21.1.05

Epiphany

Atingiu-me como o estalido da engrenagem celestial quando vem o Universo parir estrelas em rebanho.

Visualizava-nos a caminhar à beira-mar, tendo falado e rido bastante, e a dado instante calamo-nos e o sol está dourado, enorme, a descer sobre as águas. Apercebo-me que aquilo que se passa no nosso olhar é que entoamos inúmeros cânticos, trauteamos canções sem fim, silenciosos, à medida que vamos vivendo tudo o resto.

E é isso que irrompe de nós e serve de causa e consequência para que possamos dizer, de nós próprios, não saber porque nos sucedem estas coisas, não saber o que temos afinal.

É a não necessidade de falar para comunicar.

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