7.2.07

Escreveu, ainda, Patrícia Lança que


"A revoltante posição de Rothbard lembra-me a de uma militante comunista inglesa que conheci nos longínquos tempos em que o aborto era ilegal no Reino Unido e severamente penalizado. Uma mulher quarentona, ela gabava-se de ter feito quarenta e tal abortos. “Porque gastar dinheiro e esforços em procurar contraceptivos,” argumentava, “quando posso, por rotina, consultar a minha médica (camarada) três em três meses? Afinal, trata-se de livrar-me de uma parasita.” Recordo sempre essa pessoa quando ouço as palavras piedosas de certas portuguesas de esquerda que afirmam despudoradamente que nenhuma mulher encara o aborto de ânimo leve. É falso. As irresponsáveis estão sempre entre nós. E os homens irresponsáveis também. Deixando de lado os argumentos morais do André, e outros apoiantes do "Não" com os quais concordo, mas que serão discutíveis para alguns, o que é de recusar é que o contribuinte seja obrigado a subsidiar a irresponsabilidade."


Muito bem, Patrícia. O exemplo que cita é esclarecedor E REPRESENTATIVO, está à vista para quem quiser vê-lo não podendo ser refutado por juízos de valor, aquém do que é factual. O risco - calculado - de falha na contracepção tem de ser aceite como tal. Não conheço ninguém que, multado por ir a 200, pretenda ser despenalizado com base em dificuldades económicas, sociais, nem muito menos por reivindicar o direito a usar os seus pés para aplicar a pressão que bem entender no acelerador.

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