16.1.09

Nightmare total

Entro na repartição de finanças. Enquanto os 7 funcionários que conversam entre si se ocupam de pagar o salário do único que atende, e que por seu turno não consegue imprimir nem visualizar, leio o caderno Ípsilon do Público. A Alexandra Lucas Coelho passou-se de vez e acha que Israel conspira contra os seus pares de meias, e no entanto haverá um fundo de verdade nisto porque ontem recebi, dentro dum body-bag dos CTT, azul e higiénico, o meu cartão de crédito extraviado desde 14/12/2008, com um pedido de desculpas manuscrito, onde se lia "pedimos desculpa pelo facto desta carta ter ficado entalada num mecanismo nosso". No resto do ípsilon é o costume: o messias do Ilinóis, a metástase gay-boiolo-transgender na voz do Antony Hegarty (que bela, musical, feérica consonância, quase rima com toma-na-peidy, Heidi) e os arautos do apoio social no hip-hop-a-la-carte d'Oeiras, paralelo trinta e oito abaixo de zero. 

Foda-se! Desculpe mas eu sou grunho e não me exponho à cultura panasco-maoísta da sweat-shirt sobre camisa, não me faço passar por urbano-evoluído à custa das vértebras. 

E mais não digo, que tenho a sopa ao lume. 

Mentira. 

A tal cena kantiana não resulta, porque não é possível - nas condições em que debatemos -  ter regras que sejam universais e que, em simultâneo, funcionem. Não posso ocupar-me, nem é racional que uma restrição, por mais pequena que seja, do universo humano se ocupe, de pensar e aplicar regras que nunca, aquém de uma avaliação casuística do indivíduo (toda ela igualmente inexequível por razões que julgo óbvias) poderão ser SEMPRE úteis NEM SEMPRE garantia de um mal menor. E isto sem sequer considerar o monstro que é a actual "organização social" humana...

QED, polly. 

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