou a garrafa de aguardente da prateleira e encheu-me um cálice até ao bordo. Balbuciei umas coisas desconexas e entreguei-lhe as restantes moedas. Sentei-me e li o meu Stephen Baxter enquanto dois ou três veteranos da guerra e da bola discutiam o ponto morto dos bróculos. Antes de sair, arrumei umas cadeiras desgarradas, transpus o balcão para depositar a loiça no coiso, e agradeci com um sonoro "até amanhã" que troou em direcção a Sul pelo poço do elevador da comida. Ando cansado.
26.1.06
Komm in mein Boot
ein Sturm kommt auf
und es wird Nacht
Wo willst du hin
so ganz allein
treibst du davon
Wer hält deine Hand
wenn es dich
nach unten zieht
Wo willst du hin
so uferlos
die kalte See
Komm in mein Boot
der Herbstwind hält
die Segel straff
Jetzt stehst du da an der Laterne
mit Tränen im Gesicht
das Tageslicht fällt auf die Seite
der Herbstwind fegt die Strasse leer
Jetzt stehst du da an der Laterne
mit Tränen im Gesicht
das Abendlicht verjagt die Schatten
die Zeit steht still und es wird Herbst
Komm in mein Boot
die Sehnsucht wird
der Steuermann
Komm in mein Boot
der beste Seemann
war doch ich
Jetzt stehst du da an der Laterne
hast Tränen im Gesicht
das Feuer nimmst du von der Kerze
die Zeit steht still und es wird Herbst
Sie sprachen nur von deiner Mutter
so gnadenlos ist nur die Nacht
am Ende bleib ich doch alleine
die Zeit steht still
und mir ist kalt
ein Sturm kommt auf
und es wird Nacht
Wo willst du hin
so ganz allein
treibst du davon
Wer hält deine Hand
wenn es dich
nach unten zieht
Wo willst du hin
so uferlos
die kalte See
Komm in mein Boot
der Herbstwind hält
die Segel straff
Jetzt stehst du da an der Laterne
mit Tränen im Gesicht
das Tageslicht fällt auf die Seite
der Herbstwind fegt die Strasse leer
Jetzt stehst du da an der Laterne
mit Tränen im Gesicht
das Abendlicht verjagt die Schatten
die Zeit steht still und es wird Herbst
Komm in mein Boot
die Sehnsucht wird
der Steuermann
Komm in mein Boot
der beste Seemann
war doch ich
Jetzt stehst du da an der Laterne
hast Tränen im Gesicht
das Feuer nimmst du von der Kerze
die Zeit steht still und es wird Herbst
Sie sprachen nur von deiner Mutter
so gnadenlos ist nur die Nacht
am Ende bleib ich doch alleine
die Zeit steht still
und mir ist kalt
22.1.06
Cobertura das Presidenciais em três tempos:
1.
"Bom, repare, se achar que a realidade é estanque, se quiser ver as coisas assim, - mas veja, as cosas não são assim, num combate não tem de haver quem ganha e quem perde, o dr. Mário Soares, numa questão de futuro..."
(Vítor Ramalho)
De explodir a rir!
2.
Este ano, conheça a nova cor do seu BES!
:D
3.
País de tansos :)
1.
"Bom, repare, se achar que a realidade é estanque, se quiser ver as coisas assim, - mas veja, as cosas não são assim, num combate não tem de haver quem ganha e quem perde, o dr. Mário Soares, numa questão de futuro..."
(Vítor Ramalho)
De explodir a rir!
2.
Este ano, conheça a nova cor do seu BES!
:D
3.
País de tansos :)
21.1.06
20.1.06
É preciso acabar com a falsa noção de que deixar os putos com empregadas e avós, para "trabalhar" a encher sacos mais meia hora ou cinco por dia, ajuda a crescer; que jantar onde a vizinha da mesa ao lado não calça "mal" de cara e acessórios permite saborear melhor o pão de alho, que uma carreira ao ser aceite de cabeça rendida ou pseudo-alteada dá sentido à vida. Rapidamente, é preciso não viver uma tepidez endémica em que a claridade merece a estaca.
18.1.06
Escolhas #002
Bem sei que hoje é Quarta. So what? Huh? What're you gonna do about it?
O livro:
O CD:
O filme:
O livro:
O CD:
O filme:
socialóides de !"#$#%&%& que vestem uma cara para o plural/colectivo, mas quando lhes toca pela porta o menor agravo que seja, revelam a concha mais egoista e mesquinha que se possa imaginar.
grunhos feitos zombies que temem que o ceu lhes caia em cima da cabeça, e que se recusam a pensar se com isso garantirem nao ter que levantar a voz em defesa de nada, mesmo daquilo em que acreditam.
gente de merda, basicamente, gente de merda.
AAAAAAAAAAAAAARHHH!!!! (rant over)
grunhos feitos zombies que temem que o ceu lhes caia em cima da cabeça, e que se recusam a pensar se com isso garantirem nao ter que levantar a voz em defesa de nada, mesmo daquilo em que acreditam.
gente de merda, basicamente, gente de merda.
AAAAAAAAAAAAAARHHH!!!! (rant over)
16.1.06
15.1.06
12.1.06
6.1.06
um dia próximo breve
vou escrever-te uma canção
para gritares quando corres na noite
acordado pelo medo antigo
e pelo frio e pelo azul intenso
dos olhos da solidão
muito abertos nas paredes
serão palavras agudas
estridentes como facas
um dia próximo breve
vou escolher palavras que
inundem o teu corpo de luz
palavras exactas que te afastem
das janelas com vista para os dias de guerra
e sangue e gritos nas manhãs
brancas da morte dos teus amigos
mas tu sabes
mais que a vida
são as palavras que nos fogem
- orlando
A paternidade é o ponto sem regresso, onde a vida começa e termina, é o rolar da onda, um sem fim de montanhas. É uma singularidade onde se descobrem a cada centímetro novas pessoas fora do espaço ocupado até então por nós.
Que é como quem diz que eu não posso reduzir o número de mendigos no mundo ao dar dinheiro a todos, mas posso fazê-lo se me recusar em quantidade suficiente a ser ovelha dentro do rebanho.
Que é como quem diz que eu não posso reduzir o número de mendigos no mundo ao dar dinheiro a todos, mas posso fazê-lo se me recusar em quantidade suficiente a ser ovelha dentro do rebanho.
Kingdom of Heaven
É que foi isso mesmo. Durante semanas achei que era uma "correctice" politicamente kosher a la black hawk down. Parecia. Caraças, árabes, dir-se-ia, laicos em contenção e avanço hermético, enquanto alcateias de figuras cristãs, travestidas de sicários obcecados, urravam por sangue. Jurei tratar-se de uma encomenda situacionista.
Depois reparei que a fotografia tem a mesma candura e o pendor subliminarmente grotesco presente em The Duellists, o primeiro filme que o gajo fez. Não tem Keitel nem Carradine, tem um Bloom revendedor da Avon, mas erguem-se ao lado árabes - árabes a sério, e malta proeminente em papéis secundários. Um Irons e um Malkovitch que nem se dá por eles, só faltou o Gabriel Byrne para completar um achincalhanço genial com "O Homem da Máscara de Ferro". A fotografia. Os corvos, um lençol de gente morta a servir de mortalha para um campo cujo fedor e gordura derramada quase te entram pelo copo de tinto, roxos de alvorada e uma bruma impossível a subir dos escombros da muralha. Prodigioso.
Entretanto, o gajo repete as cenas que fez em Gladiator, o chiaroscuro florestal, a granularidade do sangue, visceralmente unitária, individualizada. Duplamente carnal, na imagem e no aftershock psicológico. No preciso instante (dêem-me o desconto do Cabeça de Burro 1997) em que pensas "ok, agora o gajo acerta as contas religiosamente falando", há um árabe que diz "god wills it", justificando a completitude de uma chacina campal, frase invocada pelo menos 5 vezes até a esse ponto e responsável pela minha postura inicial perante o script. Magistral, caí que nem um borrego.
De resto, não há efeitos - há engenharia como a engenharia sempre deveria ter sido, a nudez da tecnologia, um abrir de peitos mecanicista. As torres que caem, as marcas da cal, a taça rejeitada pelo homem errado na altura errada, a voz do Jeremy Irons.
A merda do filme, visto à 5ª vez, agora com o meu filho a perguntar-me TUDO o que se possa imaginar sobre o setting histórico da altura, consegue pôr-me a escrever num sítio destes, a esta hora, sobre um assunto que não se transmite.
É assim.
1997.
Depois reparei que a fotografia tem a mesma candura e o pendor subliminarmente grotesco presente em The Duellists, o primeiro filme que o gajo fez. Não tem Keitel nem Carradine, tem um Bloom revendedor da Avon, mas erguem-se ao lado árabes - árabes a sério, e malta proeminente em papéis secundários. Um Irons e um Malkovitch que nem se dá por eles, só faltou o Gabriel Byrne para completar um achincalhanço genial com "O Homem da Máscara de Ferro". A fotografia. Os corvos, um lençol de gente morta a servir de mortalha para um campo cujo fedor e gordura derramada quase te entram pelo copo de tinto, roxos de alvorada e uma bruma impossível a subir dos escombros da muralha. Prodigioso.
Entretanto, o gajo repete as cenas que fez em Gladiator, o chiaroscuro florestal, a granularidade do sangue, visceralmente unitária, individualizada. Duplamente carnal, na imagem e no aftershock psicológico. No preciso instante (dêem-me o desconto do Cabeça de Burro 1997) em que pensas "ok, agora o gajo acerta as contas religiosamente falando", há um árabe que diz "god wills it", justificando a completitude de uma chacina campal, frase invocada pelo menos 5 vezes até a esse ponto e responsável pela minha postura inicial perante o script. Magistral, caí que nem um borrego.
De resto, não há efeitos - há engenharia como a engenharia sempre deveria ter sido, a nudez da tecnologia, um abrir de peitos mecanicista. As torres que caem, as marcas da cal, a taça rejeitada pelo homem errado na altura errada, a voz do Jeremy Irons.
A merda do filme, visto à 5ª vez, agora com o meu filho a perguntar-me TUDO o que se possa imaginar sobre o setting histórico da altura, consegue pôr-me a escrever num sítio destes, a esta hora, sobre um assunto que não se transmite.
É assim.
1997.
3.1.06
PROMETHEUS
Go, borne over the cities of mankind
On whirlwind-footed coursers; once again
Outspeed the sun around the orbèd world;
And as thy chariot cleaves the kindling air,
Thou breathe into the many-folded shell, 80
Loosening its mighty music; it shall be
As thunder mingled with clear echoes; then
Return; and thou shalt dwell beside our cave.
And thou, O Mother Earth!--
THE EARTH
I hear, I feel;
Thy lips are on me, and thy touch runs down
Even to the adamantine central gloom
Along these marble nerves; 't is life, 't is joy,
And, through my withered, old, and icy frame
The warmth of an immortal youth shoots down
Circling. Henceforth the many children fair 90
Folded in my sustaining arms; all plants,
And creeping forms, and insects rainbow-winged,
And birds, and beasts, and fish, and human shapes,
Which drew disease and pain from my wan bosom,
Draining the poison of despair, shall take
And interchange sweet nutriment; to me
Shall they become like sister-antelopes
By one fair dam, snow-white, and swift as wind,
Nursed among lilies near a brimming stream.
The dew-mists of my sunless sleep shall float 100
Under the stars like balm; night-folded flowers
Shall suck unwithering hues in their repose;
And men and beasts in happy dreams shall gather
Strength for the coming day, and all its joy;
And death shall be the last embrace of her
Who takes the life she gave, even as a mother,
Folding her child, says, 'Leave me not again.'
ASIA
Oh, mother! wherefore speak the name of death?
Cease they to love, and move, and breathe, and speak,
Who die?
Percy Bysshe Shelley,
Prometheus Unbound, III-1
Go, borne over the cities of mankind
On whirlwind-footed coursers; once again
Outspeed the sun around the orbèd world;
And as thy chariot cleaves the kindling air,
Thou breathe into the many-folded shell, 80
Loosening its mighty music; it shall be
As thunder mingled with clear echoes; then
Return; and thou shalt dwell beside our cave.
And thou, O Mother Earth!--
THE EARTH
I hear, I feel;
Thy lips are on me, and thy touch runs down
Even to the adamantine central gloom
Along these marble nerves; 't is life, 't is joy,
And, through my withered, old, and icy frame
The warmth of an immortal youth shoots down
Circling. Henceforth the many children fair 90
Folded in my sustaining arms; all plants,
And creeping forms, and insects rainbow-winged,
And birds, and beasts, and fish, and human shapes,
Which drew disease and pain from my wan bosom,
Draining the poison of despair, shall take
And interchange sweet nutriment; to me
Shall they become like sister-antelopes
By one fair dam, snow-white, and swift as wind,
Nursed among lilies near a brimming stream.
The dew-mists of my sunless sleep shall float 100
Under the stars like balm; night-folded flowers
Shall suck unwithering hues in their repose;
And men and beasts in happy dreams shall gather
Strength for the coming day, and all its joy;
And death shall be the last embrace of her
Who takes the life she gave, even as a mother,
Folding her child, says, 'Leave me not again.'
ASIA
Oh, mother! wherefore speak the name of death?
Cease they to love, and move, and breathe, and speak,
Who die?
Percy Bysshe Shelley,
Prometheus Unbound, III-1
Subscrever:
Mensagens (Atom)