When I hear music, I fear no danger. I am invulnerable. I see no foe. I am related to the earliest times, and to the latest.
- Henry David Thoreau -
Condensing fact from the vapor of nuance since 2003
27.11.05
24.11.05
O Natal, para mim, não são as compras, nem nunca poderiam ser, como suponho que aconteça para qualquer pessoa oriunda de famílias sem grandes posses. É o aroma a qualquer coisa que se esconde no ar, como se fosse o dia 1 de Agosto e o início das férias grandes longe de casa, mas nos antípodas da sensação. Tal como tu, repudio completamente, por ser a pior e mais horrível face do imediatismo, os loucos que correm todas as lojas levando famílias inteiras a reboque, tentando se calhar com isso redimir um ano inteiro de alheamento e anestesia.
Quando os meus avós de xxxxx eram ambos vivos, alternávamos ano após ano: ora íamos todos para casa deles, e aí poderiam chegar a estar 40 pessoas à mesa (não me perguntes como) ora para casa de um tio meu, que sendo major da GNR, estava sempre destacado onde a comidinha era mais apetecível... A minha avó xxxxx era muito religiosa, também "sabia coisas" e andava sempre de roda dos Franciscanos e dos Templários. No dia em que foi a enterrar, de uma alvorada quente de Julho saíu uma trovoada enorme, com queda de granizo, que só abateu e se evanesceu na hora em que o caixão desceu à terra; vi nacos de azul entre as nuvens carregadas, a terra encharcada do cemitério coberta por raios de sol, e entre o azul relâmpagos roxos ao longe. Nunca tinha visto nada assim. O meu tio xxxxx, que já viu muita coisa na vida, estava calado de assombro. O meu avô xxxxx era assim um homem grande. Morreu à enésima trombose levava já 86 anos. Depois também, com o divórcio, passei a sofrer um bocado ano sim ano não, porque ligo muito mais à noite de 24 e o xxxxx passa o 24 comigo em anos pares e com a mãe nos ímpares. Ora este ano...
Eu recordo-me do teu pai sem nunca o ter conhecido. As pessoas com quem falo na xxxxx referiam-se a ele com grande respeito e atenção. Acho que não deves sentir hesitação alguma em segurar o passado, uma vez que, tal como o futuro e o presente, ele existe na única medida possível e que é igual para todos os instantes: a tua. É tão teu, e arrisco dizer que é tão real, como qualquer outra percepção contida em ti, o que é no fundo a razão pela qual acredito que somos nós Deus, que tudo em cada instante e em cada ponto "está ali" em simultâneo e que são as nossas mentes que interligam as coisas, conferindo-lhes imortalidade efectiva enquanto desejarmos lembrá-las.
Quando os meus avós de xxxxx eram ambos vivos, alternávamos ano após ano: ora íamos todos para casa deles, e aí poderiam chegar a estar 40 pessoas à mesa (não me perguntes como) ora para casa de um tio meu, que sendo major da GNR, estava sempre destacado onde a comidinha era mais apetecível... A minha avó xxxxx era muito religiosa, também "sabia coisas" e andava sempre de roda dos Franciscanos e dos Templários. No dia em que foi a enterrar, de uma alvorada quente de Julho saíu uma trovoada enorme, com queda de granizo, que só abateu e se evanesceu na hora em que o caixão desceu à terra; vi nacos de azul entre as nuvens carregadas, a terra encharcada do cemitério coberta por raios de sol, e entre o azul relâmpagos roxos ao longe. Nunca tinha visto nada assim. O meu tio xxxxx, que já viu muita coisa na vida, estava calado de assombro. O meu avô xxxxx era assim um homem grande. Morreu à enésima trombose levava já 86 anos. Depois também, com o divórcio, passei a sofrer um bocado ano sim ano não, porque ligo muito mais à noite de 24 e o xxxxx passa o 24 comigo em anos pares e com a mãe nos ímpares. Ora este ano...
Eu recordo-me do teu pai sem nunca o ter conhecido. As pessoas com quem falo na xxxxx referiam-se a ele com grande respeito e atenção. Acho que não deves sentir hesitação alguma em segurar o passado, uma vez que, tal como o futuro e o presente, ele existe na única medida possível e que é igual para todos os instantes: a tua. É tão teu, e arrisco dizer que é tão real, como qualquer outra percepção contida em ti, o que é no fundo a razão pela qual acredito que somos nós Deus, que tudo em cada instante e em cada ponto "está ali" em simultâneo e que são as nossas mentes que interligam as coisas, conferindo-lhes imortalidade efectiva enquanto desejarmos lembrá-las.
20.11.05
18.11.05
Desencontros
Miguel Sousa Tavares
Público
1. Duas miúdas de 14 ou 15 anos foram chamadas e repreendidas pelo conselho directivo da respectiva escola pelo facto de andarem a exibir a sua mútua atracção, através de beijos e apalpões, perante a plateia da escola. O caso chegou às televisões e aos jornais e, como era fatal que acontecesse, provocou a habitual erecção escandalizada dos mentores do politicamente correcto. Parece que, argumentam eles, a "repressão" exercida sobre aquelas miúdas viola o sagrado direito constitucional à "liberdade de orientação sexual". Não lhes ocorreu que, antes de tudo, o que está em causa não é uma questão de orientação sexual, mas sim um comportamento infelizmente muito típico das comunidades gays e lésbicas, que é o exibicionismo sexual. O problema não é as miúdas amarem-se ou desejarem-se intensamente: é que os restantes colegas da escola não têm nada a ver com isso, nem têm de ser expostos às demonstrações públicas de tais "afectos" (como costumam dizer os politicamente correctos). E é também, obviamente, uma questão de bom gosto, que vale para heteros ou homos.
Esta teoria do primado absoluto do "direito à orientação sexual" está-se a tornar uma espécie de ditadura bem-pensante, que funciona por um método "terrorista" de silenciamento dos discordantes: quem não reconhece este sagrado direito constitucional, com todas as suas consequências, só pode ser uma abecerragem, ao estilo do dr. João César das Neves. É assim que o Tribunal Constitucional está à beira de declarar inconstitucional, com força obrigatória geral, a disposiçâo do Código Penal que, a seu ver, "discrimina ilegitimamente" a pedofilia homossexual. Ou seja, os juízes entendem, por exemplo, que é exactamente igual um miúdo ser abusado ou violado por uma mulher ou por um homem. Sem curar de saber qual das situações poderá causar maior abalo e mais danos permanentes ou futuros à vítima, eles consideram que o essencial é preservar o direito à orientação sexual do abusador. Espanta-me que não ocorra a estes guardiões da Constituição nenhuma consideração relativa ao direito à orientação sexual da vítima: e se o miúdo abusado não tem, nem nunca vier a manifestar ao longo da vida, qualquer propensão homossexual? Mesmo assim deve curvar-se ao intocável direito de orientação sexual do abusador? Desculpem-me que o diga com toda a franqueza, mas a aplicação cega deste princípio parece-me tão repelente que a única conclusão lógica que eu consigo extrair é que as vítimas do caso Casa Pia, por exemplo, vão acabar por ter sido duplamente abusadas: pelos criminosos e pela Constituição.
E lamento desiludir o Daniel Oliveira e demais vestais deste templo: nem sequer sou católico (aliás, constato que a Igreja Católica tem estado na linha da frente da protecção aos pedófilos homossexuais, especialmente se do seu clero); nunca descobri em mim, vários exames de consciência feitos, qualquer orientação sexual homofóbica, e fui seguramente dos primeiros a defender publicamente a total igualdade de direitos, incluindo o casamento, para os homossexuais. Só não defendo o direito à adopção, porque aí, mais uma vez, entendo que o direito deles não se pode impor ao direito das crianças adoptadas, cuja vontade não é lícito presumir. E eu não posso presumir que uma criança não se importe nem venha a sofrer pelo facto de ser criada por duas mães ou dois pais.
Miguel Sousa Tavares
Público
1. Duas miúdas de 14 ou 15 anos foram chamadas e repreendidas pelo conselho directivo da respectiva escola pelo facto de andarem a exibir a sua mútua atracção, através de beijos e apalpões, perante a plateia da escola. O caso chegou às televisões e aos jornais e, como era fatal que acontecesse, provocou a habitual erecção escandalizada dos mentores do politicamente correcto. Parece que, argumentam eles, a "repressão" exercida sobre aquelas miúdas viola o sagrado direito constitucional à "liberdade de orientação sexual". Não lhes ocorreu que, antes de tudo, o que está em causa não é uma questão de orientação sexual, mas sim um comportamento infelizmente muito típico das comunidades gays e lésbicas, que é o exibicionismo sexual. O problema não é as miúdas amarem-se ou desejarem-se intensamente: é que os restantes colegas da escola não têm nada a ver com isso, nem têm de ser expostos às demonstrações públicas de tais "afectos" (como costumam dizer os politicamente correctos). E é também, obviamente, uma questão de bom gosto, que vale para heteros ou homos.
Esta teoria do primado absoluto do "direito à orientação sexual" está-se a tornar uma espécie de ditadura bem-pensante, que funciona por um método "terrorista" de silenciamento dos discordantes: quem não reconhece este sagrado direito constitucional, com todas as suas consequências, só pode ser uma abecerragem, ao estilo do dr. João César das Neves. É assim que o Tribunal Constitucional está à beira de declarar inconstitucional, com força obrigatória geral, a disposiçâo do Código Penal que, a seu ver, "discrimina ilegitimamente" a pedofilia homossexual. Ou seja, os juízes entendem, por exemplo, que é exactamente igual um miúdo ser abusado ou violado por uma mulher ou por um homem. Sem curar de saber qual das situações poderá causar maior abalo e mais danos permanentes ou futuros à vítima, eles consideram que o essencial é preservar o direito à orientação sexual do abusador. Espanta-me que não ocorra a estes guardiões da Constituição nenhuma consideração relativa ao direito à orientação sexual da vítima: e se o miúdo abusado não tem, nem nunca vier a manifestar ao longo da vida, qualquer propensão homossexual? Mesmo assim deve curvar-se ao intocável direito de orientação sexual do abusador? Desculpem-me que o diga com toda a franqueza, mas a aplicação cega deste princípio parece-me tão repelente que a única conclusão lógica que eu consigo extrair é que as vítimas do caso Casa Pia, por exemplo, vão acabar por ter sido duplamente abusadas: pelos criminosos e pela Constituição.
E lamento desiludir o Daniel Oliveira e demais vestais deste templo: nem sequer sou católico (aliás, constato que a Igreja Católica tem estado na linha da frente da protecção aos pedófilos homossexuais, especialmente se do seu clero); nunca descobri em mim, vários exames de consciência feitos, qualquer orientação sexual homofóbica, e fui seguramente dos primeiros a defender publicamente a total igualdade de direitos, incluindo o casamento, para os homossexuais. Só não defendo o direito à adopção, porque aí, mais uma vez, entendo que o direito deles não se pode impor ao direito das crianças adoptadas, cuja vontade não é lícito presumir. E eu não posso presumir que uma criança não se importe nem venha a sofrer pelo facto de ser criada por duas mães ou dois pais.
Voltando à escola das miúdas "reprimidas", o que eu penso é que os restantes alunos têm a liberdade correspondente à delas, que é a de não quererem saber nem terem de assistir às demonstrações da sua inclinação sexual. E os pais das crianças que frequentam a escola, algumas apenas com seis ou sete anos de idade, têm o direito de educarem sexualmente os seus filhos conforme entendem e no momento que entendem, sem que esse processo, que é complicado e sensível, possa ser afectado pela atitude voluntariamente desafiadora de exibicionistas sexuais, que sempre existiram e existirão em qualquer escola. Além do mais, repito, trata-se de uma questão de boas maneiras e bom gosto - que são coisas que se devem ensinar e se devem aprender.
I lie on the grass and listen
to the river inside me. It
pulses and churns, surges up
against the clenched rock
of my heart
until finally it spurts from my head
in a dark jet. Behind,
the clouds swoop and dive
on paper wings, the palace walls
grow taller, brick by brick, till they rise beyond
the painting's edge. The river
is deep now and still, an opaque lake
filled with blue fish. But look,
the ground tilts, the green touch-me-not plants
angle away from my body. I am falling.
The lake cups its liquid fingers for me,
the fish glint like light on ice. Evening. The river pebbles
are newborn pearls. The water rises.
I am disappearing, my body
rippling into circles. Legs, waist,
armpits. My hair floats upward, a skein
of melting silk. I give
my face to the river, the lines
of my forehead, my palms. When the last cell
has dissolved, the last cry
of the lake-birds, I will, once more,
hear the river inside.
- Chitra Banerjee Divakaruni
Thanx, Millita :)
17.11.05
tempestade soa-me bem. gosto de climas extremos, de ouvir as histórias contadas pelas árvores quando cortei lenha no meio da finlândia, em t-shirt, com -25 º, e sem que o frio se fizesse sentir. de andar lá na neve, com a lua quase sobre as nossas cabeças, às duas da manhã entre pinheiros. e do calor tórrido numa caminhada de Tavira até Stª Catarina, com o corpo a pedir sombra.
e o meu grande problema é este switch on / switch off que a médio prazo me causa uma sensação de vida adiada, parada, que não tenho conseguido superar.
agitação guardo para depois dos 50. até lá prefiro a lareira que não tenho e um copo de tinto com uma amiga a conversar e a ver um filme.
16.11.05
não tens que pedir desculpa. já não te recordas do que eu acho mesmo importante
na vida?
eu nunca tive perfil para a estupidez, muito menos cultura de inserido.
pessoas que abusam do colectivo e de clichés ("o nosso Grupo" ou "nós temos que
criar sinergias para explorar oportunidades junto dos parceiros bah bla blargh")
só servem para gastar ar e água.
se presenciaste isso, que não é novidade para mim, eu levo diariamente com a
arrogância e complexos de superioridade dos que não conseguiriam ganhar um décimo
do salário que ganham aqui se fossem para outra empresa. são anacrónicos e prepotentemente básicos, mas isso não quer dizer nada. sabes, o pior é eu ter sequer vontade de comentar isto. é que não faz parte do meu mundo, nunca fez, a minha vida e as pessoas de quem sempre me rodeei não têm nada a ver com estes círculos pseudo-sofisticados em que ter filhos é um projecto, ler e descobrir coisas fora da área de interesses da clique manutencionista é tido como bizarro, e desprezar o dinheiro e os negócios visto como imaturo.
se tu, que ainda assim vives numa onda mais alta (no sentido média-baixa, média, média-alta, alta...) então imagina o que é para mim estar aqui há 10 anos a levar com estes grunhos e a receber metade do salário deles, ainda por cima.
estes gajos (ou aliás, 97% da humanidade ocidentalizada, porque os do 4º mundo têm desculpa) não conhecem nada de nada, não vão a sítio algum onde o rebanho não tenha já ido, aceitam a anestesia de braços abertos, e pergunto-me eu: se eu fosse um preto nascido num subúrbio qualquer de Birmingham estaria a dizer isto? Eh pá se calhar estaria. Se calhar por isso é que há surdos de nascença que escrevem sinfonias, e judeus pobres que acabam por revolucionar a física, e romenas com 20kg que ganham 7 medalhas de ouro nos jogos Olímpicos. Se calhar.
E isto é só a pontinha do que me vai pela carola... de há 2 ou 3 tempos para
cá fez-se um clic, um estalo qualquer que me deixou muito mais zen do que antes, e agora é raro falar assim,materializar estas coisas. Não tenho nada a dizer ao mundo.
na vida?
eu nunca tive perfil para a estupidez, muito menos cultura de inserido.
pessoas que abusam do colectivo e de clichés ("o nosso Grupo" ou "nós temos que
criar sinergias para explorar oportunidades junto dos parceiros bah bla blargh")
só servem para gastar ar e água.
se presenciaste isso, que não é novidade para mim, eu levo diariamente com a
arrogância e complexos de superioridade dos que não conseguiriam ganhar um décimo
do salário que ganham aqui se fossem para outra empresa. são anacrónicos e prepotentemente básicos, mas isso não quer dizer nada. sabes, o pior é eu ter sequer vontade de comentar isto. é que não faz parte do meu mundo, nunca fez, a minha vida e as pessoas de quem sempre me rodeei não têm nada a ver com estes círculos pseudo-sofisticados em que ter filhos é um projecto, ler e descobrir coisas fora da área de interesses da clique manutencionista é tido como bizarro, e desprezar o dinheiro e os negócios visto como imaturo.
se tu, que ainda assim vives numa onda mais alta (no sentido média-baixa, média, média-alta, alta...) então imagina o que é para mim estar aqui há 10 anos a levar com estes grunhos e a receber metade do salário deles, ainda por cima.
estes gajos (ou aliás, 97% da humanidade ocidentalizada, porque os do 4º mundo têm desculpa) não conhecem nada de nada, não vão a sítio algum onde o rebanho não tenha já ido, aceitam a anestesia de braços abertos, e pergunto-me eu: se eu fosse um preto nascido num subúrbio qualquer de Birmingham estaria a dizer isto? Eh pá se calhar estaria. Se calhar por isso é que há surdos de nascença que escrevem sinfonias, e judeus pobres que acabam por revolucionar a física, e romenas com 20kg que ganham 7 medalhas de ouro nos jogos Olímpicos. Se calhar.
E isto é só a pontinha do que me vai pela carola... de há 2 ou 3 tempos para
cá fez-se um clic, um estalo qualquer que me deixou muito mais zen do que antes, e agora é raro falar assim,materializar estas coisas. Não tenho nada a dizer ao mundo.
depois de ler esta discussão perdi a fé na Humanidade. De um lado, os trenguinhas que acreditam numa coisa porque a leram "em fontes reputadas", do outro os palhaços que vão passar o fim de ano ao Triângulo das Bermudas.
11.11.05
8.11.05
6.11.05
4.11.05
when at frail time this changeling heart
the endless pier may stalk no more
righteous gales like chariots rise
an ember holds the weary hand
when at pale dawn your lips forgot
a siren blows no gentle noon
seaspray weathers gentile boots
no henge of silver gilds the quay
when at half knoll ten belfries shout
no more might redness throb the veins
a passing takes that place of wrath
and dwindling hope to earth returns.
the endless pier may stalk no more
righteous gales like chariots rise
an ember holds the weary hand
when at pale dawn your lips forgot
a siren blows no gentle noon
seaspray weathers gentile boots
no henge of silver gilds the quay
when at half knoll ten belfries shout
no more might redness throb the veins
a passing takes that place of wrath
and dwindling hope to earth returns.
esboço Ia
(a partir de um tema de orlando)
passos descalços
comovem
eu, olhos rasos,
tu, branca de água
riso
o teu riso traz-me olhos rasos de água
fecho-os e fico muito quieto
quero sentir-te por dentro de mim
imagem que me alastra no corpo
e sustenho-me no limite do ar
cheio
não me permito nenhum movimento
a não ser o bater do coração por ti
(a partir de um tema de orlando)
passos descalços
comovem
eu, olhos rasos,
tu, branca de água
riso
o teu riso traz-me olhos rasos de água
fecho-os e fico muito quieto
quero sentir-te por dentro de mim
imagem que me alastra no corpo
e sustenho-me no limite do ar
cheio
não me permito nenhum movimento
a não ser o bater do coração por ti
3.11.05
(23:46:11) Lord of Morning: and the world goes by like piecesof time that fly away as sails catching air
(23:46:33) Lord of Morning: ships crave for wavelets in the passing figments of a lost life.
(23:46:37) Lord of Morning: ages burn
(23:46:45) Lord of Morning: suns rage
(23:46:50) Lord of Morning: clouds pass over
(23:46:54) Lord of Morning: easter calls
(23:46:59) Lord of Morning: and a cross beckons
(23:47:14) Lord of Morning: by the lake of a hundred passions sent forever away.
(23:46:33) Lord of Morning: ships crave for wavelets in the passing figments of a lost life.
(23:46:37) Lord of Morning: ages burn
(23:46:45) Lord of Morning: suns rage
(23:46:50) Lord of Morning: clouds pass over
(23:46:54) Lord of Morning: easter calls
(23:46:59) Lord of Morning: and a cross beckons
(23:47:14) Lord of Morning: by the lake of a hundred passions sent forever away.
2.11.05
The 28th day
She'll be bleeding again
And in lupine ways
We'll alleviate the pain
Unholy water
Sanguine addiction
Those silver bullets
A last blood benediction
It is her moon time
When there's iron in the air
A rusted essence
Woman may I know you there
Hey wolf moon
Come cast your spell on me
Hey wolf moon
Come cast your spell on me
Don't spill a drop dear
Let me kiss the curse away
Yourself in my mouth
Will you leave me with your taste?
Beware
The woods at night
Beware
The lunar night
So in this grey haze
We'll be meating again
And on that great day
I will tease you all the same
- Pete Steele
She'll be bleeding again
And in lupine ways
We'll alleviate the pain
Unholy water
Sanguine addiction
Those silver bullets
A last blood benediction
It is her moon time
When there's iron in the air
A rusted essence
Woman may I know you there
Hey wolf moon
Come cast your spell on me
Hey wolf moon
Come cast your spell on me
Don't spill a drop dear
Let me kiss the curse away
Yourself in my mouth
Will you leave me with your taste?
Beware
The woods at night
Beware
The lunar night
So in this grey haze
We'll be meating again
And on that great day
I will tease you all the same
- Pete Steele
1.11.05
Fiat Lux
Hör mich nur atmen
doch das beweist nichts
inmitten meiner Kreise
doch deren Mitte bin ich nicht
regungslos
wartend
wartend
Wenn du kommst, kommst du mit Licht
du kommst strahlend
zehrst meinen Schatten auf
zählst meine Kerben
und schlägst mich auf
öffnest mein Versteck
und liest mich laut
damit auch ich
mich
hören kann
wenn du gehst, fragst du:
wer von uns beiden glaubst du
ist der Geliebte? Wer von uns
ist der Geliebte?
Just listen to me breathe
but that proves nothing
In the middle of my circles
but their centre I am not
motonless
waiting
waiting
When you come, you'll come with light
you'll come radiant
You devour my shadows
count my notches
and open me up
open my hideaway
and read me out loud
so that I, too
can hear
myself
When you leave, you'll ask:
which one of us do you believe
is the beloved? which one of us
is the beloved?
Hör mich nur atmen
doch das beweist nichts
inmitten meiner Kreise
doch deren Mitte bin ich nicht
regungslos
wartend
wartend
Wenn du kommst, kommst du mit Licht
du kommst strahlend
zehrst meinen Schatten auf
zählst meine Kerben
und schlägst mich auf
öffnest mein Versteck
und liest mich laut
damit auch ich
mich
hören kann
wenn du gehst, fragst du:
wer von uns beiden glaubst du
ist der Geliebte? Wer von uns
ist der Geliebte?
Just listen to me breathe
but that proves nothing
In the middle of my circles
but their centre I am not
motonless
waiting
waiting
When you come, you'll come with light
you'll come radiant
You devour my shadows
count my notches
and open me up
open my hideaway
and read me out loud
so that I, too
can hear
myself
When you leave, you'll ask:
which one of us do you believe
is the beloved? which one of us
is the beloved?
Tired of Love
Love knows the time that is owed it
hours die like aunts on Sunday.
Is it spring? Is it winter?
The trees receive the wind and are bent.
My desire is tired, my breath toothless.
I'm tired of naming parts of the body,
as we did, bubbling-over with discovery.
I'm tired of love.
Everything begins to drift, driven by the wind:
my hands, her hands, my words,
seasons... we take along the pain,
pursuing the quick love and die.
I'll die for sure, drifting,
looking for love where it once was,
toothless and tired.
- Remco Campert
Love knows the time that is owed it
hours die like aunts on Sunday.
Is it spring? Is it winter?
The trees receive the wind and are bent.
My desire is tired, my breath toothless.
I'm tired of naming parts of the body,
as we did, bubbling-over with discovery.
I'm tired of love.
Everything begins to drift, driven by the wind:
my hands, her hands, my words,
seasons... we take along the pain,
pursuing the quick love and die.
I'll die for sure, drifting,
looking for love where it once was,
toothless and tired.
- Remco Campert
Better that every fiber crack
and fury make head,
blood drenching vivid
couch, carpet, floor
and the snake-figured almanac
vouching you are
a million green counties from here,
than to sit mute, twiching so
under prickling stars,
with stare, with curse
blackening the time
goodbyes were said, trains let go,
and I, great magnanimous fool, thus wrenched from
my own kingdom.
- Sylvia Plath
and fury make head,
blood drenching vivid
couch, carpet, floor
and the snake-figured almanac
vouching you are
a million green counties from here,
than to sit mute, twiching so
under prickling stars,
with stare, with curse
blackening the time
goodbyes were said, trains let go,
and I, great magnanimous fool, thus wrenched from
my own kingdom.
- Sylvia Plath
Shadow
I have loved being in love;
perhaps that's why it has not loved me.
That's how a handsome lover
behaves with a lovestruck child.
I've loved the sun too much
and fed up with begging
to the doors of the days
I've become like the frond of a fern
that prefers to live in the shade
rather than bare the sun.
And so I trouble myself about a house
in which lamp- and sunlight
have been tempered for the eyes
and where the sober lines of a face
and where the serenity of a friendship stand
as the shadow of a tree
arched
above my head.
- Alice Nahon
I have loved being in love;
perhaps that's why it has not loved me.
That's how a handsome lover
behaves with a lovestruck child.
I've loved the sun too much
and fed up with begging
to the doors of the days
I've become like the frond of a fern
that prefers to live in the shade
rather than bare the sun.
And so I trouble myself about a house
in which lamp- and sunlight
have been tempered for the eyes
and where the sober lines of a face
and where the serenity of a friendship stand
as the shadow of a tree
arched
above my head.
- Alice Nahon
Five Year Plan
I love you. You love that which cannot be.
Where you love capacities, I love shortcomings.
Where you love pride, I love how the fragile can break
in my arms. You love courage. I, weakness now /
and then.
You love the future. I, that which is past.
Whereas you love the hundred lives you wanted to live,
I love the one which is left over and thus
the way you can be so far away pressed /
close to me.
I love what is. You, what should be.
Do you love me. I love you.
- Herman de Coninck
I love you. You love that which cannot be.
Where you love capacities, I love shortcomings.
Where you love pride, I love how the fragile can break
in my arms. You love courage. I, weakness now /
and then.
You love the future. I, that which is past.
Whereas you love the hundred lives you wanted to live,
I love the one which is left over and thus
the way you can be so far away pressed /
close to me.
I love what is. You, what should be.
Do you love me. I love you.
- Herman de Coninck
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