27.10.08

O negócio prospera, mas porquê?

Nas escolas supostamente haverá aulas de apoio, de complemento à aprendizagem padrão que é vivida durante o horário regular. Ora, nunca houve tanta procura de explicações como este ano; constato à cabeça três factores arrepiantes:

os alunos estão mais desmiolados, infantis até aos 18 ou 19 anos - coisa por mim nunca vista antes de 2001, 2002*

os professores, se por um lado sofrem com a carga burocrática imposta pelas sucessivamente medíocres administrações ministeriais, por outro é certo que cada vez mais são seleccionados sem pensar em aptidões cognitivas e vocacionais, e sim com base em critérios absurdos como a "média a concurso" que depende primariamente da antiguidade e da classificação académica**

o desajuste entre a realidade empiricamente perceptível (através do senso comum, porra!) e os programas - sem falar nos manuais para mentecaptos - é cada vez maior***

Comentário:

sobre * - a culpa é dos papás, a quem, bastando vê-los no shopping e nos comboios, pouca mente resta depois de lidadas as contas mensais, a conversa de café com os amigos, e a dose matinal de notícias, seja ora a bola, ora as gajas, ora cosmética, ora demais mesquinhez sortida

sobre ** - conforme tenho dito, a cada eleição seu destino, "continuamos" sem perceber como é que na Noruega não existe o provincianismo pedante que por cá grassa, e que permite a manutenção de aberrações comportamentais como o constante tecer de loas a gente reles, rasa, porque mediante fax ou sms se tornaram de repente doutores, engenheiros, arquitectos, generais num enclave bantustanesco em que o ridículo deixou de ser legível

sobre *** - como te disse meu amor somos peças de um jogo em vias de extinção, não as peças mas o mote em si, e o tabuleiro é a única coisa que permanece. Mas antes, muito antes da queda meu amor, eu posso garantir-te que teremos uma palavra a dizer, senão por eles então por ti e por mim.

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