19.3.07

Na Terra dos papa-vidas

Hoje tive que explicar à minha Mãe, que trabalhou uma vida inteira sem questionar por aí além aquilo que lhe ia sendo exigido - numa profissão medianamente qualificada, porque é que a partir deste mês o Estado a ROUBA em cinquenta euros em cada recibo da reforma.

E expliquei da seguinte forma:

- porque a maioria dos portugueses são uma cambada de índios cobardes, sujos, acomodados e inconsequentes mais ralados com o próprio umbigo e habituados a um estilo de vida mais próprio das Honduras ou da Colômbia do que aquilo que lá em casa se construiu

- porque a medíocre, anafada e gelatinosa classe política, desde o 25 de Abril, atira areia para os olhos da ralé dizendo que é preciso apertar o cinto, mas esbanja milhões de euros em obras inúteis, carros de luxo, aviões de combate, e reformas de Creso - e no entanto, a ralé vai votar, ou fica em casa a coçar a micose passivamente

- porque de entre os governos vampirescos, o de José Sócrates acresce um dado novo à equação: é totalitário, prepotente e raso, tão raso de ideias, de valores e de objectividade

- porque este Estado vende medo, e vende-o granjeando o apoio servil e cego de uma nova PIDE, uma PIDE popular, uma PIDE dos pobres de espírito, dos crédulos e dos que nada conseguem fazer com a sua mente além de fomentar a bitola da voz do dono, orientada sempre para um norte volúvel para o qual virados, babando, vencem o défice de auto-estima que lhes foi incutido desde crianças

- porque no dia em que as águias levantarem vôo, não vai sobrar um rato para contar como é que foi.

Ou como escreveu Pedro Arroja,


"Estes países não possuem opinião pública. Eles aderiram à UE porque os governantes lhes disseram que era bom aderir à UE. Eles aderiram ao euro porque os governantes lhes disseram que era bom aderir ao euro. Mas os governantes, nestas coisas, tendem a dizer apenas as coisas boas. É certo que as más - isto é a disciplina necessária para manter a adesão ao euro e à UE - essas, os cidadãos nem estavam interessados em as ouvir. Se algumas houvesse, na altura logo se veria, e os governantes que as resolvessem.
É claro que estes países, com Portugal à frente de todos, estão agora a ter aquilo que merecem. E nem sabem o que os espera - na realidade, a tragédia das populações destes países é que nunca sabem aquilo que os espera - porque eles sempre estiveram habituados a que viesse alguém de cima dizer-lhes aquilo que os espera."

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